Na pandemia, Brasil já tem mais mortes do que o Reino Unido na Segunda Guerra

Conselho Nacional de Saúde pede responsabilização do governo Bolsonaro pela tragédia

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Ontem, o Brasil atingiu a marca de 400 mil mortos por covid. A carga mortal da pandemia no país já supera as baixas de soldados britânicos na Segunda Guerra Mundial. E é galopante: acontece apenas 37 dias depois que registramos 300 mil óbitos. O que Jair Bolsonaro tem a dizer? “Chegou a um número enorme de mortes agora aqui, né?”, constatou, depois de afirmar que ‘lamenta’. E só. 

O presidente preferiu dedicar seu tempo a difamar Araraquara, em São Paulo, caso indiscutível de sucesso do lockdown. Segundo Bolsonaro, o prefeito da cidade, Edinho Silva (PT) iria levar a cidade à miséria. Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi chamado de “ditadorzinho”.

Folha resgatou 22 declarações de Bolsonaro que minimizam a pandemia e influenciam a livre circulação de vírus e pessoas, fator indispensável ao recrudescimento do quadro sanitário no Brasil. As declarações feitas nos grandes marcos da crise já conhecemos, mas não custa lembrar: “Enquanto cruzavam as marcas de 100 mil cadáveres (em 8 de agosto de 2020), 200 mil (em 7 de janeiro deste ano) e de 300 mil (em 24 de março), os brasileiros ouviam da maior autoridade do país que o Sars-Cov-2 é uma ‘fantasia da grande mídia’, uma ‘gripezinha’ e um ‘mimimi’”.

Em nota divulgada ontem, o Conselho Nacional de Saúde foi direto ao ponto: “Não há outra palavra que possa definir o que está ocorrendo no Brasil. O governo federal está promovendo o GENOCÍDIO da população por meio de uma política arbitrária, negacionista e criminosa. O Estado nos abandonou. Fechou os olhos para seu próprio povo, ferindo de morte a nossa Constituição de 1988. O presidente do país, Jair Messias Bolsonaro, e sua cúpula precisam ser responsabilizados criminalmente pelas mais de 400 mil vidas perdidas até aqui, principalmente segmentos populacionais mais vulnerabilizados e historicamente negligenciados.”

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