Um elefante na sala do Brasil

Na Superplanilha da Odebrecht, a democracia sequestrada. Lava Jato só prossegue como farsa. Reforma Política nunca foi tão necessária – mas governo hesita

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Willian Bonner lê, no “Jornal Nacional”, texto sobre a “superplanilha”. Emissora tenta abafar documento, que demonstra como é pueril ideia de Sérgio Moro e Rodrigo Janot sobre corrupção brasileira

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Na Lista Odebrecht, retrato da democracia sequestrada. A Lava Jato só pode prosseguir como farsa. Reforma Política nunca foi tão necessária – mas governo parece não compreender

O que é o assalto a um banco, comparado à fundação de um banco?, perguntou certa vez Bertolt Brecht. O que são dois singelos pedalinhos – ou, vá lá, a ajuda da construtora Odebrecht na reforma de um sítio frequentado por Lula – diante de uma lista em que a mesma empreiteira revela financiar 316 políticos de praticamente todo o arco ideológico, destinando a cada um deles somas que chegam a vários milhões de reais e tratando-os por apelidos típicos de quadrilheiros, como “Caranguejo, “Viagra”, “Drácula”, “Avião”, “Bruto” ou “Nervosinho”?

A revelação de que se apreendeu uma superplanilha de financiamento de políticos, nos apartamentos de um executivo do Grupo Odebrecht; e de que é apenas a ponta do iceberg, no sequestro da democracia pelos grandes conglomerados econômicos [entra nota de rodapé?], tem imenso potencial transformador. Ela mostra como são pueris as hipóteses do juiz Sérgio Moro e do procurador-geral da República, que veem em Lula e na esquerda o foco – a ser abatido – da corrupção no Brasil. Ao expor (e popularizar, graças às cifras e codinomes) um mecanismo muito mais sofisticado de controle de República, a descoberta implode as bases morais da campanha pelo impeachment; desnuda seu caráter de golpe; começa a esvaziar as ruas que haviam se pintado de amarelo, alimentadas por um sentimento mórbido. Aqueles que viam em Lula e Dilma os bodes expiatórios em que descarregar suas frustrações, começam a perceber que acreditaram numa fábula simples demais.

Seria de esperar uma contra-ofensiva – e há amplas condições para iniciá-la. Em 18 de março, nas manifestações anti-golpe, dezenas de cidades viveram algo que não se dava ao menos desde a primeira eleição de Lula. Em resposta aos riscos de retrocesso e à espiral de ódio, reuniram-se centenas de milhares de pessoas e – igualmente importante – um arco social, político e cultural que vai muito além do PT e dos partidos de esquerda no governo. As mobilizações, em que um velho militante detectou “quinhentos tons de pele”, abrigaram também centenas de bandeiras transformadoras, de direitos a ser defendidos e conquistados, de expressões de gênero, de sensibilidades contrárias à lógica do capital.

A onda não estancou no dia 18. Cresce, multiplica-se e se capilariza em novas mobilizações; e em centenas de articulações antigolpe. Surgem em categorias profissionais e sindicatos, no mundo da cultura, em universidades, em grupos informais despertos pelo risco de regressão. Brotam movidas pela ideia de que o Brasil não está condenado à deriva conservadora. Articulam-se em páginas da internet e grupos no Telegram e Whatsapp. Desejam agir.

Para transformar sua energia em força capaz de influir no cenário político, são necessários sinais. O primeiro é a reabertura do debate sobre Reforma Política. Para enfrentar a narrativa primitiva da Lava Jato – trincada pela superplanilha, mas ainda muito viva, porque repetida incessantemente pelo oligopólio da mídia – não basta afirmar que “não vai ter golpe.” É preciso dialogar de fato com as maiorias, que enxergam nitidamente o caráter farsesco da “democracia” em crise. Isso requer uma agenda ao mesmo tempo contestadora e viável.

Alguns itens possíveis: a) Mobilização para assegurar que se cumpra, já nas eleições de 2016, a proibição do financiamento empresarial das campanhas políticas. Embora decretado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), este veto será facilmente contornado, sem pressão e fiscalização popular. A superplanilha revela que o grande poder econômico pode transitar facilmente entre o financiamento legalizado e o clandestino, o que pode se repetir este ano. Novas tecnologias podem, porém, assegurar controle público, quando há – como é o caso – vontade política coletiva. b) Retomada, por meio de uma Conferência Nacional sobre Reforma Política (que o Executivo pode convocar independentemente do Congresso) da pauta proposta pelos movimentos sociais. Ela inclui, entre muitos itens, facilitação dos plebiscitos e referendos, mecanismos de democracia direta via internet, revogabilidade dos mandatos, direito a candidaturas independentes de partidos; c) Mecanismos de controle social sobre os Orçamentos da União, Estados e Municípios. Tais orçamentos são hoje, junto com os lobbies permanentes que atuam para mudança da legislação, o mecanismo principal de submissão da política ao poder econômico. Há, porém, mecanismos extremamente viáveis para torná-los mais transparentes. d) Elementos de uma pauta plebeia, capaz de tocar o sentimento jacobino que emerge das ruas. Por exemplo: redução dos vencimentos dos parlamentares a dez ou quinze salários-mínimos; fim do auxílio-moradia, carro oficial, semana de três dias de trabalho, férias de três meses ao ano, auxílio para pagamento Saúde e Educação privadas.

Mas o compromisso com a Reforma Política é apenas a ponta de lança de um vasto programa de mudanças estruturais, que a mobilização social retomada autoriza a abrir. Deveriam fazer parte do leque de propostas: a) Reforma Tributária (sobre a qual também é possível abrir debate imediato); b) Democratização dos Meios de Comunicação (que pode ser facilmente iniciada interrompendo-se a escandalosa propaganda governamental nas publicações que incentivam o golpe); c) Fim do Ajuste Fiscal, cujo fracasso é evidente; anúncio da redução acelerada das taxas de juros, que reduza a transferência brutal de recursos públicos para a aristocracia financeira; início de um plano de investimentos maciços em infra-estrutura, baseado especialmente na garantia de dignidade material para as periferias (saneamento, urbanização, revolução nos transportes públicos) e na atenção à agenda pós-desenvolvimentista (demarcação das terras indígenas e quilombolas, promoção da energia eólica e solar, apoio à agricultura orgânica etc); d) Retomada da Política Externa Independente, apequenada desde o início do governo Dilma, mas cada vez mais necessária para fazer frente à nova ofensiva dos Estados Unidos na América Latina e à onda conservadora na região.

Por paradoxal que pareça, o governo Dilma não dá nenhum sinal nesta direção. Houve até um brevíssimo lampejo, às vésperas de Lula ser nomeado ministro. Falou-se numa reformulação vasta do ministério, na convocação de auxiliares como Celso Amorim, Ciro Gomes e Franklin Martins – que sinalizariam compromisso com a agenda de reformas efetivas. Alvoroçado, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, http://exame.abril.com.br/economia/noticias/tombini-pode-deixar-governo-dizem-jornais que pediria demissão, para não comprometer sua fidelidade aos mercados. A presidente não esperou, sequer, que o ministro Gilmar Mendes bloqueasse a posse de Lula. Naquela mesma tarde, reafirmou em entrevista coletiva o compromisso do governo com o “ajuste” fiscal desajustador e favorável à banca.

Desde então, o governo segue na mesma toada. Em pleno transcurso do processo de impeachment, Dilma sancionou a lei “anti-terror”, que, a depender de interpretação judicial, pode voltar-se contra movimentos sociais. O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, tem rédea solta para propor ao Congresso lei de (contra)-”reforma” fiscal prevendo congelamento de salários nominais e demissão em massa de servidores públicos. O governo não enfrenta os riscos da lei de concessão do Pré-Sal a petroleiras globais (patrocinada por José Serra). Muito menos dispõe-se a falar em Reforma Política real.

* * *

Parece acreditar na velha fórmula das composições no Congresso, nas trocas de favores, no loteamento de postos no governo. Não se dá conta de que, após a divulgação da superplanilha, a tática do golpe mudou As revelações bombásticas da Lava Jato sumiram temporariamente das manchetes, para que não fique clara a inconsistência da hipótese de Moro e Janot. É conveniente que o assunto caia, por enquanto, no esquecimento.

Nesse ínterim, as capas dos jornais e as manchetes dos noticiários exploram outra debilidade do governo: a crise econômica, causada pelo (des)”ajuste” fiscal. Demissões, fechamento de centenas de indústrias, inadimplência. O clima pessimista favorece o desembarque dos partidos que poderiam evitar o impeachment – neutralizando, aparentemente, até mesmo a tentativa de trocar votos no Congresso por postos no governo. Num momento propício aos golpistas, poderá vir o golpe final. Novas “bombas” da Lava Jato, repetidas exaustivamente e sem direito de resposta pelo oligopólio da mídia, quando o impacto da superplanilha estiver esquecido? Articulação precisa entre as “denúncias” e as votações decisivas, sobre o mandato presidencial, na Câmara e Senado?

* * *

Enquanto houver mobilização, a esperança não estará esgotada. Em 31 de março – 52º aniversário do golpe do início da ditadura de 1964 – novos protestos rebeldes tomarão as ruas de dezenas de cidades. Denunciarão a tentativa de golpe. Que possam, além disso, esboçar uma agenda alternativa. Nela, parecem viver as esperanças de evitar o impeachment e o retrocesso. Nela estarão, caso se consume o golpe, as ideias de resistência e de novo país.

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18 comentários para "Um elefante na sala do Brasil"

  1. Fernando Cerdeira disse:

    direita, esquerda, direita, esquerda, esquerda, direita …
    marchem !!!
    como me explicou um destes nordestinos que construíram SP e todas as grandes cidades, num domingo quente de manhã, fazendo um buraco na calçada, de picareta, terceirizado da sabesp :
    o encarregado :
    – então porque vc não volta para sua terra ?!
    o nordestino :
    – minha terra ? minha terra eu carrego comigo embaixo das minhas ûnha !
    aí me explicou :
    – político ?
    para mim é tudo igual. tanto faz, um ou outro.
    todos dizem a mesma coisa, que vão me dar emprego, trabalho …
    trabalho ? trabalho eu tenho desde que eu nasci, todo dia.
    meu amigo, eu quero é sossego, ficar em casa.

  2. Aí Simone. Gostei do seu desabafo. De fato, é o fim da picada essa postura de um magistrado diante de um estudante de Direito. Mas não perca a esperança e que essa atitude lhe sirva de exemplo. Com certeza, o Juiz Moro não tem esse comportamento. Basta refletir sobre a ousadia dele em desmascarar as tramoias que ocorrem no meio da elite que está no poder. Voce não acha que ele está arriscando o próprio pescoço, remando contra a maré e investigando pessoas poderosas? Veja as atitudes do Juiz Moro por esse ângulo. Se voce tivesse a mesma oportunidade, teria coragem para fazer o que ele fez? Reflita por um instante… Ele não é muito corajoso? Voce não está mais consciente do mundo real com as investigações do Juiz Moro por mais tendenciosas que aparentam ser? Voce já consegue discernir as verdadeiras lideranças políticas e aquelas que tem “pés de barro”? Aquela conversa interceptada entre a Presidente da República e o Sr Luis Inácio Lula da Silva não é esclarecedora? Foi graças à coragem do Juiz Moro que o Brasil tomou conhecimento da sujeira que invade o mundo político brasileiro. Parafraseando: DEIXA O MORO TRABALHAR!

  3. Elizabeth Carvalho disse:

    Antonio, extremamente lúcida a tua análise. E estimulante: precisamos, sim, ultrapassar as limitações do “não vai ter golpe” e passar o trator no terreno para plantar e fortalecer o programa de reformas estruturais. Escreve pra mim. Sinto enorme saudade de você.

  4. Simone disse:

    O judiciário embarcou no golpe mesmo sem fundamentação jurídica alguma, eu digo porque : a justiça do Brasil (juízes, MP, professores de universidades, alunos, instituições etc) é conservadora, pra dizer o mínimo, é elitista, eu digo isto pois convivo neste meio, sou estudante de direito de uma universidade conhecida, ao fazer estágio obrigatório nos núcleos de prática da tal universidade nota-se que os juízes e servidores estão em busca de manter seus próprios privilégios, vou dar um exemplo que ocorreu ontem. Fomos até o gabinete de um dos juízes da Vara de Família, alguns alunos e a orientadora, pois chegou até nos um caso atípico, fomos em busca de informações sobre quais procedimentos adotar, já que entrou em vigor o novo Código de Processo Civil, o juiz com uma postura acima do bem e do mal, ditatorial vira para uma servidora que estava nos informando e diz, – vocês estão perguntando pra pessoa errada, porque ela não sabe. Todos ficaram sem ação, a servidora inclusive, na frente de todos, com um tom arrogante. E ele continuou, falou mal da Dilma, não com críticas à seu governo, mas à pessoa, “aquela dilma”, “depois da dilma” “roubo, ladrões “. E chegou ao ponto principal, que eram os cortes feitos ao judiciário, segundo ele, e agora o Senhor Doutor Excelentíssimo Juiz precisaria DIRIGIR, isso mesmo, não teria mais motorista, olha que absurdo? Eu pensei, se você está assim imagine o motorista que não tem mais emprego, mas eles não pensam assim, as outras pessoas “comuns” não interessam do alto do Olimpo. Ele vira e continua- imagina os juízes que não sabem dirigir? Meu deus, tem juizos que não sabem, coitadinhos.
    Quer dizer, tirar o motorista é o fim do mundo pra eles, não estão nem aí pra desemprego, programas sociais, desenvolvimento do país, inclusão, etc. Eles só enxergam a própria instituição, viraram corporativistas. É o que se vê no sistema judiciário brasileiro, na PF, no MPF. Juízes, promotores, delegados, ministros partidarizados, SEM RESPONSABILIDADE SOCIAL ALGUMA,e sem FREIOS.

  5. Ruy Silva disse:

    Prezado Roldão, eu vinha até aqui usando um tom irônico, mas agora quero me redimir abandonando-o em atenção aos obstáculos e amarguras a que você se refere no início do seu comentário, o que só pode despertar em mim um sentimento de solidariedade.Ter vergonha de ser brasileiro é uma escolha pessoal. Eu até agora tenho tido muito orgulho, a não ser durante a Ditadura, quando fomos todos nivelados a inúmeras banana-republics que os gringos têm toda razão de nos glosar. Provavelmente, a se consumar este absurdo Golpe Anunciado e que ninguém nos altos escalões se esmera em neutralizar, devo muito em breve voltar a ter vergonha de ser brasileiro, também.Porque é um brutal retrocesso para o povo e a nação brasileira passar de novo por toda aquela sequência de sujeição, de servilismo e de traição a que assistimos entre 64 e 85.Sei muito bem quem é José Serra em 64-68, e por ele fiquei muito apreensivo durante aqueles anos todos, pois tinha bem fresco na memória o carácter combativo e patriota da gestão dele à frente da UNE. Fernando Henrique, idem. Era um prazer ler os seus textos nos idos de 66 até a sua chegada ao poder, como ministro de Itamar Franco.Jamais imaginei que ambos se converteriam nisso que são hoje, meros apóstatas arrependidos e profiteurs desta elite opressora que freia o desenvolvimento do país desde Cabral, aliás começando por Cabral. Agora, que você consiga identificar esquerdismo nesta abominável e asquerosa elite, é qualquer coisa de assombroso! Quer dizer então que os donos da Grobo, da Bandeirantes, da Veja, do Estadão, os sócios do Iate, do Harmonia, do Graciosa, os papas do agronegócio, os ideólogos da Fundação Getúlio Vargas, do Instituto Millenium, da Febraban, tudo comuna, tudo carbonário, tudo trotskista, tudo maoista? Precisa muita imaginação para enxergar coisas assim. Você escrevendo ficção científica seria um sucesso avassalador, Roldão.Além do que,se para detetar esquerdismo você fica investigando o DNA das pessoas, vamos acabar chegando à conclusão que somos todos descendentes de Frankenstein! Sei não, Roldão, se você passou por poucas e boas durante a Ditadura e se ainda tiver um mínimo de coerência com aquela sua postura política de então, ponha as barbas de molho e cruze os dedos porque os nossos “esquerdistas” estão programando um repeteco desalojando a Dilma legitimamente eleita (e não “aboletada”) pela maioria do povo brasileiro que merecia todo o respeito, como respeitados foram todos os seus antecessores, tirando Vargas e Jango. E qualquer coisa, nosso Brother Sam estará de novo nas nossas praias para nos ajudar a implantar a Democracia (ou seja, levar o nosso pré-sal). Pero

  6. Luiz Cláudio Fonseca disse:

    No intuito de dar operacionalidade aos seus conhecidos princípios, o capitalismo comercial racionalizará em segunda ordem na busca de dar existência técnica a uma régua financeira cuja negociação das referências monetárias e até cívicas produzirá óbvias distorções. Há duas razões para os juros altos serem considerados quase endêmicos em nosso país. A desigualdade social, considerada em relação à importância econômica do país, se ponderada pela renda per capita e pelos períodos “juscelinista” ( ponderação útil também para o cálculo social da carga tributária), torna-nos absolutamente desiguais, e é claro que há a consciência financeira disto. Inseridos ou não na zona financeira do dólar, historicamente nosso desenvolvimento industrial dependeu do Estado, mesmo que indiretamente, via capitalismo comercial, e com restrições tecnológicas. Da situação conflituosa, conflitos que trazem desconfiança. Resultado? Juros altos.

  7. Manoel disse:

    Não entendo que pessoas que se dizem pensadores não conseguem enxergar o desmando que acontece no país… Não defendo direita ou esquerda, defendo o meu país e sua união… Por isso– fora PT e fora Dilma… Fora Temer, Fora Aecio, Fora todos os corruptos do poder…

  8. Ruy. Eu iniciei o meu discurso como um brasileiro “vira-lata” e sem cultura. Não é a posição de um simples s numa palavra, que você bem conhece o significado, que vai mudar o meu olhar sobre a caótica situação do Brasil. Hoje, eu tenho vergonha de ser brasileiro. Eu que já dei muito suor e sangue na esperança de viver num país desenvolvido e feliz, tenho vergonha de ser brasileiro, repito. Você não tem ideia dos obstáculos e das amarguras que tive que superar na minha vida profissional, na expectativa de um futuro melhor para os meus filhos e meus netos. Tenho vergonha de viver num país tão desigual por culpa de uma elite conservadora de esquerda que se aboletou no poder há mais de 20 anos. Excetuando Niemeyer, que era um comunistinha de araque, daqueles que gostam de sorver um bom scotch na companhia de belas mulheres, saboreando um Cohiba, os outros seis não passam de fantoches manipulados pela esquerda conservadora. Paulo Freire vivia nas nuvens, filosofando sobre o imponderável da vida, Tal qual Suassuna, nada fez de concreto para reduzir as diferenças sociais do Brasil. Levou mais de dez anos para escrever um só livro. É muita incompetência. Celso Furtado, economista de fundo de quintal, cujo maior feito na vida foi inventar a SUDENE – ralo de recursos públicos, à semelhança do Bolsa Familia, mas para os barões do Nordeste. Os que voce elege como de direita nada mais são do que crias da elite conservadora de esquerda. Aécio Neves, sobrinho do Tancredinho que vivia nas sombras do poder. Tem DNA da esquerda conservadora – UDN. Eduardo Cunha – pastor evangélico – cria do Antony Garotinho. Também tem DNA da esquerda conservadora confessional – PMDB/MR8. Boris Casoy é repórter. Vive da notícia. É como mosca, esvoaçando sobre um monte de estrume. José Serra? Esse voce pisou na bola. Voce sabia que, em 1968, ele era o Presidente da UNE? Voce sabia que a UNE, historicamente, sempre foi de esquerda? Voce sabia que o Serra é da Turma da Sorbonne? Voce sabe o que é Turma da Sorbonne? Se não sabe, pesquise no Google. Aliás, o que voce fazia em 1968? Voce saiu nas ruas, protestando contra a ditadura dos generais? Eu sai e tomei muita cacetada da polícia. Só não fui torturado. Daí a minha revolta pelo fato de que a esquerda, que era progressista, com o discurso de mudanças sociais, quando assumiu o poder com Sarney et caterva, Itamar et caterva, FHC et caterva, Lula/Dilma/PT et caterva, sucessivamente, tornou-se conservadora e não fez nada mais do que enriquecer às custas do meu e do seu imposto – otário – arremessando o país na maior penúria, obscuridão cultural e subdesenvolvimento econômico. Saímos da ditadura dos generais e mergulhamos – de cabeça – na pseudo ditadura do proletariado, pacificamente. O Brasil tem a mesma idade política dos Estados Unidos da América. Por que, enquanto o Brasil é subdesenvolvido, os Estados Unidos são potência hegemônica? O que faz essa brutal diferença? Responda-me, se for capaz. Após tantos anos no poder, sem fazer nada pelo país, a esquerda brasileira tornou-se conservadora. Até nisso, o Brasil inovou. Não sei se fui claro quanto às forças conservadoras de esquerda com esse meu discurso de brasileiro vira-lata. Mas o melhor exemplo de elite conservadora de esquerda para a Humanidade é a família Castro que está no poder em Cuba, desde 1959. Eles dizem que são de esquerda. Será que são? Sinceramente, eu não acredito. Aliás, a bem da verdade, os Castro são da esquerda “pero que si…pero que no…”. Eles mantem o povo cubano sob chicotadas. Tem cubano fugindo de Cuba até hoje, enfrentando mar infestado de tubarão. É muito estranho que, nesse mais de meio século, os Castro permitirem que o seu maior inimigo mantenha uma base militar em Guántanamo. Mas eles alegam, de pés juntos, que são de esquerda. O que fazer? Outro exemplo de esquerda conservadora, bastante nervosinha, é a elite que ocupa o poder na Coréia do Norte. Na Coréia do Norte, o povo passa fome, é torturado e não pode protestar. E as esquerdas da África? América Central? A conclusão que eu chego é que tanto a a esquerda como a direita, quando estão no poder, passam de progressistas para conservadoras, levando o país para o subdesenvolvimento e à obscuridão cultural. A esquerda é muito boa para distribuir riqueza, mas é extremamente incompetente para gerar riqueza. Por outro lado, a direita é muito boa para produzir riqueza, mas é extremamente incompetente para distribuir riqueza. Estamos num impasse. Pobre Brasil!

  9. Ruy Mauricio de Lima e Silva Neto disse:

    Sr.Roldão, de roldão eu conclamo – ponha sempre um S antes do C toda a vez que se meter a escrever “fascista”.Fica bem mais alfabetizado, sabe? Depois de dominar a Ortografia, esclareça para esta Humanidade ávida por suas sábias reflexões quais são estas forças conservadoras de esquerda. Oscar Niemeyer? Paulo Freire? Celso Furtado? E quem são estas forças progressistas de direita? Aecinho? Eduardo Cunha? José Serra? Boris Casoy? Have mercy.

  10. Genovan de Morais disse:

    Quanto ao Antonio, parabenizo pela ótima reflexão e ponderações em meio a terremotos em alta escala…

  11. Genovan de Morais disse:

    Quanta inocência, sr. Roldão!!! Ou será má fé mesmo + ignorância histórica?! Acredita mesmo que está em curso uma “limpeza” do Brasil? Se o sr. Sérgio Moro e sua (falo dele como pretenso proprietário da operação mesmo) operação Lava a Jato tinham mérito (e acho que lugar de ladrão e corrupto é na cadeia mesmo), está clarividente (exceto para os que de tão cegos têm apenas olhos), que está em jogo muito mais que a corrupção da “esquerda fascista” como o sr. a nomina (e olha que não estou cego…a corrupção em todas as suas formas correu veloz nestes anos Lula-Dilma, sim!!!!). Mas deixe-se o sr. Moro trabalhar dia e noite seguidos até que a compulsória lhe espreite e pouco terá feito se sua “justiça” acompanha-se de interesses e alianças obscuras em torno das quais, só não vê o sr. Moro por conveniência, se assalta esse país a 5 séculos…

  12. Nando Ponti disse:

    Classificar o que ocorreu com o Mensalão e vem ocorrendo com o Petrolão como farsa é esquecer a aliança com as grandes corporações, é esquecer a exploração da massa em troca da garantia de poder que frustrou a esperança no avanço da. Reforma Política.

  13. As reformas politicas com mudanças estruturais há tempo que deveriam ter sido feitas ou pelo menos iniciadas principalmente pelos governos de esquerda, com apoio popular , transparência , capacidade de gestão , distribuição de renda com estabilidade econômica e justiça social etc. É possível e necessário que se repense um modelo politico onde se respeite a vontade legítima d’aqueles que votam por um pais mais justo, igualitário fraterno , democrático , soberano .

  14. Luiz Cláudio Fonseca disse:

    Juro baixo e um boletim sem rasuras?

  15. Lista Odebrecht! Os comentários acima parecem ignorá-la e insistem na ladainha de deixar o Juiz Moro, dar um tempo, para que todos esqueçam!
    Deve ser ironia não?!

  16. Fernando Cerdeira disse:

    Alteração do código florestal, copa do mundo, olimpíada, baixa de IPI para carros, katia abreu ministra da agricultura, crescimento astronômico de lucros bancários, rose secretaria indicando cargos como a ANA (agencia nacional de águas), intimidade extrema com empreiteiros, jargões futebolísticos, incentivo a polarização social, zero de reforma política, ensino publico se arrastando, saúde publica idem, incentivo ao consumo aleatório …
    a troca de um governo sem o uso da força militar não seria um movimento democrático ?
    realmente, não vejo como associar o PT e seus anos de governo com algo que defina a esquerda e o movimento social.
    seriam os subsídios sociais sem lastro real ?
    ou o acesso ao lixo material anglo-saxão ?
    desculpem o cinismo, de verdade …

  17. Eu sou um brasileiro “vira-lata”. Eu não tenho cultura suficiente para entender essa confusão que está azucrinando a troika conservadora de esquerda facista que ocupa o atual governo brasileiro. Nesses tempos de 11 de setembro, o dia 31 de março é apenas mais um dia como outro qualquer. É a véspera do dia 1º de abril – Dia da Mentira. Ao invés de ficarmos remoendo a memória do 31 de março, passemos a refletir sobre o 11 de setembro. Por que essa reflexão é necessária? Essa reflexão é necessária para que se tenha consciência de que é mais importante evitar ações extremas de grupos radicais facistas que buscam desestabilizar condições de bem-estar do que discutir se é legal depor o governo corrupto que aí está. A radicalização proposta pelas forças conservadoras de esquerda facista com a finalidade de evitar o golpe das forças progressistas de direita, que visam à derrubada do governo corrupto que aí está, pode levar o brasileiro “vira-lata” a conviver com mais uma onda de violência. Esta com matiz eminentemente ideológico. No meu entender, esses grupos radicais facistas devem ser identificados e receber o devido acompanhamento das forças de repressão do Estado como se fossem assaltantes, bandidos ou narcotraficantes. A equipe de juízes federais do Ministério Público Federal vem realizando um trabalho cuidadoso de levantamento dos meandros da corrupção em todos os níveis de governo. Quando necessário, essa equipe torna públicas as mazelas, envolvendo personalidades que até então eram consideradas verdadeiras vestais atenienses aos olhos dos brasileiros “vira-latas”. O sítio em Atibaia, o pedalinho e o triplex “minha casa minha vida” do Guarujá formam apenas a ponta do icebergue do mundo de corrupção que assola o País em todos os níveis de governo. Ao tornar pública essa ponta de icebergue, o punhado de juízes federais corajosos da temida “República de Curitiba” vem despertando ódio e rancor nas forças conservadoras de esquerda facista que não querem deixar o poder, bem ao gosto das republiquetas de bananas da América “Latrina”. Temos que nos conscientizar que os tempos são outros. Estamos sob a ditadura da transparência. Governos populistas e facistas, sejam eles de esquerda ou de direita, odeiam a transparência. Evitam-na para esconder os seus malfeitos. Para o bem do Brasil, temos que por um fim à escalada de corrupção. Neste momento, o que nos resta é apoiar a ação dos juízes federais de Curitiba. DEIXEM O MORO TRABALHAR!!!

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