OMS mantém status de emergência global para covid-19
• Ainda estamos em pandemia • Obesidade infantil deve ser tratada com remédios? • A corrida pela vacina contra Alzheimer • Cubanos voltam ao Mais Médicos • A volta do Consea • 4º Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher •
Publicado 31/01/2023 às 10:44 - Atualizado 31/01/2023 às 10:47
Após seguir conselhos do Comitê de Emergência de Regulamentos Sanitários Internacionais, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, decidiu pela manutenção da emergência global para covid-19. Em setembro passado, ele chegou a declarar que tal estado estava próximo de ter seu fim declarado, mas, apesar das condições cada vez mais favoráveis, considerou mais responsável mantê-la. “(Os membros do comitê) reconheceram que a fadiga pandêmica e a redução da percepção pública de risco levaram a uma redução drástica no uso de medidas sociais e de saúde pública, como máscaras e distanciamento social. A hesitação em vacinar e a disseminação contínua de desinformação continuam a ser obstáculos extras para a implementação de intervenções cruciais de saúde pública”, diz a nota da OMS. Ele também afirmou que a vacinação – ainda em níveis insuficientes em países de média e baixa renda – segue como a principal estratégia de contenção do coronavírus.
Tratamento precoce para obesidade infantil?
Uma nova diretriz da Associação Americana de Pediatria sobre obesidade infantil causa críticas e controvérsia no meio: trata-se da recomendação de medicamentos e cirurgias como solução para tal condição de saúde. Nazrat Mirza, uma das responsáveis pela edição da norma, após 15 anos sem atualizações pela instituição, defendeu o chamado tratamento preventivo por considerar que a obesidade é uma condição crônica. No entanto, os críticos da medida alegam que caberia à Associação a recomendação de um modo de vida mais saudável, com alimentação mais natural (mais de 50% da dieta de um estadunidense médio é ultraprocessada) e atividades físicas regulares. “Estamos propondo estratégias de tratamento que são caras e, mesmo nas melhores circunstâncias, muitas vezes não são bem-sucedidas”, disse Katy Miller, médica entrevistada pela BBC.
Vacinas para Alzheimer geram “corrida do ouro”
Matéria do jornal O Globo relata a corrida de diversos laboratórios pela criação de uma vacina para a doença de Alzheimer, contra a qual a ciência apenas esboçou conseguir alguma cura. “Existe muito dinheiro para pesquisa com Alzheimer hoje nos Estados Unidos e na Europa. A gente está vendo um cenário de ‘corrida do ouro’ para a descoberta da cura do Alzheimer, e as vacinas fazem parte desse cenário”, disse ao jornal Gustavo Alves dos Santos, farmacólogo e pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. As linhas de pesquisa até aqui atacam as moléculas beta-amiloide e tau, que se acumulam entre os neurônios e promovem a degeneração neurológica, e os anticorpos monoclonais. Outro método de pesquisa que tem sido aplicado é a imunomodulação, que usa moléculas mais gerais do organismo, a exemplo da BCG, já aplicada no tratamento de outras doenças.
Médicos cubanos ofendidos por Bolsonaro podem voltar
Em decisão do desembargador Carlos Augusto Pires Brandão, do Tribunal Regional Federal da 1a Região, foi decidido que o governo brasileiro deve recontratar os 1.789 médicos cubanos da 20a turma do programa Mais Médicos. Tais profissionais já trabalhavam no Brasil quando, após vencer as eleições em 2018, Bolsonaro fez inúmeras declarações ofensivas aos cubanos, inclusive em relação a suas capacidades técnicas, além de anunciar que pretendia rever as regras do acordo entre ambos os governos nacionais. Em retaliação, o governo de Cuba encerrou o convênio. Em substituição ao Mais Médicos, Bolsonaro criou o Médicos pelo Brasil, mas o programa nunca saiu do papel. “Até hoje, municípios que tinham médicos cubanos, que foram embora por causa da crise diplomática em 2019, estão sem médicos”, disse Nésio Fernandes, secretário de atenção primária à saúde, ao site da CNN, que também declarou ser “urgência urgentíssima” a retomada do programa.
Governo retoma Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional
Em um de seus primeiros atos, Lula editou a Medida Provisória 1.154 de 1º de janeiro 2023, que, dentre diversas atribuições do governo federal, reinstituiu o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), extinto por Jair Bolsonaro também em seu primeiro dia de mandato. “Com 33 milhões de brasileiros em situação de fome, a volta do Consea, além de imprescindível, é sinônimo de esperança, visto seu caráter de contribuições traduzidas em medidas concretas para melhoria da alimentação da população, segurança alimentar e cumprimento do direito humano à alimentação e nutrição adequadas”, reforça Carlota Aquino, diretora executiva do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), ao site entidade, que participou dos trabalhos de transição. A volta do Consea chegou a ser aprovada em variadas emendas de MP no Senado e na Câmara, mas Bolsonaro sempre a vetou.
SBPC realiza cerimônia de entrega do 4º Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”
O evento será realizado no dia 10 de fevereiro e terá transmissão pelo canal da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência no YouTube, em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Trata-se de um concurso realizado pela SBPC que visa prestigiar projetos de iniciação científica entre meninas estudantes de ensino fundamental e médio. Foram analisados 446 projetos, divididos entre as áreas de Ciências biológicas e saúde, Engenharias, exatas e ciências da terra e, por fim, Ciências Humanas. “Como tivemos muitos trabalhos finalistas, resolvemos premiar duas estudantes de cada área na Graduação e três no Ensino Médio. Foi um trabalho oneroso para a comissão julgadora, mas muito gratificante porque vimos projetos qualificados”, comentou Fernanda Sobral, vice-presidente da SBPC, ao site da instituição, que divulgou aqui a lista das premiadas.
