Proteção quase total
Como oferecer outro tipo de máscara às equipes fez contágio despencar em hospital do Reino Unido
Publicado 30/06/2021 às 08:34 - Atualizado 30/06/2021 às 08:36
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Que máscaras diferentes oferecem graus diferentes de proteção, isso já se sabe. Mas um estudo (ainda preprint) conduzido em um hospital em Cambridge, no Reino Unido, mostrou que é possível praticamente zerar o risco de contaminação usando respiradores PFF3, mesmo em ambiente hospitalar, de altíssimo risco de contágio.
Durante a maior parte do ano passado, o hospital seguiu a orientação oficial do governo, que era geralmente oferecer aos profissionais máscaras cirúrgicas. Lá, pacientes com confirmação de covid-19 ficavam em enfermarias “vermelhas”, e aqueles sem sintomas e com teste de SARS-CoV-2 negativo ficavam nas “verdes”. A análise dos dados revelou que o risco de os profissionais das alas vermelhas pegarem o vírus era simplesmente 47 vezes maior do que nas verdes.
Mas quando começou a segunda onda o hospital mudou as regras e ofereceu PFF3 às equipes. Resultado: a taxa de infecção nas duas alas se igualou – mesmo que os profissionais nas alas vermelhas estivessem em contato direto e constante com pessoas infectadas, mesmo que pacientes não usem máscaras e mesmo com nova variante. Ainda houve algumas infecções, mas, como aconteceram na mesma proporção que na alas alas dos pacientes sem covid-19, isso sugere que elas provavelmente não foram adquiridas no trabalho.
Já se fala muito sobre PFF2 no Brasil, mas pouco sobre as PFF3. A diferença entre elas em relação à proteção individual conferida é muito pequena: segundo a ABNT, as PFF3 precisam garantir que a penetração dos aerossóis nos testes não ultrapasse 1%, ou seja, elas devem reter no mínimo 99% dessas partículas. Já as PFF2 devem reter no mínimo 94%, o que ainda é um percentual extremamente alto. É sempre bom lembrar que, em todos os casos, para a proteção ser efetiva os respiradores precisam estar bem ajustados no rosto.
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