Antes que eles deixem de existir

Em viagem pelo planeta, fotógrafo registra imagens de civilizações ameaçadas — porque são “exóticas” aos olhos do Ocidente e não se submetem a mundo dominado pela mercadoria

Por Janara Lopes, no Ideafixa

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Em viagem pelo planeta, fotógrafo registra imagens de civilizações ameaçadas — porque são “exóticas” aos olhos do Ocidente e não se submetem a mundo dominado pela mercadoria

Por Janara Lopes, no Ideafixa

O fotógrafo Jimmy Nelson andou pela Etiópia, Indonésia, Papua Nová Guiné, Quênia, Tanzânia, Nova Zelândia, Mongólia, Sibéria, Nepal, China, Vanuatu, Argentina, Equador, Namíbia, Índia, Sibéria e na Península de Chukotka. Tudo isso para registrar todas as tribos que ainda resistem mundo afora, e que estão prestes a se extinguir.

банна эфиопия

“Em 2009, meu plano era entrar em contato com tribos isoladas, e com visual único. Eu queria testemunhar as suas tradições, juntar-me a eles em seus rituais e descobrir como o resto do mundo está ameaçando seu modo de vida para sempre. Mais importante que isso, eu queria criar um documento fotográfico estético ambicioso que resistisse ao tempo. Um corpo de trabalho que fosse um registro etnográfico insubstituível de um mundo que está desaparecendo rapidamente.”, conta Jimmy Nelson.

Before They Pass Away (Antes Que Deixem de Existir) é o nome registro rico e cinematográfico que virou livro.

вануату

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дрокпа индия пакистан

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казах монголия

калам папуа новая гвинея

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10 comentários para "Antes que eles deixem de existir"

  1. Helio Hintze disse:

    Sabe, pensando bem… eu analisei mais profundamente esta exposição e, neste segundo olhar, ela me parece bem mais claramente agora:
    um fotógrafo europeu branco, revisita de maneira neocolonialista os ‘outros’ povos. Por que ‘outros’? Pois o referencial é a Europa, é eurocêntrico, portanto.
    Olhando mais de perto, podemos perceber uma tremenda estetização destes povos nas imagens superproduzidas pelo tal fotógrafo.
    O trecho do holliwoodiano vídeo que ele produziu reforça a personagem central (o indiana jones da fotografia) e seus objetos.
    Não se tornam mercadorias? já se tornaram… acesse o site e compre suas imagens… signos/mercadorias postos à venda JUSTAMENTE porque esses povos podem vir a desaparecer.
    Um olhar um pouco mais atento mostra que essa exposição é a reafirmação do mesmo.
    HH

  2. Guará Preguiçoso disse:

    As imagens são espetaculares. Mas senti muita falta de uma legenda dizendo de onde era cada foto. Sou leigo no assunto e não identifico todas as fotos só de olhar. Se tiver como colocar legendas eu, em nome dos leigos interessados, agradeceria muito.

  3. Helio Hintze disse:

    Ola pessoal,
    a exposição é incrível e a matéria da Janara também.
    aproveito para apresentar minha tese de Doutorado que mostra, pelas vias de um estudo interdisciplinar, exatamente os mesmos problemas da produção empobrecedora do turismo.
    http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-04102013-164505/pt-br.php
    Grato
    Prof. Helio Hintze

  4. Emmanoel Agostinho de Oliveira disse:

    Quanta gente bonita ainda permanece neste mundo. Muito obrigado ao fotógrafo por nos presentear com a sua linda obra. É verdade que, no espaço mercantilista que vive o mundo ocidental, não há tempo para se maravilhar com esse tipo de arte. Arte que não se enxerga com os olhos. mas com a visão do coração. Isso se torna complicado para nõs.

  5. Allan Petersin disse:

    Fora de um mundo de mercado portando uma metralhadora na mão.
    acho que eles estão bem interessados em alguns objetos do mercado

  6. Andréa Thees disse:

    O site é espetacular. Vale uma visita.

  7. Ney disse:

    Tá, Juliana, vamos todos copiar Nova York (coisa que de resto nem os americanos fazem). Então não haverá mais “exotização alheia” e seremos todos iguais. Mas fico pensando; não seria melhor ensinar aos ocidentais (inclusive ou principalmente antropólogos) a respeitar e preservar culturas em desaparecimento, em vez teorizar sobre tudo o que é diferente, em busca de uma pasteurização hegemônica? Será que aquelas figuras que aparecem nas fotos portando armas de guerra modernas têm acesso, também, a medicamentos modernos? Provavelmente não, porque pouca gente lhes leva medicamentos, mas muitos mais levam armas, garantindo o registro e acompanhamento do choque cultural para a confecção de trabalhos “científicos” teóricos acadêmicos, mas não ajudando em nada no que se poderia chamar de “aculturação positiva”. Antropólogos e cientistas comportamentais ocupam hoje, de maneira diferente e mais elaborada, a função que nos países coloniais do século XIX foi dos pregadores: e as pessoas destas comunidades ditas “primitivas”, ah, estas continuam sendo tratadas feito animais de laboratório, também chamados “cobaias”.

  8. juliana disse:

    As fotos são lindas, mas vale o alerta para pegadinha do “desaparecimento das culturas”. Não bastasse apenas que nas últimas décadas a antropologia superou essa síndrome do “desaparecimento”, vale lembrar também que a exotização alheia é uma das formas mais perversas do capitalismo.

  9. Maravilhoso!! Um espetáculo para se admirar por horas!

  10. misaeljordao disse:

    Neste momento em que a revolução está em coma no horizonte da história, um trabalho como esse vem, oportunamente, questionar a hegemonia do Ocidente, seu modo de vida baseado na produção de mercadorias. Ele nos traz ânimo para resistir e continuar preparando o terreno para as gerações futuras. Trabalho maravilhoso. Parabéns!

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