PÍLULAS | Mais brasileiros com diabetes, obesidade e hipertensão

• Indígenas cobram agenda ambiental de Lula • O Brasil ansioso • Seria possível uma epidemia simultânea de gripe e covid? • O problema do zika vírus • Bancos de sangue vazios em SP • Bula digital •

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No ano passado, o país registrou 9,14% da população com mais de 18 anos com diabetes – ou seja, cerca de 15 milhões de brasileiros convivendo com a doença que mata, anualmente, 6,7 milhões em todo o mundo. Os dados são da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel) 2021, pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde. O aumento da população com a condição foi de 11,47% desde o último levantamento. Mulheres são mais afetadas que os homens. O Vigitel também apontou uma maior proporção de mulheres com pressão alta, de 27,13%, contra 25,41% dos homens, em 2021. Ao todo, um quarto da população adulta tem hipertensão arterial – aumento 75% superior ao período pré-pandemia. Quanto à obesidade, a taxa de adultos obesos passou de 20,27% em 2019 pra 22,35% em 2020.


A carta aberta dos povos indígenas a Lula

Durante dez dias, mais de 7 mil manifestantes de povos originários brasileiros ocuparam Brasília durante a 18ª edição do Acampamento Terra Livre. No dia 12/4, por meio da Apib, enviaram uma carta aberta ao pré-candidato à presidência da República pelo PT. Nela, cobram de Lula a interrupção do processo de destruição do país, e apelam pela construção de um novo projeto civilizatório. Em cinco eixos, estabelecem o esboço de uma Carta-Compromisso para um eventual mandato. Pedem também o comprometimento com os direitos dos territórios e a demarcação de Terras Indígenas; a retomada dos espaços de participação e controle social indígenas; a reconstrução de políticas e instituições indígenas; interrupção da pauta anti-indígena no Congresso; e a construção de uma agenda ambiental.


Ansiedade, que gerou surto coletivo em Recife, pode se tornar mais comum

Brasil é o país com maior índice de incidência dessa síndrome, e afeta 9,3% da população, segundo dados da OMS. O episódio que desencadeou a crise simultaneamente em 26 jovens, ocorreu em uma escola em Recife, na última sexta-feira (8/4). Os estudantes apresentavam sintomas de crise de ansiedade, como falta de ar e taquicardia. Os alunos da Escola de Referência em Ensino Médio Ageu Magalhães receberam o atendimento dos profissionais do Samu, sem necessidade de hospitalização. O psiquiatra e professor da UnB, Raphael Boechat, observa que não há nos documentos da área a previsão de diagnóstico de ansiedade coletiva. Ele pondera que, possivelmente, um fator de estresse do próprio ambiente desencadeou a crise em alguns, que podem ter influenciado outros, devido a idade.


Por que não ocorreu uma “epidemia gêmea” de gripe e covid

Um artigo publicado no New York Times tenta desvendar uma intrigante questão: por que as duas doenças não ocorreram simultaneamente durante a pandemia? Algo que teria sido dramático, na avaliação de cientistas, pode ter sido evitado não só pelas máscaras e distanciamento social, mas também pelo fato de um vírus respiratório ajudar o corpo a se defender de patógenos concorrentes. Acontece o desencadeamento de uma complexa cascata de reações imunes. O fenômeno é chamado de “interferência viral”. A matéria conta que estudos recentes mostraram que as coinfecções de gripe e coronavírus são raras, e as pessoas com uma infecção ativa por influenza têm quase 60% menos probabilidade de testar positivo para o coronavírus.


A ameaça de um surto global do zika vírus

Cientistas alertam que uma única mutação poderia ser o suficiente para desencadear uma disseminação explosiva. Embora sua reação seja leve para maioria das pessoas e quase não haja casos de morte pela doença, seus efeitos são catastróficos para bebês ainda no útero. O vírus pode prejudicar o feto em desenvolvimento, causando microcefalia e danos cerebrais. Mas o mundo deveria também estar atento às novas mutações: uma equipe do Instituto La Jolla de Imunologia realizou um experimento passando células de mosquitos infectados a camundongos, onde ocorreram pequenas mudanças genéticas. Isso significa que foi relativamente fácil para o zika sofrer mutações de uma maneira que permitia que o vírus prosperasse e se espalhasse, mesmo em animais que tinham alguma imunidade anterior de uma infecção transmitida pelo mesmo mosquito: a dengue.


SP: segue a crise dos bancos de sangue

Em fevereiro, o Outra Saúde já havia mostrado que o estado passava pela crise mais duradoura do abastecimento de estoque de banco de sangue. Ontem,a Agência Brasil informou que a Fundação Pró-Sangue, ligada à Secretaria do Estado de Saúde, alertou que está com os estoques operando com apenas 36% da capacidade, há risco de falta de sangue para atender pacientes internados ou que dependem regularmente de transfusões. Segundo o órgão, os tipos sanguíneos O -, O +, B – e B + têm estoque para menos de um dia. A fundação está recebendo doações em dois postos na capital paulista e em quatro na Grande São Paulo – em Osasco, Barueri, Guarulhos e Carapicuíba. Há uma programação especial de horários de atendimento durante o feriado de Páscoa. Os endereços podem ser encontrados na página da Pró-Sangue onde também é possível agendar o dia da doação.


Vem aí a “bula digital”?

O Senado aprovou, na última terça-feira (12/4), um projeto de lei que regulamenta a bula eletrônica dos medicamentos. Se sancionada pelo presidente, os laboratórios deverão inserir um QR Code nas embalagens dos medicamentos para acesso à versão digital da bula, com informações sobre a sua composição, utilidade, dosagens e as suas contraindicações. Essas bulas deverão ainda ser hospedadas em links autorizados pela Anvisa que, além de conter informações atualizadas, idêntica ao da bula impressa, devem permitir a conversão do texto para áudio ou vídeo – mediante o uso de aplicativo adequado para outros recursos de multimídia. O projeto não prevê o fim da bula impressa, que vem junto ao medicamento, na embalagem.

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