Relato de um impasse. Ao tentarem levar a Rússia a um beco sem saída, EUA e Otan acabaram enfraquecendo o dólar e despertando os Brics. A paz na Ucrânia torna-se difícil. Emerge uma nova geografia energética, militar e econômica

Filósofo: o mundo vive a metástase do ego que suplanta o pensamento complexo. Guerra sem fim e democracia em crise são sintomas. Mas, aos 101 anos, provoca: só a ação criativa e comunitária afasta espectro da morte e constrói outros futuros

Reeleito com apoio da ultradireita, o presidente turco enfrentará mais pressão do Ocidente. Crítico da Otan, ele tenta equilibrar apoio a Moscou sem fechar portas à Europa. Diante da guerra sem fim, será ainda mais estratégico na política euroasiática

Intelectual influente dos EUA reconhece: Ocidente não quis agir pela paz. Duas provocações foram o estopim do conflito. Mas admiti-las levará Biden à mesa de negociações e freará push industrial-militar que lucra com o sangue ucraniano

Esqueça a propaganda ocidental. Os sinais mostram que as forças de Kiev estão se esgotando – e por isso a anunciada “contraofensiva” tarda tanto. OTAN tenta reverter o quadro com armamento pesado. A China não quer ser a próxima vítima

Assim como na Europa, ela cultua violência e anticomunismo. Mas sua referência é Trump. Por isso, seu nacionalismo é oco: ela não quer nem Estado forte, nem críticas ao neoliberalismo e aos EUA. Aí pode estar seu calcanhar-de-aquiles

Eles são duas grandes lideranças mundiais que não cederam à hipocrisia do Ocidente – nem à narrativa russa. Veem que o atrito geopolítico leva o planeta à catástrofe. Por isso, propõem negociações de paz. Mas são atacados por ambos os lados

Agora há elementos para compreender melhor como os EUA perderam seu prumo, e são hoje a maior ameaça à paz mundial – porque percebem a perda de sua liderança e se sentem ameaçados por uma luta interna cada vez mais violenta

Putin entrou em cilada armada pelos EUA, diz o grande pensador — e agora Washingnton quer prolongar a guerra ao máximo, para anular a Rússia. Riscos de conflagração global crescem e é preciso que ressurja movimento pacifista

Surpresa num estudo de Cambridge, a partir de pesquisas em 137 países: 70% simpatizam com a China e 66% com a Rússia. Cresce a crítica ao colonialismo – ampliada pelo apartheid vacinal, pilhagem financeira e desigualdade inédita