Nature: Lula é “a única escolha” para o Brasil

• Recorde de bebês com desnutrição, em 2021 • Saúde terá R$ 70 bilhões a menos • Quase não há reciclagem de plástico nos EUA • Ultraprocessados veganos são melhores? •

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Nature se posiciona a favor da eleição de Lula

A Nature, revista científica britânica de enorme renome e mais de 150 anos de existência, dedicou seu editorial à análise das eleições brasileiras, que chegarão ao término no próximo domingo. O periódico expressa, já em suas primeiras linhas, preocupação com uma possível reeleição de Jair Bolsonaro – e indica que o “caminho único” é a eleição de Lula. Nature faz uma breve comparação do histórico dos candidatos. Compara Bolsonaro a Trump e, em contrapartida, reafirma a importância de políticas do petista como o Bolsa Família e a diminuição drástica no desmatamento durante seu mandato. “Muito desse progresso já foi desfeito”, lamenta a revista.

Reproduzimos, a seguir, o último parágrafo do editorial

“Nenhum líder político chega perto de ser perfeito. Mas os últimos quatro anos do Brasil são um lembrete do que acontece quando aqueles que elegemos desmantelam ativamente as instituições destinadas a reduzir a pobreza, proteger a saúde pública, impulsionar a ciência e o conhecimento, proteger o meio ambiente e defender a justiça e a integridade das evidências. Os eleitores do Brasil têm uma oportunidade valiosa para começar a reconstruir o que Bolsonaro derrubou. Se Bolsonaro ficar mais quatro anos, o dano pode ser irreparável.”

Governo Bolsonaro: quase 3 mil bebês com desnutrição, em 2021

Em 14 anos não se via uma situação tão grave. Foram 113 internações por desnutrição a cada 100 mil nascimentos no Brasil, no ano passado – ante 101,9 em 2008. Trata-se de mais um reflexo da fome, que atinge 33 milhões de pessoas no país, mas também da vulnerabilidade social a que estão submetidos. O levantamento foi feito pelo Observa Infância, e seu coordenador também destaca a baixa taxa de saneamento e disponibilidade de água potável como responsáveis pela desnutrição de bebês. A região Nordeste é a que mais sofre, com 171,5 crianças por 100 mil nascidos vivos, seguida da região Centro-Oeste, com 122,8. “Não é soro na veia, não é antibiótico, não é oxigênio, não é nebulização. A criança vem ao hospital para comer”, lamenta Ruben Maggi, pediatra do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), no Recife, entrevistado pela reportagem do Estadão.

SUS terá perda de R$ 70 bilhões no orçamento

Os economistas da ABrES (Associação Brasileira de Economia da Saúde) fizeram as contas: somadas as perdas impostas pelo teto de gastos, o previsto no Orçamento de 2023 e a desvinculação dos royalties do petróleo, a Saúde terá um decréscimo de R$ 70,6 bilhões. Os números foram expostos em coluna do Valor Econômico, onde os pesquisadores também apresentaram sua proposta para um novo financiamento do SUS. Seu projeto envolve considerar os investimentos em saúde com caráter estratégico de distribuição de renda, com impacto na qualidade de vida e até na produtividade do trabalho. Uma possível reforma começaria com a revogação do teto dos gastos e de outros dispositivos que estrangulam apenas os investimentos sociais. Depois, criaria espaço no orçamento para recursos com efeito redistributivo – taxando lucros, dividendos e grandes fortunas; extinguiria o orçamento secreto e reconfiguraria o orçamento federal de maneira equânime. Como mostra a tabela abaixo, que compara oito países que têm gasto semelhante do PIB com Saúde, o Brasil é o que menos despende recursos com a saúde pública – menos da metade do total.

Reciclagem de plástico é um fiasco nos EUA

Pesquisa divulgada pelo Greenpeace afirma que os EUA reciclam apenas 5% dos resíduos de plástico produzidos por sua sociedade. Isso significa 2,4 milhões de toneladas dentro de um universo de 51 milhões de toneladas. A organização ainda relata que o compromisso com o reaproveitamento do material segue um mito e apenas uma minoria de produtos de politereftalato de etileno (PET) e de polietileno de alta densidade (PEAD) podem de fato ser reaproveitados. Também diz que a hora da transição para “sistemas de reutilização e recarga”, como publicou matéria na Galileu, que ainda destacou um recuo dos EUA nas taxas de reciclagem, ainda que artificiais, desde que a China parou de aceitar o envio de plástico para seu território.

Ultraprocessados veganos são melhores que ultraprocessados de carne?

Vídeo interativo da Agência Fapesp mostra que o valor nutricional de ultraprocessados vegetarianos, cada vez mais disseminados pelos supermercados, é igual ou até inferior aos de carne. O nutricionista Bernardo Romão comparou 10 produtos à base de plantas com seus equivalentes de carne. Calorias, gorduras, proteínas e sódio têm taxas semelhantes na composição do alimento. No entanto, em fibras e carboidratos há quantidade maior nos produtos vegetais. Alguns produtos específicos até carregam taxas superiores de determinado item nutricional. Na Austrália e EUA, estudos encontraram taxas realmente inferiores nos vegetarianos pela ausência de glúten, mas distorções inesperadas também são vistas em outros itens. A conclusão é uma só: sair dos ultraprocessados e abraçar a alimentação de produtos in natura.

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