Farmacêuticas não querem reembolsar países pobres por compra de vacinas

• O golpe da vacina • ONU discute flexibilização de patentes para próxima pandemia • Duplo aumento nos remédios em 2023 • Chamamento da Força Nacional do SUS • Enfermagem começa paralisação em 14/2 • A pegada de carbono da carne •

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À medida que a pandemia de covid-19 vem sendo controlada pelo mundo, a demanda por vacinas também está caindo – se comparada àquela de 2020 e 2021. Uma matéria do New York Times revela que diversas farmacêuticas venderam antecipadamente vacinas para a ONG Gavi – organização internacional de imunização que comprou as vacinas em nome do programa global Covax, da OMS –  e não querem reembolsar 1,4 bilhão de dólares nos pagamentos antecipados para doses canceladas. A Gavi é a ONG que mais angariou doações, inclusive de governos, para comprar e distribuir vacinas a países subdesenvolvidos. Ainda de acordo com a reportagem, as farmacêuticas sempre deram preferência aos países mais ricos na venda das vacinas, com o objetivo de aumentar os preços. 

ONU tenta acordo para futuras epidemias

Em declaração oficial, a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação de um acordo entre países com o objetivo de garantir quantidades mínimas de vacinas e demais insumos nas próximas emergências globais. A indústria farmacêutica, que teve lucros exponenciais durante a pandemia, já se posicionou contra. No documento, o órgão defende a flexibilização de patentes e políticas de propriedade intelectual – leis que hoje beneficiam a chamada Big Pharma. As negociações com os países devem iniciar a partir do dia 27 de fevereiro; a previsão é que elas durem até 2024. “Trata-se de uma chance única dessa geração de fazer uma mudança de paradigma para a proteção e melhoria da saúde da população mundial”, declarou Fadela Chaib, porta-voz da OMS, sobre o acordo. 

Remédios caminham para ter duplo aumento de preço em 2023
As novas alíquotas de Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), definidas sobre medicações por diversos estados brasileiros para compensar a limitação do tributo sobre combustíveis e energia, poderão causar um duplo aumento dos preços de remédios nas farmácias em 2023. Isso porque, além do novo tributo, há também aquele anual autorizado pelo governo – que deve ser aplicado a partir do dia 1º de abril. Segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos, no acumulado de 2020 e 2021 os medicamentos aumentaram, em média, 3,75% – enquanto a inflação geral chegou a 15,03% no país. 

Força Nacional do SUS aceita inscrições para atender yanomamis  

Após o diagnóstico da crise humanitária enfrentada pelos indígenas na Terra Yanomami, profissionais e equipes do Sistema Único de Saúde (SUS) estão trabalhando no local para atender os doentes e conter a piora da situação. O ministério da Saúde disponibiliza um formulário em seu site para profissionais da saúde que queiram se inscrever como voluntários para participar da Força Nacional – que atualmente está atuando em massa para atender os yanomamis. O cadastro é permanente, direcionado para a Força Nacional do SUS, independentemente de qual seja a missão. “Então é para essa missão, mas também para as outras que possam ocorrer” explicou Nilton Pereira Júnior, diretor do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência (Dahu), do ministério da Saúde. Caso o profissional esteja trabalhando, o ministério manda um ofício para a chefia para organizar uma escala durante o período da missão – passagens e auxílio são custeadas pelo governo.  

Enfermagem define calendário de paralisações pelo piso da categoria
O Fórum Nacional da Enfermagem, composto pela CNTS, FNE, CNTSS, Cofen, ABEn, ANATEN, CONFETAM e ENEENF, publicou em suas redes sociais que haverá, no dia 14/2, uma paralisação nacional da categoria em para exigir a implementação do piso salarial. Programa também uma greve para 10/3.  “O movimento demonstra toda a insatisfação da categoria diante dos impasses, empecilhos e morosidade do governo federal, do Supremo Tribunal Federal e das entidades privadas lucrativas da saúde em pagar o piso aos trabalhadores”, divulgou, em nota, o Fórum. Após meses de sua aprovação no Congresso, o aumento do salário desses profissionais da saúde continua incerto

Carne representa 86% da pegada de carbono no Brasil

O consumo de carne pelos brasileiros contribui com 86% da pegada de carbono na dieta, indicador de emissão do gás na atmosfera, segundo uma análise de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) publicada no jornal científico Environment, Development and Sustainability. Segundo os autores do artigo, políticas públicas com o objetivo de conscientizar sobre o impacto do consumo de carne na saúde e no ambiente são necessárias. A pesquisa também quantificou o consumo de acordo com cada tipo de carne entre 2008 e 2017: o consumo de peixe reduziu 23%; de porco aumentou 78%; frango, 36%; e a carne bovina não apresentou mudanças expressivas. As famílias pobres, isto é, com menos de um salário mínimo por integrante, não aumentaram o consumo total de carne no período analisado.

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