Singelo e surpreendente, Pacarrete, de Allan Deberton, retrata uma ex-bailarina clássica às turvas com a cidadezinha onde vive, no interior do Ceará. Deslocada, entre a realidade bruta e a fantasia, ela sonha com um retorno triunfal
Num tempo irrefletido, percorrer as ruas sem pressa ou objetivo utilitário é resistência real. Nega o produzir sem cessar. Reivindica a cidade-espaço público. E reintroduz o pensar-olhar; o abrir-se ao mundo sem a mediação dos mercados
“Para esta criança e o cachorro, o tempo tinha como medida o desejo. Era uma revanche ante o ritmo do relógio. Típico de uma sociedade sem tempo, ele expressa um sentido específico de humanidade: a do tempo do ‘progresso'”