Crise da CoronaVac: Pazuello anuncia compra, Bolsonaro cancela

Decisão tomada ontem por Pazuello foi criticada por apoiadores do presidente. “Não compraremos vacina da China”, afirmou Bolsonaro, falando em “traição”

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Este conteúdo foi alterado às 9:13 para incluir informações sobre o cancelamento da compra anunciada ontem pelo ministro Eduardo Pazuello

O presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar uma decisão anunciada ontem pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Mesmo com toda a campanha do presidente contra a CoronaVac – e apenas um dia depois de ele reclamar do preço dessa vacina –, Pazuello anunciou ontem um acordo de R$ 1,9 bilhão com o estado de São Paulo para a compra das 46 milhões de doses do imunizante. Com isso, a CoronaVac ficaria incorporada ao Programa Nacional de Imunizações, em vez de tornar-se um negócio exclusivo de São Paulo. “A vacina do Butantan será vacina do Brasil”, disse Pazuello, em reunião com governadores.

Segundo a pasta, foi assinado um protocolo de intenções que depende do registro da Anvisa para que a compra se concretize. A expectativa era que isso acontecesse até o fim do ano; nesse caso, a vacinação começaria em janeiro.

“Nem os auxiliares de Jair Bolsonaro conseguem sustentar por muito tempo o circo político armado diariamente pelo chefe”, escreveu o colunista da Folha Bruno Boghossian sobre a derrota do presidente. No mesmo jornal, Pedro Venceslau apurou que João Doria, viajaria hoje mesmo para Brasília para “capitalizar o que seus aliados consideram uma vitória política do tucano“, de olho nas eleições de 2022.

Mas logo o peso da decisão chegou ao colo do presidente. Respondendo a comentários de apoiadores em suas redes sociais, Bolsonaro escreveu que a compra não seria concretizada, e falou até em “traição”. O site Poder360 apurou que ele enviou uma mensagem aos ministros dizendo: “Alerto que não compraremos vacina da China. Bem como meu governo não mantém diálogo com João Doria sobre covid-19″.

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