Epidemia de opioides: Justiça nos EUA encerra litígio após acordo com farmacêutica

Foto: Protesto contra produtores de opioides em frente à Casa Branca, em 2019. Brendan Smialowski / AFP
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Quem acompanha a newsletter há algum tempo já nos viu falar algumas vezes sobre a família Sackler: eles são proprietários da Purdue Pharma, que responde a três mil ações judiciais por alimentar a epidemia de opioides nos Estados Unidos. Nas últimas duas décadas, centenas de milhares de pessoas morreram no país por overdoses de opiáceos – são em média 130 mortes todos os dias.

A Purdue é responsável pela produção do analgésico OxyContin – um dos principais vetores da epidemia – e as acusações dão conta de que a farmacêutica promovia a droga com práticas enganosas, mesmo sabendo do seu poder altamente viciante. Para completar, como forma de resolver as ações a empresa tentou emplacar acordos que incluíam o fornecimento de remédios produzidos por ela própria para combater overdoses e dependência química.

Esta semana, aqueles que tentavam responsabilizar os Sackler pela tragédia tiveram uma decepção: um juiz aprovou condicionalmente um acordo que acabou por beneficiar a família, na medida do possível. O termo prevê o pagamento de US$ 10 bilhões para ajudar a combater a crise – esse é o lado bom. Os Sacklers terão que sair completamente do negócio de opiáceos e contribuir com US$ 4,5 bilhões. Mas, ao mesmo tempo, serão protegidos de quaisquer ações judiciais futuras sobre opioides (e elas estão sempre aparecendo). 

“Você não pode pegar os arquitetos da crise dos opioides e lhes oferecer um bom negócio”, lamenta no STAT Ed Bisch, cujo filho morreu de overdose duas décadas atrás. A reportagem aponta que, apesar do dinheiro que a família Sackler vai gastar no acordo, sua riqueza ainda pode aumentar de cerca de US$ 10,7 bilhões para mais de US$ 14 bi na próxima década, segundo projeções do retorno de investimentos e dos juros.

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