Câmara aprova MP do Mais Médicos

Doenças respiratórias preocupam estados • Cegueira, envelhecimento, pobreza • Overdose de remédios legais nos EUA • Vacina para febre maculosa • Rio: escolas não podem mais vender ultraprocessados •

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O texto base da Medida Provisória 1.165/23, que prevê a recriação do programa Mais Médicos, foi aprovado ontem (14/6) na Câmara com 353 votos favoráveis e 58 contrários. A MP segue agora para o Senado. Como informa a Agência Brasil, a medida do governo de Lula sai quase do jeito que entrou – a única alteração que sofreu veio da bancada do PL, que suprimiu a dispensa da prova prática de habilidades clínicas para candidatos aprovados na avaliação periódica do programa. O parecer da relatora, Zenaide Maia (PSD-RN), também prevê que estrangeiros poderão participar do programa por quatro anos sem revalidar seus diplomas. Antes, esse período era de três anos. A periodicidade do Revalida também sofreu alteração: era semestral, agora será realizada a cada quatro meses. Até aqui, o novo Mais Médicos se encaminha para o êxito. 34 mil profissionais se cadastraram para as 6 mil vagas da primeira chamada, a que se somarão mais 10 mil em mais convocações previstas para 2023.

Doenças respiratórias avançam em 16 Estados e faltam leitos pediátricos

O último boletim InfoGripe da Fiocruz indicou um aumento dos casos de doenças respiratórias graves em crianças de 16 estados das cinco regiões do Brasil na última semana, noticiou o Estadão. Vários desses estados também alertam para a superlotação de seus leitos pediátricos – estados como Santa Catarina e Amapá chegaram a decretar emergências de saúde pública em diferentes momentos dos últimos meses por conta da situação. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que reúne os responsáveis estaduais da pasta, buscou o apoio do ministério da Saúde para garantir a ampliação dos leitos. Na sequência, o MS disponibilizou uma linha de crédito para UTIs pediátricas em municípios e Estados que declararem emergência. Diversos fatores concorreram para essa crise, como o período do ano – marcado por variações de temperatura, tempo seco e poluição – e os índices historicamente baixos de vacinação no país.

Envelhecimento e pobreza são principais fatores de risco para cegueira no Brasil

O relatório As condições da saúde ocular no Brasil 2023, divulgado na quinta-feira (15/6) pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), aponta o envelhecimento e a pobreza como principais fatores a aumentar o risco de cegueira ou baixa visão. No universo de 1,5 milhão de pessoas cegas no Brasil, 948 mil fazem parte de grupos economicamente vulneráveis, segundo o documento. “Também influencia esse cenário a falta de acesso a um atendimento oftalmológico de qualidade”, frisa o conselho em nota. A catarata, os erros refrativos não corrigidos, o glaucoma e a degeneração macular aparecem como as principais causas da cegueira, ainda de acordo com o estudo do CBO. “Além de ser mais recorrente em pessoas de menor renda, a deficiência visual também causa maior impacto nessa parcela da população que, com a chegada do problema ocular, sofre as consequências de produtividade e as dificuldades de acesso às fases de reabilitação e de educação dos cegos”, sublinha matéria da Agência Brasil.

109 mil estadunidenses morreram de overdose em 2022

Um relatório preliminar do Center for Disease Control and Prevention (CDC), órgão sanitário do governo dos EUA, divulgado pela Reuters aponta que mais de 109 mil cidadãos estadunidenses morreram de overdose no período que vai de fevereiro de 2022 a janeiro de 2023. O número escabroso revela uma estabilidade, com leve alta, em relação ao período de 12 meses imediatamente anterior, quando 108 mil americanos tiveram a overdose como causa do óbito. Por trás da epidemia, não estão drogas proibidas, como se poderia esperar. A substância associada ao maior número de mortes é a fentanila, um opióide produzido por grandes farmacêuticas e utilizado legalmente para aliviar as dores de pacientes com câncer. Sua venda ilegal abastece, entre outras situações, o consumo de pessoas que se tornaram adictas durante seu tratamento médico. Os óbitos por abuso de substâncias já superaram a marca de 100 mil em 3 anos seguidos – e superam os homicídios e os acidentes de trânsito combinados.

Potencial vacina para febre maculosa pode mirar controle do carrapato transmissor

A proteína inibidora da apoptose, a morte celular programada, pode ser um alvo promissor para o desenvolvimento de uma vacina contra o carrapato vetor da febre maculosa brasileira, sugere estudo divulgado pelo Jornal da USP. A pesquisa, realizada no Laboratório de Bioquímica e Imunologia de Artrópodes do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP e publicada na revista Parasites & Vectors, identificou que a expressão dessa proteína durante a alimentação do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) é fundamental para a sua sobrevivência. A inviabilização desse processo favorece a morte dos carrapatos quando eles se alimentam de sangue – diminuindo seus números. “A diminuição da densidade populacional dos carrapatos por uma estratégia vacinal, consequentemente, interromperia em grande parte a transmissão da doença para os seres humanos”, explicou a pesquisadora Marcelly Nassar.

Rio aprova projeto que proíbe ultraprocessados nas escolas

“A venda e a oferta de bebidas e alimentos ultraprocessados nas escolas públicas e privadas de ensino infantil e fundamental”, como diz o texto do substitutivo ao PL 1662/2019, agora está proibida no município do Rio de Janeiro. Segundo a Veja, os colégios que desrespeitarem a nova lei serão notificados e deverão se regularizar em até 10 dias. Do contrário, poderão pagar multa diária de R$1,5 mil. Uma pesquisa da UFRJ em parceria com a Fiocruz aponta que, na capital fluminense, os alimentos ultraprocessados estão 126% mais disponíveis nas cantinas de escolas que os alimentos sem nenhum grau de processamento. A medida, que se apresenta como um esforço para instituir “ações de combate à obesidade infantil”, segue agora para sanção do prefeito. Há urgência na pauta: como contou recentemente Ana Paula Bortoletto ao Outra Saúde, “por volta de 19% das calorias consumidas pelos brasileiros vêm de ultraprocessados – e a tendência segue crescendo, em especial entre os mais pobres”.

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