Queda abrupta da bolsa de Tóquio não se deveu a desequilíbrios financeiros ou cambiais, mas a movimentos especulativos. Por isso, amainou. Ainda assim, expõe os riscos que as sociedades correm, quando oferecem aos rentistas liberdade para enriquecer sem limites
Grandes bancos tornam-se obsoletos. Tecnologia permite, hoje, transações sem intermediários e, se usada por governos, pode libertar a sociedade do financismo. Isso exige enfrentar chantagens daqueles que julgam-se gigantes demais para falir
Bancos centrais diante de um triplo impasse: precisam conter inflação alta e persistente. Porém, fazê-lo aumentando juros pode engendrar uma recessão severa – e agravar risco de insolvência dos bancos. Há saídas, além de esperar estagflação?
Uma espiral viciosa se forma. Em pânico, depositantes buscam bancos “mais seguros”. Inadimplência de empréstimos, sobretudo ao setor imobiliário, cresce. E já cambaleantes, bancos regionais podem afundar. O otimismo é só fachada
Crise bancária iniciada nos EUA alastra-se pela Europa. Nouriel Roubini teme a repetição do colapso de 2008. Causa fica ainda mais clara: BCs insistem, até o limite, em manter políticas que transferem riqueza social para o 0,1%
Quebra de três bancos dos EUA gera pânico e leva Casa Branca a salvá-los com recursos públicos. Há riscos de contágio. Por que uma estrutura financeira voltada para capturar a riqueza da sociedade, sem nada produzir, torna-se vulnerável
A alta dos juros, imposta agora por quae todos os bancos centrais, não pretende reduzir a inflação. Visa criar mais desempreog, esvaziar o poder de luta dos trabalhadores e ampliar os lucros. Não dará certo, e o sofrimento será imenso
Subitamente — e contra todos os prognósticos — o xerife da ordem econômica capitalista condenou o novo favor do governo inglês aos super-ricos. Turbulências sugerem: um novo repique da crise global aberta em 2008 pode estar próximo
Não há razão econômica que justifique uma alta da Selic de 600% em 20 meses, nem mesmo a alta dos juros nos EUA. É sim um alerta: se Lula vencer em outubro, terá de enfrentar um Copom disposto a boicotar o crescimento em prol do rentismo
A inflação aumenta e cresce no Ocidente a pressão por alta dos juros. Não funcionará, e é explosivo. Há alternativa para reduzir os preços e redistribuir a riqueza: ampliar crédito às sociedades e à produção, por meio de bancos públicos