Ricardo Galvão será presidente do CNPq

• Ricardo Galvão no CNPq • Brasil poderá acabar com a aids? • Dengue bate recorde • Vacinas de covid vão para o lixo no RS • Os anos cada vez mais quentes • Para retomar a Reforma Psiquiátrica •

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Marcado por ter sido um dos primeiros perseguidos por Jair Bolsonaro, o físico Ricardo Galvão parece prestes a ser nomeado como presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), segundo matéria da Folha de sexta-feira, 13/1. Ele era presidente do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em 2019, quando o órgão federal apresentou dados de aumento do desmatamento na Amazônia. Bolsonaro reagiu, disse não acreditar nas informações e insinuou que Galvão estaria a serviço de alguma ONG. Indignado, Galvão se colocou à disposição do ex-presidente para explicar o que acontecia e deixar claro que os dados de desmatamento captados por satélites do sistema Deter eram corretos. Bolsonaro, sabedor da própria má-fé, jamais se encontrou com Galvão, que acabou demitido do INPE.

É possível eliminar a aids no Brasil 

Draurio Barreira, médico e gerente da tuberculose na Central Internacional para a Compra de Medicamentos contra a Aids, malária e tuberculose (Unitaid), foi escolhido para assumir o re-estabelecido Departamento de Vigilância de IST/Aids e Hepatites Virais do ministério da Saúde. Barreira afirmou que está organizando uma agenda interministerial para contribuir com a eliminação da aids – objetivo alcançável até 2023, segundo ele, conforme estipula a OMS. “O Brasil tem condições como poucos de liderar o movimento sanitário de forma muito ousada porque, diferentemente de quase todos os países, têm um sistema de saúde que provê o acesso universal. Isso é muito raro”, afirmou. 

Recorde de mortes por dengue em 2022
Segundo o último boletim epidemiológico do ministério da Saúde, o Brasil fechou 2022 com 1.016 óbitos por dengue. Outras 106 mortes estão sob investigação. O ministério estima que houve cerca de 1.450.000 casos de dengue no ano, um incrível aumento de 162% frente aos 544 mil de 2021. “Para controlar a dengue, você precisa controlar o vetor. Para controlar o vetor, você precisa da colaboração da população e de ações públicas. As ações nos municípios foram bastante diminuídas por conta da pandemia, como os ‘fumacê’ e as visitas dos agentes de saúde e de endemias”, disse Alexandre Naime Barbosa, infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, ao site do G1. Na visão de Barbosa, a alta de casos deve prosseguir até abril, época de maior calor e procriação do mosquito aedes aegypti, o agente transmissor do vírus, e as campanhas de prevenção, que sofreram retrocesso no governo anterior, precisam ser retomadas.

Sequelas da sabotagem: vacinas são descartadas no RS
Um lote de 500 mil doses de Astrazeneca será jogado fora no Rio Grande do Sul por terem passado de sua data de validade. Como informa a Folha, o estado tem uma taxa de cobertura vacinal que pode ser considerada alarmante: apenas 57,5% da população apta tem o esquema de imunização completo. Obviamente, trata-se de um fruto direto da propaganda anticientífica da extrema-direita brasileira e em especial do ex-presidente Jair Bolsonaro, que desacreditaram recomendações da OMS sobre precaução à contaminação de covid-19 e a própria eficácia da vacina. Vale destacar que ainda persiste o sigilo sobre o cartão de vacinação do capitão golpista e sua revelação ao público foi negada pelo ministério da Saúde, segundo esta matéria de O Globo.

Os últimos 8 anos foram os mais quentes em séculos

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou que, apesar do fenômeno La Niña, os últimos oito anos apresentaram as temperaturas mais altas de forma consecutiva já registradas desde 1850. Petteri Taalas, diretor do órgão, afirmou que “cada década tem sido mais quente do que a anterior” desde os anos 1980, e que se o ritmo de emissão de gases do efeito for mantido, não será possível conter o aumento de 1,5 °C da temperatura terrestre. Esse cenário, alerta o especialista, levará a incidência cada vez mais frequente de “catástrofes meteorológicas”, como o calor extremo registrado no Paquistão ou os incêndios que afetaram a Europa e o oeste dos Estados Unidos em 2022. 

Abrasco: por outro modelo de atendimento à Saúde Mental

Relembrando a importância da Reforma Psiquiátrica Brasileira, que teve como mote a luta antimanicomial, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) divulgou seu apoio a modelos como o dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em substituição às Comunidades Terapêuticas (CTs) – que tiveram mais incentivos nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro. Segundo a entidade, as CTs, marcadas por “uma racionalidade moral-religiosa”, representam “a institucionalização de um ‘novo’ estabelecimento manicomial que muda apenas o nome e aparência em relação aos antigos manicômios do século passado”, no qual a violação de direitos humanos volta a ser uma prática constante. A Abrasco relembrou que a maioria das vítimas desse tipo de sistema são pessoas negras e pobres, e que a Reforma Psiquiátrica teve um papel fundamental no enfrentamento do racismo estrutural “ao criar uma rede de atenção substitutiva a uma das principais instituições de exclusão social e aniquilamento do povo negro: os manicômios”. 

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