Fábrica Bhering: vitória contra desocupação

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Mobilização-relâmpago dos movimentos culturais do Rio evitou despejo de centro de arte contemporânea na zona portuária. Preservados ateliês de pintura, escultura, fotografia, performance, videoarte, multimedia, restauração e literatura

No Direto da Redação

No mesmo lugar onde se produzia, décadas atrás, toneladas de balas e chocolates, hoje se faz (e se consome) arte. Dois decretos assinados pelo prefeito Eduardo Paes garantem que prédio da Fábrica da Bhering, no Santo Cristo, Zona Portuária do Rio, continue a ser espaço de fervura cultural. Mas os artistas levaram um tremendo susto, dias atrás. De acordo com Camila Lamha do portal da Secretaria Estadual de Cultura do RJ, todos os ocupantes do edifício receberam a notícia de que seriam despejados no prazo de 30 dias, já que o prédio fora leiloado por R$ 3,2 milhões a uma imobiliária para reparar um débito tributário dos seus donos. Paes, no entanto, assinou dois documentos que determinam o tombamento e a desapropriação do espaço, garantindo a permanência dos locatários no endereço.

O centro de criação estabelecido nos 20 mil metros quadrados da antiga fábrica, há mais de dois anos, é conhecido entre os cariocas como um valioso ponto de encontro e de produção de arte. Então reunidos ali 50 artistas e 20 outras pequenas empresas, que, sem qualquer acordo prévio, acabaram transformando o ambiente peculiar em um lugar de criação e de possíveis trocas. Entre as atividades desenvolvidas no local estão ateliês de pintura, escultura, fotografia, performance, videoarte, multimedia, restauração e literatura.

Os ocupantes da fábrica garantem a participação do espaço no roteiro do evento ArtRio, Feira Internacional de Arte Contemporânea que acontece entre 12 e 16 de setembro. Outras atividades da agenda do prédio, como os encontros que A Bolha Editora promove aos sábados no terraço, com apresentações de música e divulgação de livros de arte, seguem mantidas.

“A arte contemporânea brasileira está em franca ascensão. Todos os olhares estão sobre nós, e precisamos dar conta do recado. Temos consciência da ação pioneira que a nossa reunião artística desempenha na Bhering e do nosso papel cultural na região”, afirma a artista Ana Holk.

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