Candidaturas femininas crescem no país, até em partidos conservadores. Se o atributo de gênero perde marcas pejorativas, desponta a tentativa de passar ao eleitorado uma receita morna de “defesa das mulheres” – bem ao gosto do patriarcado
Os afetos e o cuidar de si e dos outros não são lugar de submissão das mulheres, mas chave para novas lutas e processos emancipatórios. Diante do horror bolsonarista, sangue frio e coração quente são essenciais para enfrentar incertezas, lutos e fomes
Pesquisas mostram: maioria das mulheres rechaça a masculinidade agressiva do presidente. Já não o veem como antissistema. Querem respostas concretas para a crise. Saúde e avanço da fome são suas principais preocupações. Serão decisivas em outubro
Ativistas relatam: pandemia exigiu reorganização política. Mas, apesar do isolamento, redes solidárias foram construídas – e o autocuidado tornou-se essencial. Agora, novo embate: defender o direito das mulheres nas eleições de 2022
Na semana em que o bolsonarismo rosnava na Esplanada, milhares de indígenas protestaram contra o Marco Temporal — e para reflorestar as mentes. À frente, mulheres chamavam à rebeldia e coragem: por justiça, liberdade e pela cura da terra
Ela pode ser combustível para a insurgência, de uma maneira que teorias feministas não poderiam explicar. De xoxadas e bailes a pilhérias, há muitas formas de expressar entojo pelo racismo – e transformar o silêncio em linguagem e ação
Como monumentos contra o horror de guerras e genocídios são erguidos, Brasil precisará recordar para reparar o luto coletivo de mais de 520 mil mortes – enquanto, no presente, tombamos a estátua (ainda) viva da destruição nacional
Frente a crise, que pesa mais sobre os ombros femininos, grupos como o Tecelãs apostam em ações solidárias contra a fome e a violência doméstica. Também semeiam o autocuidado entre ativistas, para enfrentar o medo e as desesperanças
País concentra 75% das mortes de grávidas e puérperas por covid, no mundo – e as negras morrem 77% a mais. Pesquisadora reflete sobre as disparidades de raça, classe e região no acesso à saúde e direitos básicos, sobretudo na pandemia
“Essa guerra não declarada ecoa o terror de tantas outras. Aqui não há snipers, mas também se mata com precisão cirúrgica e com armas diversas. Destroem a terra e a gente. Como encontrar jeitos para resistir em meio às mortes aos milhares?”