O que se sabe sobre a vacina Sputnik V

Segundo autoridades russas, análises preliminares indicam 92% de eficácia. Dados se referem a apenas 20 voluntários e ainda não foram publicados

Foto: Fundo Direto de Investimento da Rússia
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Esta semana comentamos por aqui uma declaração do Ministério da Saúde russo de que a vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Nacional de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, teria mais de 90% de eficácia. Ontem foram divulgados mais detalhes sobre isso. Segundo um comunicado oficial do governo, os resultados preliminares dos ensaios de fase 3 mostraram uma eficácia de 92%. O cálculo foi feito com um número ainda bastante reduzido de voluntários infectados: 20, entre os que tomaram o imunizante e os que receberam o placebo.

Comparando com o anúncio da Pfizer/BioNTech, especialistas estão menos animados com a Sputnik V. O pé atrás já começou há meses, quando o governo russo decidiu aprovar o uso da vacina antes mesmo dos resultados das fases 1 e 2. Agora há outras questões. Assim como os da Pfizer, os resultados da Sputnik V não foram revistados por pares nem publicados em revista científica. Mas há uma fragilidade maior no caso russo, porque o número de voluntários analisados é quase cinco vezes menor do que o observado pela Pfizer (o que gera menos certeza sobre a eficácia calculada) e o protocolo do estudo não foi tornado público. Não sabemos, portanto, se já estava prevista uma análise inicial com apenas 20 infectados. “É muito difícil explicar [o anúncio de Gamaleya. Receio que eles analisaram os resultados da Pfizer e adicionaram 2%” diz Svetlana Zavidova, que dirige a Associação de Organizações de Ensaios Clínicos da Rússia, na reportagem da Science

Para ambas as vacinas, seguimos aguardando a publicação dos dados completos.

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