Israel deixa maior hospital de Gaza em ruínas

• Brasil busca aliança para descentralizar produção de vacinas • Vacina de HPV em dose única • Imunizante contra VSR para gestantes • Wolbitos no Rio de Janeiro • Argentina vê saúde pública sobrecarregada •

.

As duas fotos que o leitor vê acima, publicadas no New York Times, retratam um dos prédios do hospital Al-Shifa, na Faixa de Gaza, antes e depois de ser atacado por Israel. O exército sionista invadiu o complexo hospitalar no dia 18 de março e o ocupou até 1º de abril, deixando o equipamento completamente destruído. Entre pacientes e refugiados, centenas de pessoas que estavam abrigadas em Al-Shifa foram mortas, não havendo ainda números precisos. À Organização Mundial da Saúde (OMS), um diretor do hospital que visitou suas instalações afirmou que elas “não poderão mais funcionar de forma alguma”, tamanha a destruição. Para a agência, “o coração do sistema de saúde de Gaza foi arrancado”. Como se esse crime de guerra não fosse o bastante, Israel lançou mísseis contra três carros da World Central Kitchen (WCK) e matou sete funcionários da organização humanitária, seis deles estrangeiros, nesta segunda (2/4). As ONGs que atuam em Gaza oferecendo refeições gratuitas, como a WCK, suspenderam suas atividades no território, por receio de serem o próximo alvo. Já não restam dúvidas de que Israel alastra a fome na Palestina de forma intencional.

Brasil costura alianças para produção local de vacinas no G20

A ministra da Saúde Nísia Trindade detalhou nesta semana os esforços do Brasil para estimular a descentralização da produção de vacinas, por meio da presidência do G20. A ideia é criar uma aliança global que viabilize a fabricação dos imunizantes em países da África e da América Latina (como o próprio Brasil), em especial de doenças negligenciadas. De acordo com um representante da Sociedade Brasileira de Imunologia, “é perfeitamente cabível e necessária a construção dessa aliança para fortalecer as parcerias de cada país para contribuir nesse cenário onde certamente os países ricos têm menos interesse em desenvolver estratégias de prevenção e tratamento dessas doenças negligenciadas”. Um dirigente da indústria farmacêutica também frisou que o plano é ousado, mas exequível. “Na minha visão, o governo acerta em alinhar as metas internas às do G20”, ele lembra, referindo-se aos projetos de fortalecimento do complexo industrial da saúde.

Nísia implementa dose única da vacina de HPV

Por meio de um pronunciamento em vídeo, Nísia também anunciou que a vacina contra o HPV passará a ser administrada em dose única no Brasil. Na fala, a ministra afirmou ter orientado “aos Estados e municípios que façam uma busca ativa de jovens de até 19 anos que não receberam nenhuma dose da vacina, para que possam atualizar sua vacinação”. A mudança estaria ligada a um esforço de ampliar a adesão à imunização, e teria o respaldo da OMS. Segundo Nísia, 2023 já representou o ano de maior vacinação contra o HPV desde 2018. 5,6 milhões de doses teriam sido aplicadas no ano passado, 42% a mais que no ano anterior. No vídeo, a ministra também ligou a novidade, que faz parte das ações do Movimento Nacional pela Vacinação, à luta contra o câncer de colo de útero, já que o HPV é o principal causador da doença.

Anvisa autoriza vacina contra VSR para gestantes

Na segunda-feira, foi publicada oficialmente a autorização da Anvisa para o registro de uma vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O imunizante se chama Abrysvo e é produzido pela farmacêutica estrangeira Pfizer. “O esquema posológico envolve a aplicação de uma única dose” da vacina, explica o comunicado da autarquia. A vacinação com a Abrysvo seria voltada principalmente para as mulheres gestantes, com o objetivo de prevenir a bronquiolite em crianças pequenas. Porém, seu uso também foi autorizado para a prevenção da infecção do VSR em adultos maiores de 60 anos de idade. No final do ano passado, outra vacina contra o mesmo vírus já havia sido aprovada, mas sua utilização se restringia à imunização de idosos. Agora, estarão cobertos também os pequenos, também muito afetados pela bronquiolite.

RJ aposta no método Wolbachia

Ampliando seus esforços para enfrentar a dengue, a cidade do Rio de Janeiro recorrerá mais uma vez ao método Wolbachia, segundo a Agência Brasil. Ontem (2/4), foram soltos mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia (os “wolbitos”) no bairro do Caju, e nas próximas 20 semanas a Secretaria Municipal de Saúde pretende realizar mais solturas no mesmo bairro e também no Centro e na Ilha de Paquetá. De acordo com um dos coordenadores do programa, nos 29 bairros onde o método já foi implementado no Rio, “o que a gente pode dizer é que houve uma redução média de 38% nos casos de dengue. Por conta da infecção pela bactéria, os wolbitos não podem transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya. Sua multiplicação, por meio do cruzamento com os mosquitos normais, é uma aposta das autoridades para reduzir os casos dessas enfermidades, em especial da dengue neste momento de epidemia”. 

Empobrecimento sob Milei sobrecarrega saúde pública da Argentina

Em entrevista ao jornal Página 12, dirigentes da Saúde da província de Buenos Aires revelaram mais uma consequência nefasta do empobrecimento brutal dos argentinos nos últimos meses. Com a autorização do presidente Javier Milei para um aumento de 40% no valor dos planos de saúde, os equipamentos da saúde pública estão ficando sobrecarregados como nunca antes, provavelmente devido ao fluxo da parte da população que antes recorria ao setor privado. “Estamos tendo muito mais demanda do que no ano passado”, diz a diretora de um hospital público na região metropolitana na capital, que identificou a mudança a partir do grande aumento nos pedidos de senhas para os mais variados procedimentos. A situação escancara a farsa das promessas do ultraliberalismo. “O centro do discurso de Milei e companhia é louvar ‘o privado’, mas o que a escalada sem freio dos preços gerou foi a busca de milhares por uma resposta do setor público”, diz outro funcionário. 

Leia Também: