Ex-diretor da Saúde esteve nos atos fascistas

• Um general da Saúde nos atos fascistas • Ministério compra Coronavac para imunizar crianças • HIV: por que Fábio Mesquita está fora? • Agrotóxicos em comunidades tradicionais • Nova presidente do Capes faz alerta sobre Cerrado • Cartel da Pfizer nos EUA •

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A coluna de Guilherme Amado no Portal Metrópoles noticiou que um general da reserva e ex-diretor de logística do ministério da Saúde esteve nos atos golpistas de domingo. “General da reserva, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Ridauto Fernandes participou das invasões terroristas em Brasília”, escreveram Eduardo Barreto e Bruna Lima, que apuraram o fato. O texto ainda afirma que o general é ligado ao grupo de Pazuello e foi exonerado de seu cargo na Saúde em 31 de dezembro. Nesta terça, o ministro do STF Alexandre de Moraes decretou a prisão de duas figuras de peso: Anderson Torres, secretário de segurança pública do DF e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, e Fabio Augusto Vieira, ex-comandante geral da Polícia Militar do DF. Já a Marinha, demitiu o capitão de mar e guerra reformado Vilmar José Fortuna, que ocupava cargo no ministério da Defesa, como também noticiou a coluna de Amado.

Ministério compra 2,6 milhões de doses para crianças

Terminado o governo Bolsonaro, chegou a hora de tapar seus buracos. Talvez uma das maiores perversões de seu mandato tenha sido a sabotagem (deliberada, como tem mostrado Outra Saúde) da vacinação infantil. Sob o comando do Marcelo Queiroga, disposto a agradar a base de fascistas fanáticos, a pasta sempre se empenhou em colocar obstáculos à agilização da vacinação para menores de 12 anos, sem nenhuma base médico-científica. Tampouco se empenhou em formar um estoque de tais vacinas, que se encontravam zeradas, o que obrigou algumas cidades a suspenderem a campanha de imunização. Agora, como publicou a Agência Aids, o ministério da Saúde anuncia a compra de 2,6 milhões de doses de Coronavac do Instituto Butantan, sendo 750 mil com entrega imediata.

Escolha de chefe de combate à aids gera tensões no ministério da Saúde

Fábio Mesquita, indicado pelo PT e pioneiro do combate ao HIV no Brasil, era o favorito para chefiar o Departamento de Vigilância de IST/Aids e Hepatites Virais, recriado pelo governo Lula. Porém, após uma reunião entre Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde, e o presidente do Foaesp (Fórum das ONGS/Aids do Estado de São Paulo), Rodrigo Pinheiro, o médico Draurio Barreira, atualmente gerente de Tuberculose da Unitaid (agência da OMS), foi escolhido para chefiar o Departamento. Entidades e movimentos de saúde divulgaram apoio a Mesquita e apontam que Pinheiro fez oposição ferrenha ao PT no período político anterior. Como relatou reportagem da Folha, elas também pedem uma reunião com Ethel Maciel, a fim de tentar reverter a decisão.

Os impactos de agrotóxicos em comunidades tradicionais

A última edição da revista Radis publicou uma reportagem sobre como comunidades camponesas, de agricultores familiares, tradicionais e povos indígenas buscam alternativas para sobreviver ao avanço do veneno e para construir outro modelo de agricultura. Ela expõe os dramas de alguns dos 30 casos de populações atingidas diretamente por agrotóxicos, como é o caso da comunidade de Jejum, no MT. Os quilombolas denunciaram a pulverização de agrotóxico ao lado de sua comunidade, apesar das normas estaduais que estabelecem uma distância mínima de 90 metros para aplicação. As denúncias raramente são ouvidas pelo poder público, e quase nunca há reparação para as vítimas. A matéria divulga o dossiê Agrotóxicos e Violações de Direitos Humanos no Brasil, publicado em setembro de 2022 pela organização Terra de Direitos e pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos.

Nova presidente do Capes faz alerta sobre Cerrado

Professora de Ecologia da UnB, a chileno-brasileira Mercedes Bustamante foi nomeada por Camilo Santana, ministro da Educação, presidente do Capes. Autora de mais de 100 artigos e organizadora de dois diferentes livros de sua área, a acadêmica explica nesta entrevista à Revista Fapesp a dimensão do perigo do desmatamento no Cerrado, bioma central da ocupação do agronegócio brasileiro, amplamente mobilizado nos últimos anos pelo desmonte das legislações ambientais. “O impacto não será apenas regional, porque os rios que nascem aqui abastecem oito das 12 regiões hidrográficas do Brasil, além do aquífero Guarani, que fornece água para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Secando o Cerrado, vai acabar água também em outras regiões”, afirmou. Bustamante, que também tem passagem pelo ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, se aprofundou em questões ambientais e alerta para a sensibilidade do Cerrado, cuja destruição já pode estar a atingir níveis irreversíveis.

Suprema Corte dos EUA decide contra Pfizer

Nesta segunda, a Suprema Corte dos EUA reforçou decisão de instâncias inferiores de impedir a Pfizer de aplicar um plano de copagamento de remédios para o coração. O plano da empresa era dividir com os pacientes o custo dos remédios Vyndaqel e Vyndamax, de sua fabricação. O medicamento trata de uma rara doença, a amiloidose por transtirretina, uma miocardiopatia que afeta entre 100 e 150 mil estadunidenses. Geralmente, tal condição acomete idosos, muitos dos quais com mais de 65 anos, que têm acesso ao Medicare, plano de saúde pública financiado pelo governo, que por sua vez subsidia ao menos parte dos custos com remédios. A alegação da corte era de que a iniciativa viola uma legislação anticartel, conhecida como Anti-Kickback Statute (Lei Antipropina, em tradução livre). Em 2021, a empresa faturou ao menos US$ 2 bilhões com este fármaco também conhecido como tafamidis que, segundo este estudo, é o mais caro remédio cardiovascular dos EUA.

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