Os diabos no meio do redemoinho

Força de Bolsonaro não está no apelo à violência – mas no vingancismo contra um sistema ao qual o PT se adaptou. Esta onda pode voltar-se contra quem a cavalga

.

Força de Bolsonaro não está no apelo à violência – mas no vingancismo contra um sistema com o qual o PT se confundiu. Onda pode voltar-se contra quem a cavalga

Por Ricardo Cavalcanti-Schiel

Pode uma força política sem humildade falar dos humildes? E pode falar para eles sem uma insuportável dose de hipocrisia aristocrática, enjoativamente paternalista… aquela de vestes cardinalícias, lições de moral sobre a humanidade, o Bem e a democracia…? Essa parece ser, em termos discursivos, a contradição chave em torno do Partido dos Trabalhadores (PT) nestas eleições de 2018.

Recentemente, o senador eleito Cid Gomes provou-a bem de perto, ao demandar do PT um mea culpa pelos seus equívocos… e ser hostilizado por isso, sobretudo pela blogosfera petista. Cardeais usam luvas para lhes beijarem as mãos, e não para que algum iconoclasta, como o nosso senador cearense, lhes enderece desafios. Por conta dessa contradição chave em torno do PT, as arengas que a sua campanha desfia em defesa da democracia, contra o ódio político e em favor de um republicanismo abstrato (ele! como sempre!…) caem no vazio.

A menos de uma semana para a votação final das eleições presidenciais de 2018, salvo se houver um fato novo realmente inusitado, é bastante provável que a “onda Bolsonaro”, com tudo o que carrega de mistificações e reducionismos toscos da extrema direita, tenha se sedimentado em termos de tendência consistente, por mais aterrorizante que isso possa ser para as mentes civilizadas.

O Brasil não é a França de 2002, quando o “escândalo” Le Pen aglutinou as disposições eleitorais (inclusive de toda a esquerda) em torno de seu oponente de centro-direita, Jacques Chirac, no segundo turno. Não temos exatamente valores republicanos. A pedagogia diuturna da perversidade das nossas castas senhoriais, da lógica do privilégio e do aventureirismo predatório conformam reiteradamente, por essas plagas, outras realidades e outros valores, que ainda não foram, de fato, confrontados. Não vai ser uma mera liturgia de governo que os vai confrontar, como ingenuamente o acreditaram os governos petistas. A monarquia judicial brasileira pode aguardar sorrateiramente na próxima esquina, para cravar um punhal nas costas de qualquer liturgia ingênua. Pelo fato de os valores republicanos não gozarem de qualquer legitimidade no Brasil (e o Judiciário talvez seja quem o demonstre de forma mais contundente), o discurso antifascista não está colando.

O redemoinho que nos engole é semelhante ao que engoliu a Ucrânia quatro anos e meio atrás, só que agora com votos. Lançando mão da imagem de Guimarães Rosa, o Bolsonaro é apenas o diabo no meio dele. Como gostam de dizer meus compadres quéchua dos Andes bolivianos, todo redemoinho (em quéchua, saqra wayra ― “vento maléfico”) esconde um diabo dentro.

Para uma vasta parcela do eleitorado brasileiro, o PT defendendo a democracia, contra o fascismo, se assemelha a uma espécie de cardeal cheio de pompa, uma eminência matraqueando belos discursos ideais (ideais demais, distantes demais, abstratos demais!), uma iminência que esse eleitorado vê apenas como um hierarca acobertador de pervertidos. Note-se: o problema central já não está mais sequer na culpa substantiva (ou não) dos acobertados, sua contingência ou sua realidade contextual ― de que adianta, afinal, explicar agora para esse eleitorado que a corrupção não é a causa de coisa alguma (a crise do Brasil incluída), mas a consequência de uma estrutura torpe, à qual, “casualmente”, o PT se rendeu (mesmo tendo prometido orgulhosamente que jamais se renderia)? ―, mas agora, o problema está mais que tudo, na prepotência do acobertador, no absoluto silêncio (antes, agora e muito provavelmente futuro) diante de algo como o desafio feito pelo senador Cid Gomes. O problema agora está na arrogância do PT em se sentir apenas e simplesmente vítima coitadinha e, a partir desse lugar, querer dar lições de virtude. É difícil colar. O problema não está no conteúdo da mensagem, mas na credibilidade do seu enunciador.

O Brasil feliz de novo”, não apenas para esse eleitorado, como também para qualquer pessoa minimamente desconfiada, tem antes de mais nada um gosto de rósea morfina, que não merece mais um cheque em branco, como aquele que foi entregue à Dilma pra fazer o que fez. O PT está arrogantemente perdendo a eleição desde o primeiro turno. E o cheque em branco vai ser passado agora para um novo Collor, notavelmente piorado, tão simplesmente porque o que está mais longe já não arde tanto na memória. Mas a arrogância, essa está aí, ao dobrar a esquina.

Milagres acontecem. Sempre torcemos por eles. Não o milagre da vitória de Haddad, mas o milagre da derrota de Bolsonaro. Mas são difíceis. Considerando os predicados do santo em questão, pode ser realmente dificílimo. Aconteça o que acontecer, a essas alturas do campeonato já se pode vislumbrar o que se insinuam como algumas constatações sensíveis. Ei-las, em resumo.

1. Não parece ser substantivamente correto dizer que o grande derrotado nestas eleições foi o PSDB. O PSDB não é uma entidade ideológica high profile como um dia foi o PT (e que ainda gostaria de ser, mesmo que por mera pantomima). O PSDB decididamente se transmuta. O PSDB da Constituinte e da campanha de 89, o PSDB de Mario Covas, esse saiu de cena há muito tempo com a ascensão ao pontificado de Fernando Henrique Cardoso e seu cortejo de Chicago boys. O golpe do impeachment de Dilma e a participação no governo Temer não foi algo externo ao PSDB; formou parte dele, diz respeito à sua lógica de relação com o poder. Agora, o PSDB está se transmutando em bolsonarismo.

O PSDB não perdeu as eleições. O bolsonarismo é sua forma-devir. José Serra foi o seu melhor prenúncio. O bolsonarismo deita suas raízes sobre uma memória discursiva (uma “intertextualidade”, como gostam de dizer os semioticistas) exemplarmente cozinhada por Serra. Bolsonaro é o PSDB do B. Se João Dória não for eleito em São Paulo, vai ser ministro de Bolsonaro, do mesmo modo como já traíra antes Mario Covas, em favor de Collor. Ana Amélia, do PP, que foi vice na chapa de Geraldo Alckmin, já é a mais cotada para ser nomeada por um eventual presidente Bolsonaro como a primeira mulher a ocupar o posto de chanceler no Brasil (resta saber o que o feminismo identitarista vai dizer disso…). A pragmática trivial da direita brasileira não precisa de partidos cristalinos, perenes, intransitivos. Basta-lhe uma massaroca informe, transitável. Quanto mais informe, mais transitável.

2. O PT já não tem mais militância de massa. O estelionato eleitoral praticado por Dilma em 2014 foi o responsável por desbaratar isso a que antes se chamava de militância. Com essa carta o PT já não pode mais contar nas atuais eleições. Assim como as mobilizações contra o impeachment em 2016 não eram em defesa do governo Dilma, também eventuais mobilizações contra Bolsonaro não serão a favor da candidatura do PT. Mesmo havendo uma conjunção fenomenológica, a sutileza está na disjunção lógica, e ela marca o que logo adiante será considerado como a decadência do PT como entidade política.

Sem militância de massa, o PT perdeu o que se poderia chamar de “coturnos no solo” da interação social capilarizada. Com isso, suas maiores esperanças de campanha ficam depositadas na propaganda eleitoral pela televisão. É pouco. É pouco sobretudo para fazer frente ao exército fantasma dos bots virtuais a serviço de Bolsonaro, que infestam as redes digitais ― esses são seus boots (“coturnos”)! ―, criando um ambiente de humores (mais que de informações) que tem como objetivo ilhar o PT em um não-lugar enunciativo. De tanto querer ser um partido como os outros, o PT agora, finalmente, é apenas um partido como os outros: depende, antes de mais nada, do marketing.

O que o PT mostra hoje como a cara da sua “militância”, inclusive e sobretudo na preciosa propaganda de televisão, já não é mais “massa”, já não é mais um cidadão indistinto, humilde, que carrega o peso das suas agruras; é, fundamentalmente, a figura “empoderada” por carregar e manifestar uma marca identitária. Isso parece ser proposital, e os eleitores o reconhecem. A marca (para falar como Oracy Nogueira) da militância do PT se deslocou para o particular e para o identitário. As mobilizações passam a ser articuladas em torno dessas marcações. A cidadania geral saiu de cena, para ser vista a partir de e condicionada pelos particularismos.

Na mobilização do #EleNão em Porto Alegre, no Parque Farroupilha ― uma manifestação não exclusivamente petista, mas que dava bem o tom de um cenário mais geral―, uma faixa exemplar havia sido amarrada entre duas árvores: “As minorias são a maioria”. O resultado geral é apenas a soma passiva de substâncias particulares. Num mundo de tribos identitárias, a interação geral torna-se não mais que uma abstração. Tal como na lógica de mercado, o social passa a ser apenas o efeito inesperado (ou até “perverso”, como diria Raymond Boudon) de “virtudes” particulares ― aliás, único lugar para “virtudes”. Não é nenhuma casualidade que, numa situação dessas, valores republicanos não façam sentido.

Quando tão apenas uma reunião de afoxés sai em desfile num domingo, na Praça da República, em São Paulo, para protestar contra a morte do mestre capoeirista baiano Moa do Katendê por um bolsonarista espumante, a mensagem implícita que uma manifestação como essas acaba enviando é a de que, no fim das contas, uma agressão brutal como essa diz respeito apenas a um nicho social. Ela acaba produzindo o efeito contrário ao que pretendia: o alheamento. Quando se perde a militância geral, o termo do particular se desconecta. O reino dos particularismos não é outro que o reino dos solipsismos. O máximo que eles podem propor, em comum, é uma negação (#EleNão) e não uma positividade geral que vá além de um protocolo, a tolerância. Esta é simplesmente o ponto de partida, porque se for tão apenas o ponto de chegada, a justiça social torna-se uma abstração. Da soma dos particularismos não se chegará a um projeto de cidadania. Ela é, intrinsecamente (salvo para o liberalismo), mais do que isso.

3. O bolsonarismo era e continua sendo um fenômeno hiperinflado. A decadência do PT, por seu turno, é consistente. O que infla o bolsonarismo não é nem o ódio nem o apelo à violência ou à mágica performativa das ação de força (a nietzscheana “vontade de potência” ou a miragem riefenstahliana do “triunfo da vontade”). O que infla o bolsonarismo de eficácia simbólica é, antes de mais nada, o vingancismo. Para uma boa parte do eleitorado, contra o PT, o motor desse vingancismo é o sentimento de ter sido traído. O sentimento que estava ainda informe em junho de 2013, acabou ganhando no mote da corrupção um significante poderoso, que passou a funcionar como ícone sintético, de potência mágica (no sentido propriamente maussiano), imediatamente identificável e mobilizável para muitos.

Sim, o vingancismo, estrito senso, é, ao mesmo tempo, o núcleo reptiliano e a ponta de lança do fascismo em suas versões mais extremadas: o nazismo e os neonazismos. Mas todos eles precisam de bodes expiatórios mais ou menos bem definidos (judeus, comunistas, imigrantes, ou até russos ― como é o caso hoje na Ucrânia fascista). O vingancismo da extrema direita brasileira hoje é difuso; é contra “tudo que está aí”, dos corruptos à marginalidade urbana, da “ideologia de gênero” às terras indígenas. Rigorosamente, ele também não saiu do amorfismo discursivo de junho de 2013. Ele é sólido o suficiente para se desmanchar no ar por absoluta falta de consistência. Isso não quer dizer que deva ser menosprezado. Pelo contrário, seu perigo real reside em outro lugar.

É que só restará a tal estado de espírito político uma espécie de obscurantismo “oriental”, ou, como dizia o filósofo Marcos Nobre recentemente, o populismo bolsonarista pode transformar o Brasil em uma mistureba de Turquia com Filipinas. Sua irmandade fundamentalista já sabemos qual é: as igrejas pentecostais. Elas têm um projeto de poder e um projeto moral de sociedade (coisa da qual a esquerda abriu mão, em nome de placebos distributivistas). E podem (e seguramente deverão) ganhar espaços institucionais e econômicos com Bolsonaro. Imagine-se que, uma vez presidente, Bolsonaro estabeleça, por decreto, cotas para evangélicos nas universidades federais e na diplomacia; tudo em nome da diversidade religiosa! …e que todo o programa de “diversidade” do ensino público brasileiro passe a contemplar, igualmente, a guetificação identitária religiosa (tal como já se apraz em contemplar, no que toca a outras guetificações identitárias). Afinal, se a ideia de acabar com as cotas se mostrar inexequível, por que não juntar-se a elas?… De quebra, favorece-se um eleitorado fiel e ambicioso.

Parodiando Pierre Bourdieu a respeito da “juventude”, a “diversidade” nunca foi mais que uma palavra: pode ser usada para qualquer coisa e incidir sobre qualquer critério aleatório. Sua reificação é nada mais que outra dessas astúcias retóricas liberais a que, em nome dos “movimentos sociais” subsidiados por agendas particularistas, a esquerda se rendeu e que não tem mais como contestar. A reificação da “diversidade” foi naturalizada, assumida como Zeitgeist que expressa uma naturalidade inquestionável (da pétrea ordem “evolutiva” da “história natural” ― afinal, como diz um sábio colega meu antropólogo, o evolucionismo social é como a herpes: quando você menos espera, ele brota de novo), e não como objeto de reflexão crítica (sobretudo pelos intelectuais que se querem “antenados” ― e apenas isso: “antenados”; o que os torna, na verdade, menos intelectuais e mais adesistas cegos). Ao desprezar as relações e fetichizar (utilitariamente) as identidades, esses intelectuais assumem (e legitimam) qualquer diversidade intempestiva como algo da ordem do dado, e não como da ordem do construído; e da ordem do dado, note-se, exatamente porque a ideologia liberal (com pretensões ontológicas) reina absoluta (e, com ela, sua naturalização da agency dos “sujeitos” e seus “lugares de fala”). Diante da reificação das identidades, as relações tornam-se uma ociosidade cognitiva; elas desaparecem do mundo dos problemas, quando os problemas a se pensar (racismo, machismo, autoritarismo etc) constituem-se exatamente como relações.

Mesmo que o vingancismo sobre o qual a extrema direita hoje cavalga possa ser seu calcanhar de Aquiles amanhã, o estrago para um projeto cidadão amplo e relacionalmente inclusivo (ao invés de apenas identitariamente guetificador) já estará feito, por conta das disposições mistificadoras que o próprio neoliberalismo progressista estatuiu.

4. A diferença de contexto entre a eleição de Collor para a provável eleição de Bolsonaro é que em 1989 o caldo de cultura política dominante (ao menos nas classes médias ― onde a opinião política é gestada e cerzida) era o da recém forneada Constituição Cidadã e, com ela, o que se reivindicava como a remoção do “entulho autoritário”, enquanto hoje o caldo de cultura política dominante é o do individualismo predatório, cevado pela lógica do hiperconsumo (o que inclui a teologia da prosperidade), lastreada e apadrinhada pelo discurso das “oportunidades” (individuais) que moveu toda a lógica política do petismo no poder (mais considerações sobre esse argumento estão aqui).

Collor tinha contra si um maquinário previamente montado de deslegitimação discursiva, que movia forças e ânimos políticos, no Congresso e fora dele. Bolsonaro pode cair (e não são poucas as probabilidades de que não termine seu eventual mandato) se o vingancismo que o inflou se voltar contra si mesmo. Em todo o resto, o campo simbólico de legitimação é muito mais propício a Bolsonaro do que foi para Collor. Foram as políticas do PT que adubaram esse campo, o das “oportunidades” individuais, em detrimento da valorização do público.

Que o vingancismo venha a se voltar contra seu ginete aloprado é algo de elevada probabilidade, tão logo se comecem a implementar políticas públicas de alto poder de devastação, potencializadas por uma crise econômica global que já se avizinha e que, creem alguns analistas, pode ter uma capacidade de destruição maior que a de 2008. Nesse caso, tal como a piada pronta, a campanha anti-Bolsonaro já vem pronta com o número da sua legenda (17). Basta acrescentar o “1” após ele. Quem diria que Dilma poderia ganhar um gêmeo invertido?…

As esquerdas podem até vir a montar nesse novo vingancismo contra seu antigo cavaleiro (e essa será, provavelmente, a ultima ratio de existência de um PT em frangalhos), mas só construirão um campo de legitimação simbólica consistente para si mesmas e para suas utopias históricas se se puserem a arquitetar planos bem mais consequentes de desmontagem da cultura política do individualismo predatório ― a essência de um liberalismo que, no Brasil, associado à lógica do privilégio, acaba assumindo feições particularmente perversas. Ao tornar bastante explícito que seu projeto de regulação social é ultraliberal, Bolsonaro ao menos nos faz um grande favor: dar o nome certo a vacas que até então pareciam impunemente sagradas, mas que nunca deixaram de ser tão simplesmente vacas, com toda sua correlata produção de esterco.

5. Dizer que a decadência do PT é consistente, por oposição a um bolsonarismo apenas circunstancialmente hiperinflado, significa reconhecer, de forma curiosamente especular, que todos os argumentos do PT em torno de um imponderável “projeto de sociedade” tornaram-se, em definitivo, meramente circunstanciais, desconexos, fortuitos e, diante de tantos outros blefes para tentar garantir protagonismo político, ― por que não dizer? ― postiços. É até possível que seja isso que cause tanta exasperação difusa, assentando tanto o peso surdo do #PTnão em uma larga parcela do eleitorado quanto o agastamento de muita gente do campo das esquerdas com um projeto (o do PT) de poder pelo poder.

A decadência do PT é consistente não porque tenha obtido a maior bancada da Câmara, num cenário de pulverização partidária em que o partido nanico de Bolsonaro conquistou a segunda maior bancada. O presidencialismo de coalizão continuará mandando no jogo, com um Congresso superconservador. A decadência do PT é consistente porque ele já não serve mais como referência para um projeto transformador, um projeto cidadão de horizonte universalista, que supere os chauvinismos particularistas do neoliberalismo progressista. O projeto de Bolsonaro, no fim das contas, curiosamente, é mais universalista que o do PT. “Só” não é cidadão, ou, pelo contrário, é decididamente anticidadão; é a radicalização da lógica do privilégio contra a lógica da cidadania.

E a decadência do PT é consistente também porque ele já não serve mais de referência para um projeto onde a política se inventa, onde ela possa significar algo vivo, onde a clássica representação faça sentido. A decadência do PT é o anquilosamento. E é também, sua cada vez mais iminente descartabilidade. Essa condição não vai mudar mesmo que Haddad seja eleito. Pelo contrário, sua eleição pode apenas servir de álibi para o agravamento da anquilose.

Resta ver o que vai, por fim, acontecer. Mas as pistas já parecem estar no ar.

Leia Também:

2 comentários para "Os diabos no meio do redemoinho"

  1. elviraseixas disse:

    Incrível seu texto, imensas coragem e lucidez. Obrigada por escrever o que sentia sem conseguir organizar de modo tão claro e enfático.

  2. Valesca Menezes Marques disse:

    Texto primoroso e realista! Salve Ricardo Cavalcanti-Schiel!!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *