PÍLULAS | Em memória de Arthur D. Riggs, e da ciência a serviço da vida
• Arthur D. Riggs e sua luta pela ciência • Surto de hepatite em crianças no Reino Unido • Inteligência Artificial na medicina •
Publicado 12/04/2022 às 05:30 - Atualizado 12/04/2022 às 11:38
Em memória de Arthur D. Riggs, e da ciência a serviço da vida
No último dia 23 de março, ele faleceu aos 82 anos. O New York Times relatou que seu impacto no campo da biotecnologia foi nada menos que revolucionário. Conhecido por seu papel na criação da insulina artificial, desenvolveu junto a outros cientistas uma maneira de usar a tecnologia do DNA recombinante. “Uma fita cassete tem as instruções para tocar a música”, comparou ele em uma entrevista em 2013. A partir do trabalho do Dr. Boyer e outro pesquisador, Stanley Cohen, que já haviam desenvolvido a tecnologia básica por trás do DNA recombinante, Riggs foi ver como essa tecnologia poderia ser usada para ajustar as bactérias para produzir hormônios artificiais para uso humano. Em 1982, após um longo processo de revisão e aprovação, uma versão comercial da insulina comercial foi aprovada pela agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration. Foi o primeiro produto biotecnológico significativo a receber a aprovação da agência. Avesso a uma visão da medicina comercial enviesada pelo lucro, doou a maior parte sua fortuna ao longo da vida a hospitais e institutos de pesquisa.
Alerta internacional de surto de hepatite em crianças
Cerca de 60 casos da doença foram registrados em menores de 10 anos na Inglaterra. Na Escócia, mais 11 crianças foram hospitalizadas no último mês. A autoridades de saúde não têm ideia do que levou dezenas de crianças a serem atingidas pela doenças inflamatória no fígado. “Estamos trabalhando com parceiros para aumentar a conscientização entre os profissionais de saúde, para que quaisquer outras crianças que possam ser afetadas possam ser identificadas precocemente e os testes apropriados realizados”, afirmou Meera Chand, diretora de infecções clínicas e emergentes da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA). Além da covid, outras infecções estão sendo consideradas como causa, segundo a agência. E já descartam ligação com a vacinação – até porque as crianças mais afetadas são muito jovens para serem elegíveis para a vacina. Cientistas alertam para que pais fiquem atentos a “sinais de icterícia, onde a pele tem uma coloração amarela e é mais facilmente vista no branco dos olhos”, para, de prontidão, entrar em contato com profissionais de saúde.
Inteligência artificial para identificar AVC e infarto
Em um teste clínico que envolveu 11 mil pacientes, o sistema inteligente para prever ocorrência de doenças cardiovasculares obteve mais de 73% de acerto. Com a análise de 27 tipos de proteínas, a técnica superou a taxa de acerto de médicos humanos que usavam dados clínicos para avaliar risco de infarto, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral nos pacientes testados. O resultado, publicado na Science Translational Medicine, é o melhor obtido até agora por um sistema digital de diagnósticos, informou o Globo. Para se certificarem de que o sistema estava alinhado com o conhecimento médico prévio, os cientistas compararam o resultado obtido por inteligência artificial com aquele desenhado por médicos, e não houve contradição. A ideia da pesquisa não é que médicos usem o sistema para fazer previsões fatalistas, mas apontar os pacientes que podem se beneficiar de diferentes tipos de intervenção para ter prognósticos melhores.