Nova cultura política: o Paradigma do Habitar

Talvez seja preciso esquecer os partidos-dirigentes e perceber que as ideias de transformação mais potentes tramam-se nos próprios territórios de vida e luta

Cartaz do movimento Barcelona en Comù

Cartaz do movimento Barcelona en Comù

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Crise de representação, crise econômica, crise ecológica… Para enfrentá-las, talvez seja preciso esquecer os partidos-dirigentes e perceber que as ideias de transformação mais potentes estão se tramando nos próprios territórios de vida e luta

Por Amador Fernández-Savater, no El Diario | Tradução: Inês Castilho

O que se lerá em seguida é um ensaio de teoria-ficção. Não pretendo demonstrar nada ou dizer a verdade. Está mais no terreno da ficção que, como nos ensinam as crianças, começa com algumas palavras mágicas: “e se…”, “imagine que…”. Mais que descrever a realidade ou convencer, quer afirmar uma perspectiva que (na melhor das hipóteses) pode seduzir por sua capacidade de embaralhar de novo o possível e o visível em um sentido mais intenso, útil ou prazeroso.

Imagine que há dois paradigmas: o “paradigma do governo” no qual se trata de conduzir a realidade desde uma ideia ou modelo; e o “paradigma do habitar”, em que se trata de cuidar e expandir as potências que já há, que já somos. Estes dois paradigmas incluem sensibilidades, formas de ver e modos de fazer, não tanto “lugares” (instituições/ movimentos etc.) como práticas. Na realidade se misturam, entram em conflito e contaminação. Nesta teoria-ficção apresentam-se claramente distintas.

Esta teoria-ficção foi lida pela primeira vez no verão de 2015 na Universidade Popular do Campo de Cevada (universidade-ficção!) numa fala limitada a 20 minutos. Certamente por essa origem, o texto tem um caráter algo esquemático e abstrato. A imaginação e experiência de cada leitor pode completá-lo livremente, esse seria seu desejo e sua busca.

O paradigma do governo

1.

O que se vê não é o que acontece. Se introduzimos um pau na água, o que vemos? O pau parece dobrar-se. Mas sabemos que não é assim. Os sentidos nos enganam, não são caminhos seguros de acesso ao conhecimento. Para conhecer, propõe então Platão, “há que se arrancar os olhos”. Quer dizer, colocar entre parênteses o mundo sensível.

Nesse “colocar entre parênteses” consiste a eterna luta do conhecimento contra a opinião (a ideologia, o mito…). O conceito, se é tal (a definição-determinação da coisa), nem se vê, nem se cheira, nem se pode tocar, só se pode pensar. “ O conceito de cachorro não late”, diz Spinoza. Pensar é ver com o olho da mente pura.

Pensa-se, pois, fazendo o vazio. Construindo um “contexto zero” em que as coisas possam dizer-se a si mesmas: uma linguagem como as matemáticas, um instrumento como um termômetro ou um microscópio etc. Se o contexto zero não o é realmente, quer dizer, se no vazio se filtra algo de sociedade ou de história, então não escutaremos as coisas dizer-se a si mesmas, mas sim os preconceitos sociais da época (no sentido comum) falando sobre elas. Nesse caso, o contexto – nossa ideologia, nossa identidade, nossa posição social – pensará por nós. E o resultado não será um conceito ou uma definição, mas tão somente um eco do mundo.

Atreva-se a pensar (sapere aude) significa: atreva-se a deixar de ser um eco passivo do mundo, uma estação repetidora dos preconceitos da época. A verdade é a verdade, diz Agamenon a seu guardador de porcos. A razão teórica é este “discurso de ninguém” no qual e pelo qual ninguém fala concretamente, ninguém fala particularmente, mas a coisa se diz a si mesma. Uma demonstração matemática é assim, independentemente do sujeito que a enuncie. Diz-se sozinha, desinteressadamente. É independente do tempo, dos lugares e das circunstâncias: eternamente verdadeira ou eternamente falsa.

Por último, conhecer não é gerar ou criar realidade. O conhecimento não agrega nenhum pedaço mais ao patchwork infinito de culturas e costumes que é o mundo.

2.

Leio que Diógenes (o cínico) foi capturado no curso de uma viagem por mar perto da ilha de Creta e oferecido num mercado de escravos. “E você, para que serve?”, lhe perguntou seu leiloeiro. “Para governar”, respondeu-lhe Diógenes desafiante. Em que sentido um filósofo – ou antes, a filosofia – serve para governar?

A filosofia é uma “aprendizagem da morte”, diz Platão no Fedro (o diálogo platônico sobre a alma): morte do corpo para que a mente pura possa pensar. Silêncio mortal das opiniões e dos sentidos para nos tornarmos capazes de abstração. Isto é, de pensamento.

Não há diferença essencial entre conhecer e governar. A razão teórica conhece. A razão prática faz ou governa. Decidir livremente é decidir independentemente do que cada qual opine ou deseja. Atuar livremente é “atuar por dever”, explica Kant, quer dizer “atuar necessariamente”. Fazer o que deve-ser, o justo. Ser livre é querer que nossos atos sejam leis: atos de ninguém, quer dizer, necessários.

Liberdade é esta independência do contexto. O que se tem de fazer em cada situação não depende da própria situação. Somente tomando distância com relação a ela – abstraindo – podemos fazer o que deve ser feito. De outro modo, não há ação livre, antes a repetição de algum costume interiorizado, obediência a algum mandato oculto (de nossa família, de nossa classe social, de nossa identidade sexual). Ecos do mundo.

Governa-se, pois, desde um lugar vazio (que teve diversos nomes na história da filosofia: “céu das ideias”, “ser-aí”, “fenda”, “nada”). Não se trata exatamente de um lugar físico, embora se tenha tentado instituir (o centro da assembleia grega, o Parlamento na modernidade). É o lugar das leis, o lugar do universal e necessário.

Governar – exatamente como conhecer e pelas mesmas razões – não engendra ou cria realidade, não acrescenta mais nenhum fragmento ao patchwork infinito de possibilidades humanos, antes encaixa o que é com as exigências do dever-ser.

Em resumo, governar é 1) arrancar os olhos ou aprender a morrer (porque o sensível induz a erro); 2) deduzir e projetar o que se deve haver (o justo) e 3) finalmente, aplicá-lo sobre a realidade, curvando o ser ao que deve-ser. Endireitar a realidade, colocá-la direita (em estado de Direito, em estado de Lei).

3.

O paradigma do governo modelou do começo ao fim nosso imaginário ocidental: para o melhor (por exemplo, a declaração dos Direitos Humanos) e para o pior (essa vontade de nos converter em “amos e donos da natureza” enunciada por Descartes e que hoje destrói o mundo).

Também a transformação revolucionária, a construção de uma nova sociedade, foi pensada (e praticada) a partir deste paradigma. E é nesse aspecto concreto que quero me deter aqui agora.

A partir do paradigma do governo, a ação revolucionária consistia em:

– um, abstrair e modelar. Deduzir teórica e especulativamente o que se deve fazer (o Plano, o Programa, a Hipótese), “arrancando os olhos” para isso, ou seja, colocando entre parênteses o que há (o mundo tal e como é, as práticas já existentes) porque induz ao erro (nunca está à altura do dever-ser, sempre lhe falta algo).

– dois, aplicar e forçar. Levar a cabo, pensar estrategicamente e organizar os meios segundo os fins, empurrar o que é em direção ao que deve-ser, combatendo para isso sem trégua os mil obstáculos que sempre aparecem neste caminho: a realidade e sua obstinada tendência de desviar-se da linha correta, os rivais que têm outra ideia do que deve-ser, a plebe que teima em seguir olhando com seus próprios olhos etc.

4.

O Partido de massas foi seguramente o dispositivo por excelência do paradigma de governo no século XX: o lugar vazio, o contexto zero, o olho da mente pura de onde governar a realidade. Na cabeça, os teóricos e os intelectuais capazes de arrancar os olhos e separar-se de si mesmos para pensar, os estrategistas e os planejadores que “veem mais vasto e mais longe”. Mais abaixo, as massas encarregadas de aplicar e de forçar, os quadros e os militantes responsáveis por aterrizar as ideias e impulsionar a realidade.

Somente juntos, no Partido, somos livres: capazes de pensar, fazer e decidir por necessidade, independentemente do tempo, os lugares e as circunstâncias. Somente juntos, no Partido, nos excluímos do contexto e impomos uma vontade ao mundo: fazemos História. Somente juntos, no Partido, nos tornamos capazes de um verdadeiro desinteresse e atuamos como instrumentos puros do que deve-ser, do justo. A ideia-força do Partido, ao mesmo tempo magnífica e terrível, marcou com fogo o século XX.

Hoje em dia, os partidos já não têm seguramente a importância política, cultural e existencial que tiveram em seus melhores dias, convertidos em máquinas puramente eleitorais e subordinadas às exigências da sociedade do espetáculo. Mas sua sombra é ampliada: segue-se pensando a ação política geralmente como um tipo de intervenção que vem do exterior; a estratégia, como um ajuste fino entre os fins e os meios; o ativismo, como aquela força de vontade que empurra o que é para o que deve-ser; a temporalidade política como um tempo sempre de atraso: um adiamento perpétuo, nunca uma plenitude presente etc. Pode-se ter um partido incrustado na cabeça e no coração, ainda que não se milite em nenhum.

Escapar do paradigma do governo é abrir uma bifurcação urgente e desejável. Não simplesmente por razões de “eficácia” (seria necessário pensar bem em que consiste a eficácia para este paradigma). A necessidade vem de outro lado: atuar no paradigma do governo consiste em colocar entre parênteses os mundos sensíveis, mas é justamente aí onde estão latentes as potências capazes de modificar o estado de coisas. O paradigma do governo é um tipo de olhar que queima e desertifica as situações onde germinam as possibilidades que podem mudar o mundo. A partir do vazio, é o vazio o que semeia no mundo; a partir de uma carência e de uma falta, é carência e falta o que se expande por todos os lados. Torna-nos insensíveis quanto ao que teríamos de aprender a sentir e nos apresenta como objeto de controle (em que se aplica a linha correta) o que teríamos que aprender a habitar.

O paradigma do habitar

5.

Vamos chamar de “paradigma do habitar” a outra sensibilidade, outro olhar sobre a realidade e outro modo de fazer que:

– em lugar de fazer o vazio (ou arrancar os olhos), consiste primeiro em perceber e “crer no mundo”, como pedia Deleuze;

– em lugar de projetar o que deve-ser, consiste em detectar e entrar em contato com os pontos de potência (energias, forças, intensidades) que já estão ali;

– em lugar de aplicar leis e forçar-dobrar a realidade, consiste em cuidar, acompanhar e favorecer os diferentes pontos de potência.

6.

Acreditar no mundo. Descobrimos o real povoado de linhas de força. Nem vazio, nem “cheio” (saturado, ordenado, completo). Descobrimo-nos a nós mesmos afetados por algumas delas. Deixamo-nos afetar por outras novas, educando uma disponibilidade, uma abertura…

Partimos do que há, não do que deveria haver. O que há pode ser uma inquietude, uma pergunta, uma intensidade, uma dor ou um sofrimento (não associemos demasiado depressa a potência com a “alegria” e “o bom”). Em qualquer caso, trata-se de uma força que dá lugar, nos põe em movimento e nos faz fazer.

Partir do que há é, em certo sentido, uma decisão não-livre. É partir de algo não escolhido, nem conquistado, antes de algo que nos acontece (em primeiro lugar pelo corpo, como vibração ou afeto). Algo talvez involuntário, inclusive “sofrido” ou “passivo”, uma pressão.

A liberdade no paradigma do habitar não consistiria na independência do contexto, como essa liberdade que louvamos em um juiz neutro, um jornalista imparcial ou um homem autossuficiente. Tampouco é um gesto heroico ou audacioso graças ao qual viramos a situação e lhe impomos nossa vontade, mas antes um certo saber-fazer com o que nos faz. (Há quem propõe pensar essa profunda imbricação de dependência e potência como o princípio de uma política no feminino, enquanto que a estreita relação entre independência e poder seria a marca maior de uma política masculina, viril).

Nem arrancar os olhos, nem aprendizagem da morte, antes voltar a “acreditar no mundo” como o que temos precisamente à vista (ou na ponta dos dedos…). Fazer disso que acontece e nos acontece um princípio de vida e ação.

7.

Detectar as potências. No que vivemos, há instituições que podem desenvolver-se, pequenos detalhes que permitem ver tudo diferente, encontros cujos efeitos é possível prolongar. São como ondas capazes de transportar-nos, sistemas de cavidades, energias intercambiáveis. Quero dizer: em cada situação há um princípio de mobilidade (ou muitos). Não é verdade que partir das situações – depender delas – nos transforme em ecos passivos do mundo. Na materialidade de cada situação há um potencial capaz de nos levar mais longe. Podemos detectá-lo, escutá-lo, atendê-lo, entrar em contato e nos deixar levar.

Como? Duas indicações. Por um lado, é preciso dar-se tempo. Dar-se tempo para ver, sentir, pensar ou nos impregnar da potência desconhecida de uma situação. Livrar-se da impaciência, da insatisfação constante com relação a tudo que é o afeto que domina nossa relação com as coisas no paradigma do governo. Dar-nos tempo para apreender os possíveis que nascem ou se abrem.

Por outro lado, trata-se de inventar dispositivos de intensificação para ver-sentir mais e melhor o que há. “Filmar para ver” é o sugestivo título de um livro do diretor Jean-Louis Comolli sobre cinema. A sensibilidade não é um dado natural, não se trata aqui de nenhuma oposição entre natureza e artifício. Necessitamos de todos os tipos de artifícios e disciplinas que recriem nosso olhar, refinem nossa sensibilidade, afiem nossa atenção para o existente. A transformação social é indissociavelmente política e cultural.

8.

Acompanhar as situações. A potência não cresce sozinha, é preciso elaborá-la e expandi-la. Elaborar significa dar caminho e continuidade (com imagens, com gestos, com palavras, com slogans de ação) a uma determinada intensidade que nos atravessou. Expandir significa acompanhar a potência e incrementá-la, levá-la até onde possamos, compartilhá-la ou generalizá-la, reconvertê-la ou transformá-la. Porque o que simplesmente se conserva extingue-se e morre.

Aqui também é uma questão de dispositivos concretos. Sabemos que há dispositivos maus condutores de energia: bloqueiam-na ao canalizá-la muito rigidamente, ao atribuir-lhes um autor, uma origem, um proprietário, um patrão, uns canais ou caminhos obrigatórios etc. São as instituições do paradigma do governo, empenhadas em “endireitar” a realidade. Em troca, os bons condutores da energia são aqueles dispositivos que a deixam passar: regiões de trânsito e não acumuladoras. E que a relançam, prolongam seus efeitos e induzem novas metamorfoses: transformadores e não estabilizadores.

9.

O paradigma do habitar parte da pluralidade e autonomia das situações (precisamente o “tempo, os lugares e as circunstâncias” que sobrevoam o paradigma do governo).

No paradigma do governo, e a partir dele, as situações concretas não têm sentido ou valor em si mesmas, só em referência ao Plano Estratégico que lhes dá unidade, sentido e direção. A diversidade infinita das situações é percebida como um obstáculo: “fragmentação”, “dispersão”. Sua potência intrínseca (o que cada uma pode gerar, criar, dar lugar) é negligenciada e desconsiderada: sua razão de ser está fora delas próprias (são partes de um todo, meios para fins). É o que se chama “lógica transitiva”, pela qual A não tem outro sentido e valor que não levar-nos a B. Sentido sempre retardado, exterior, in absentia.

O Partido de massas se fixa nas situações distintas (“frentes” ou “setores”), mas não deduz delas o que se deve fazer (seria um erro ótico!), mas a partir de uma estratégia global e de conjunto. Os militantes de partido aplicam, nas situações concretas, as respostas gerais. O militante é verdadeiramente este ser sempre dolorosamente dividido: imerso nos diferentes contextos (o bairro, a fábrica), mas sem pensar a partir deles (acreditar, detectar e acompanhar), porém a partir de Outro Lugar.

Governa-se a partir do céu, homogêneo e vazio. Habita-se na terra, povoada e múltipla. No paradigma do habitar, e a partir dele, não há nada mais que o infinito das situações concretas. Cada uma delas tem o centro de gravidade em si mesma. Não servem ou remetem a outra coisa, nem são personagens numa obra que Outro escreveu. Criam sentido, não o recebem. E não lhes falta nada, salvo talvez atenção, tempo, cuidado e desejo.

10.

Estamos condenados, ao assumir a multiplicidade e a autonomia das situações como potências e não obstáculos, à “fragmentação” e à “dispersão”?

É a alternativa que se nos propõe a partir do paradigma do governo: “ou eu ou o caos”. Ou o Partido – o cérebro de um corpo – ou a babelização e a entropia. No paradigma do habitar, e a partir dele, podemos reimaginar o problema da “organização” (e todos os demais: a estratégia, a temporalidade, a disciplina, o compromisso etc.) a partir de outro lugar, fora dessa alternativa: neste caso, como tecido artesanal das potências localizadas.

Primeiro é preciso afirmar o seguinte: na pele do habitar (no conjunto infinito das situações) já existem mil articulações. A pele é isso. Mas quando se sobrepõem sobre a realidade as ideias de organização do paradigma do governo (a “acumulação de forças”, a “frente de massas”), essas articulações ficam invibilizadas, negadas, negligenciadas. De novo: o que se vê não é o que acontece, o que acontece é o que deveria acontecer.

Na tenda de campanha ou no bunker (os “lugares vazios” da estratégia e da guerra) os generais alucinam os movimentos de suas tropas sobre um mapa. Mas não há tropas, não há mapa, não há generais, não há tenda de campanha. Existe apenas um emaranhado de relações sem centro, uma montagem nunca fixa de milhares de articulações de peças singulares.

Mil articulações singulares que se tecem artesanalmente (uma a uma) e a partir de dentro, quer dizer, a partir de correntes de simpatia.

Mil articulações que não remetem a um centro ordenador ou a uma narrativa unificadora, antes em todo caso a ficções comuns que funcionam como lentes de aumento e amplificadores do que há.

Mil articulações nas quais não se pode reconhecer o polo ativo e o passivo (intelectuais/massas, núcleo irradiador/povo). Os agitadores da pele são parte da própria pele, polarizações provisórias de sua força, lideranças localizadas, concretas e internas.

Se o Partido é um dispositivo de filtramento e exclusão (que pedaços partidos da realidade são “verdadeiros”, quer dizer, “servem ao Plano”), a partir do paradigma do habitar trata-se sobretudo de engendrar e criar realidade, somar mais e mais pedaços ao patchwork infinito de possibilidades que é o mundo comum, multiplicar as relações e as conexões.

Dito mais concretamente: estender e tornar mais densos, mais ricos e mais complexos os fios da teia da auto-organização. Habitar plenamente. Povoá-la inteira.

Referências

Como todos os meus textos, este é um patchwork de intuições, citações e autores tecido amorosamente. As influências mais fortes aqui são:

Para tudo o que tem a ver com o paradigma do governo, minha referência absoluta é a obra inteira (e as aulas de que tanto desfrutei) de Carlos Fernández Liria. Pode-se talvez ressaltar concretamente: “Para que servem os filósofos?

Sobre o paradigma do habitar, as cinco contribuições mais importantes que se encontram aqui são:

-François Jullien: Tratado de la eficacia.

-Diego Sztulwark y Miguel Benasayag: Política e situação. Da potência ao contrapoder.

-Comité Invisível: A nossos amigos.

-Cornelius Castoriadis: Marxismo y teoría revolucionaria.

-Jean-François Lyotard: Economía libidinal.

E, claro, as conversas com os amigos: Raquel, Susana, Pepe, Jacobo, Manuel, Juan, Marta, Diego…

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Um comentario para "Nova cultura política: o Paradigma do Habitar"

  1. Cléia Plácido disse:

    Adorei o texto, trouxe-me vária reverberações. Obrigado!

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