Senadores questionam presidente da Anvisa sobre veto à Sputnik V

Em CPI, parlamentares demonstram ignorar processo regulatório e reclamam da decisão. Barra Torres diz que porta ainda está aberta, desde que desenvolvedor resolva problemas

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
.

Esta nota faz parte da nossa newsletter do dia 12 de maio. Leia a edição inteira. Para receber a news toda manhã em seu e-mail, de graça, clique aqui.

No depoimento de Antonio Barra Torres à CPI da pandemia ontem – quando o presidente da Anvisa confirmou que o governo federal tentou mudar a bula da cloroquina –, o que prevaleceu por parte dos senadores da oposição foram os questionamentos sobre a não-autorização da importação emergencial da Sputnik V, solicitada por governadores do Nordeste.

A agência insiste em afirmar a presença de adenovírus replicantes em índices não seguros apenas na Sputnik V, mas não na outra com a mesma tecnologia [a vacina de Oxford/Astrazeneca”, pressionou Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, numa fala um tanto constrangedora – afinal, o uso da mesma plataforma não tem nada a ver com a presença ou não dos tais adenovírus replicantes na documentação, tampouco com as decisões da agência. “Não quero crer que a discriminação odiosa contra estados do Nordeste (por Bolsonaro) continue no governo, sobretudo que tenha contaminado a Anvisa”, continuou o parlamentar.

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (PT-SE) seguiu a mesma linha: “A Sputnik V sofre desse preconceito? Este governo tem dito que quer acabar com o marxismo cultural. O presidente disse em diversos momentos que veio aqui para destruir. A Rússia é uma República comunista, a China uma República comunista. Esse tipo de preconceito que está impedindo a gente de ter no território brasileiro 66 milhões de doses que equivalem a 200% de todos que receberam primeira e segunda dose [de vacinas] no Brasil?”, questionou.

Em resposta, Barra Torres resumiu os motivos levantados pela equipe técnica da Anvisa para não autorizar a importação, e que já foram bastante explorados aqui no Outra Saúde. Ressaltou que “a porteira não está fechada” e que pode haver outra decisão, a depender do envio de novos documentos pelo desenvolvedor. 

Esta nota faz parte da nossa newsletter do dia 12 de maio. Leia a edição inteira. Para receber a news toda manhã em seu e-mail, de graça, clique aqui.