As duas críticas à vida sintética

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Além de provocar euforia, entre os que o desenvolvimento da ciência é sempre um sinal de avanço, o anúncio da criação da primeira célula a partir de DNA fabricado pelo homem gerou dois tipos de crítica. Conhecê-las será muito importante para o debate futuro sobre o tema.

De um lado, cientistas como a uruguaia Silvia Ribeiro, da Ong ETC, adotam a postura conhecida como precaucionista. Preocupam-se, em especial em evitar que as novas tecnologias sejam aplicadas até que comprove serem inofensivas à natureza. É uma posição semelhante à adotada diante dos transgênicos.

Outros analistas — como o britânico John Sulston, Nobel de Medicina em 2002 — preferem saudar as possibilidades abertas pela nova técnica, e colocar foco no não-patenteamento dos seres criados artificialmente. A eventual criação estável de seres vivos pela humanidade terá imenso impacto na própria vida de nossa espécie e planeta, sugere o argumento. É preciso assegurar, portanto, que as descobertas não sejam apropriadas por um pequeno grupo de empresas.

Veja, em nosso dossiê, material sobre os dois pontos de vista. Inclusive, o surpreendente editorial de The Economist, que defende, contra as ameaças possivelmente representadas pela vida artificial, a abertura das tecnologias — citando como exemplo o sucesso, contra vírus de computador, do trabalho colaborativo das comunidades de software livre.

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