Governo corta verba para universidades
• Novo corte nas universidades • O que será da saúde em 2023 • Piso da enfermagem garantido pelo Senado? • Agrotóxicos e saúde • A Amazônia depende da eleição de Lula • Ciência prova o perigo do armamentismo •
Publicado 06/10/2022 às 12:36
Governo Bolsonaro confisca verba de universidades e institutos federais
O ensino superior brasileiro corre o risco de não conseguir pagar funcionários e custos de operação, após um novo corte feito pelo governo de mais de R$ 1 bilhão. Entre julho e agosto, outros R$ 1,34 bilhões já haviam sido contingenciados no orçamento de 2022. Para a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), “essa limitação estabelecida pelo Decreto, que praticamente esgota as possibilidades de pagamentos a partir de agora, é insustentável”. Movimentos estudantis estão marcando atos para o dia 18/10.
O “cenário macabro” para a saúde em 2023
Após 4 anos de administração, o governo de Jair Bolsonaro causou graves danos ao sistema de saúde brasileiro, com o desmantelamento de programas eficientes. É o que afirma o jornal Valor Econômico, que relembra dados preocupantes: enquanto a queda da taxa de vacinação no Brasil foi de 95% em 2015 para 44% em setembro deste ano (DataSUS) e a pandemia deixou 700 mil mortos, o orçamento previsto para a área da saúde em 2023 é o menor desde 2014. A baixa contraria as necessidades da pasta e está ligada a transferência de verbas para emendas parlamentares, estratégia bolsonarista para garantir apoio no Congresso.
Senado aprova uso de recursos da pandemia para o Piso da Enfermagem
O Senado aprovou, nesta terça-feira (4), por unanimidade, o projeto de lei complementar (PLP 44/2022), para custear o piso nacional da enfermagem. O projeto autoriza que estados, municípios e Distrito Federal utilizem recursos originalmente destinados para o combate à pandemia de covid-19 para garantir o pagamento do piso, que determina pagamento mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos de Enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares de Enfermagem e parteiras.
Estudo investiga danos à saúde causados por agrotóxicos
Uma pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP investigou os efeitos do uso de agrotóxicos por agricultores familiares nos municípios de Pimenta e Capitólio, em Minas Gerais. O estudo sugere que a contaminação pelos químicos está associada a dores de cabeça, irritação nos olhos, insônia e nervosismo. Os municípios contam ainda com um índice expressivo de suicídios e buscas por tratamentos oncológicos em cidades vizinhas. Quase metade dos trabalhadores que participaram da pesquisa (42,5%) relataram algum sintoma de intoxicação. Em fevereiro desse ano, a Câmara dos Deputados aprovou o “Pacote do Veneno” (PL6299/2002), que torna o registro de agrotóxicos no país mais fácil.
Eleições decidirão o futuro da Amazônia
Lula e Bolsonaro têm visões antagônicas sobre o futuro da região amazônica. As taxas de desmatamento bateram um recorde de 15 anos durante a gestão Bolsonaro e o seu ex-ministro do Meio Ambiente, envolvido com comércio ilegal de madeira, foi eleito como deputado federal por São Paulo. Está claro que uma possível reeleição da extrema-direita significará mais retrocessos na proteção do meio-ambiente. Lula, por sua vez, explicitou em seu programa de governo o incentivo à bioeconomia, para favorecer a pesquisa e o desenvolvimento de fármacos na Amazônia e o compromisso em fechar todos os garimpos dentro de territórios indígenas.
Negar perigo do armamentismo é negar a ciência
Em artigo para o Jornal da Ciência, Daniel Cerqueira, coordenador do Atlas da Violência, diz que já está comprovado cientificamente, através de diversas pesquisas, que a difusão de armas de fogo leva a maiores taxas de homicídios, de feminicídio, de acidentes fatais e de suicídios. Ele aponta que “ao contrário da falácia armamentista sob a qual o mundo estaria dividido entre ‘cidadãos de bem’ e criminosos, até 40% do total de mortes violentas intencionais são devidas a motivações interpessoais, segundo estatísticas oficiais das polícias”. Ou seja: feminicídios, brigas de bar, brigas de trânsito, desentendimentos por diferenças ideológicas, entre outras razões. “Assassinatos perpetrados por um cidadão que nunca participou do mundo do crime, mas, que em meio a um conflito, sentindo-se empoderado, com uma arma na mão, terminou matando o outro”, conclui.