Moradores do bioma relatam a árdua tarefa de sobreviver diante dos incêndios. Organizam-se em brigadas comunitárias. Reivindicam assistência médica. E cobram ações emergenciais contra o aumento da escassez de alimentos, desemprego e migrações

Força tarefa do governo chega a MS para regularizar territórios, em resposta à escalada de violência dos ruralistas em meio a conciliação improvável. Ameaças não cessam – nem a luta arrefece. E, agora, todo o apoio é necessário

“Marco temporal” retorna à pauta do STF, sob o tom “conciliação”. Enquanto isso, não há paz aos indígenas: jagunços atacam e deixam dez gravemente feridos. Conflito se arrasta por década, acirrado com a paralisação de demarcação de terras ancestrais

Estado lidera número de flagrantes. Uma roda-viva alimenta o processo: atraso na demarcação mantém etnias confinadas e sem ocupação. Ruralistas aproveitam-se de mão de obra barata, ajudados pela figura dos “cabeçantes” – os novos “gatos” do trabalho forçado

• Hipertensão em mulheres • Pré-natal em indígenas do MS • Gripe aviária na Argentina • Aumento de expectativa de vida na África Subsaariana •

Resolução que paralisa a atuação de usinas na região, por falta de estudo de impacto ambiental, pode ser derrubada. Empresa articula lobby entre deputados e governo estadual. Estão previstas 133 pequenas centrais na bacia pantaneira

Novas tecnologias e mudanças climáticas favorecem sojicultura, que ameaça modificar radicalmente o regime de cheias e vazantes, essencial à sobrevivência do bioma. Na porção alagável da planície, lavouras já tomam ao menos 600 hectares

Chaga dos anos 1980, suicídio de jovens indígenas (feitiço do entardecer vermelho) volta a crescer. Intrusos na própria terra, cercados por desertos de soja, eles veem tradições apagadas e futuro convertido em eterno lusco-fusco. Vida torna-se fardo

No Mato Grosso do Sul, levantamento expõe a relação íntima entre riqueza rural e violência. No Estado em que 97% das terras estão cobertas por latifúndios, são assassinadas quatro em cada dez lideranças indígenas mortas no Brasil

Uma canetada abriu porteira para família Klabin montar propriedade turística “de alto padrão” no MS. Ela ocupa parte do território Terena, que luta há décadas por demarcação. Normativa desencadeou mais de mil invasões no Pantanal