Apesar de ser disputada por discursos individualistas, ela pode ser um impulso para a transformação social. Curso da Cult debate história e práticas para um trabalho clínico libertador no século XXI. Sortearemos uma vaga para quem apoia nosso jornalismo

Proliferam, hoje, autodiagnósticos e conteúdos de “aroma” freudiano. A análise, no entanto, segue longe dessas pílulas midiáticas. Trata-se de um espaço de escuta a uma fala que não se dis-trai da dor – nem da delícia – de ser quem se é

Tão neoliberal, tão masculina, ideia de que o sexo parte de contrato prévio deve ser recusada. Pois o desejo atravessa-nos de desconhecido, implica que precisamos do outro para conhecer algo de nós – e destrói o mito do sujeito dominador de si

Rosana Onocko, psicanalista e presidente da Abrasco, sustenta: primeiro passo é reverter o subfinanciamento e estímulo às “comunidades terapêuticas”. Mas crise só será resolvida com o fim do sufoco material e psíquico imposto à população

Aristóteles divisou o desejo de viver bem, saciável e finito, do abstrato desejo de viver, potencialmente infinito. Sob o capitalismo, Marcuse vê na erótica do dinheiro a dissociação ao princípio de realidade, que se traduz em insaciável acumulação

Quando corpos que escapam à normatividade passam a ocupar espaços não caricatos da sociedade, emerge a reação, que vê na transidentidade uma “ameaça”. Mas há hoje mais trans que outrora? Já houve um idílico “normal” a defender?

De Succession a The White Lotus, curso da revista Cult analisa personagens femininas em cinco seriados recentes, unindo psicanálise e crítica cinematográfica. Quem apoia Outras Palavras concorre a 1 vaga e tem 10% de desconto

Freud mostrou que as massas alienadas se mantêm coesas mesmo na ausência do líder que as forjou. Os laços libidinais que as unem só serão quebrados com a garantia da justiça e do limite, restituindo a cada pessoa sua humana fragilidade

Filme de Charlotte Wells revisita, nas incertezas das recordações de uma viagem de férias, a difícil conexão entre pai e filha. Em intrincada elaboração, a câmera busca os fragmentos do vivido – latentes, mas que escapolem fora do plano

Há narcisismo, histeria coletiva e paranoia nas hordas bolsonaristas que rejeitam as urnas. Mas também há tática: sob estética tosca e fanatismo caricatural, querem negar conflitos democráticos e submeter lei a interesses particulares