As novas mobilizações dos sindicatos
Publicado 08/07/2011 às 02:57
No Sul 21
Passados os seis primeiros meses do governo Dilma Rousseff, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos sociais como o MST realizam nesta quarta-feira (6) a primeira mobilização nacional mais forte para pressionar por mudanças nas políticas econômicas e sociais. Vendo o “outro lado” obter conquistas no governo, os trabalhadores tentam reunir forças para colocar sua pauta na agenda do governo federal.
As manifestações ocorrem em todo o Brasil. Em Porto Alegre, a concentração acontece no Parque Harmonia a partir das 9h30. De lá, os trabalhadores farão protesto junto à Secretaria Estadual da Fazenda e ao Ministério do Trabalho, no centro da cidade. Eles também encontrarão os servidores do judiciário federal, que estão em greve e realizam protestos no mesmo dia.
Segundo o secretário de comunicação da CUT-RS, Paulo Farias, trata-se de um “princípio de mobilização” cuja expectativa é de que se fortaleça até o final do ano, para quando está sendo planejada uma manifestação em Brasília. Para o sindicalista, o objetivo é pressionar o governo em torno de uma agenda dos trabalhadores.
“O governo é de coalizão. O outro lado, a direita, está se mobilizando. Nós precisamos fazer nosso papel, ir para a rua e pressionar o governo”, diz Farias, em entrevista ao Sul21.
A mobilização tem três eixos principais: trabalho e sindicalismo, alimentação e educação. Ganhos reais para os trabalhadores nas campanhas salariais do segundo semestre, redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário, reforma política e Plano Nacional de Educação estão entre as pautas de reivindicação.
Henrique e o coordenador nacional do MST, João Pedro Stédile, estarão no Pará para protestar contra os assassinatos de lideranças sociais ocorridos nas últimas semanas. “Ao mesmo tempo em que vamos denunciar estas atrocidades, vamos exigir a federalização das investigações destes assassinatos, denunciar a criminalização dos movimentos sociais e lutar pela reforma agrária”, destacou Artur.
Outra ponto da mobilização protestará contra a privatização dos aeroportos, proposta em andamento no governo federal. “A perda do controle estratégico e público do setor aeroportuário abre caminho para um monopólio privado que significará o fim dos aeroportos não lucrativos localizados nos pontos mais distantes do país”, afirma o presidente Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke. As manifestações podem afetar o funcionamento dos aeroportos nesta quarta.