Trama do premiado livro passa-se em território periférico rural. Os marginalizados são os protagonistas. E inglório, o desfecho. Mas obra afasta-se da produção das quebradas por por sintaxe despregada do cotidiano e olhar feminimo
Numa explosão gozosa, o novo livro de Renato Gonda propõe a criação do PACU, um movimento pela cultura única e múltipla – e libertação de consciências-corpos. Em poesia gráfica, aponta: “Acultura COMbate&Abate/ todASditaDURAS!”
A riqueza (ainda subaproveitada) do Teatro Slam. Incisivas, mas sem perder o humor, duas poetas-atrizes narram perrengues de artistas e trovam a mulher negra; em gritos e sussurros, denunciam o estupro e os sonhos roubados nas quebradas
O drama da ausência — de família, trabalho e moradia — em três autores das quebradas. A rua torna-se leito dos excluídos — e o sobreviver, uma epopeia cotidiana. Mas há flores nas fendas dos muros: a solidariedade e o encantamento da arte
Primeiro romance de Escobar Franelas, renomado poeta das quebradas, é um drama juvenil – e de classe média. Mas início xoxo conduz ao inusitado: com densidade arrebatadora, o cativeiro que prende o corpo acaba por libertar a alma…
Em Café, Dona Jacira — mãe do rapper Emicida — transforma suas memórias em ato de cura. Livro insinua-se como convite a bolo com cafezinho literário, mas digestão é pesada: sua sensibilidade griô tece densas histórias de morte e resistências
Um livro, duas poetas: primas, periféricas, raízes espelhadas. Forjadas nos saraus, elas cantam a ancestralidade negra e os lutos represados. Uma, através do vaivém dos trens e dos rolês; outra, no desespero e delírios da introspecção
Em Osso, de Erika Balbino, um caleidoscópio de histórias da periferia paulistana — que podem ou não se cruzar. Para não virarem pó, frente ao feroz (e machista) mundo do trabalho, as mulheres são impelidas a uma resistência fenix permanente
Dois cordelistas urbanos celebram o centenário do evento que chacoalhou o Brasil. Em versos afiados, dissecam o “espírito de Macunaíma” — e seu legado às futuras gerações. Um sugere tese ousada: seria o cordel precursor da arte moderna no Brasil?
O coração na ponta da caneta em duas poetas da periferia. Em gritos, sussurros, devoções e resistências, a intimidade como convite à diversidade que habita o eu, sem narcisismos, e a cantar a esperança diante da correria do mundo