Em nome da “moral” e da “família”, parlamentares ultraconservadores barram inúmeros projetos que façam qualquer menção à saúde sexual, reprodutiva e de gênero. Sutil, mas com efeitos nefastos, cruzada alimenta o atraso e violações
Considerada pela ONU uma das mais avançadas do mundo, a lei reduziu feminicídio em 10% e gerou amplo debate sobre a violência de gênero no país. Porém, ainda carece de avanços em medidas protetivas e acolhimento psicológico às vítimas
Ela pode ser combustível para a insurgência, de uma maneira que teorias feministas não poderiam explicar. De xoxadas e bailes a pilhérias, há muitas formas de expressar entojo pelo racismo – e transformar o silêncio em linguagem e ação
Crise do Cuidado? Estudo inédito mostra que cidades brasileiras administradas por elas tiveram 44% menos vítimas e 30% menos internações. E estima: se metade dos municípios fosse gerido por mulheres, país poderia ter perdido 15% menos vidas
Cozinhar, criar os filhos, manter a casa: tais trabalhos essenciais ao funcionamento do mundo são amplamente realizados por mulheres. Chegou a hora de valorizá-los — e fazê-lo poderá ser primeiro passo para uma virada civilizatória
Em 2020, mais da metade dos projetos de lei sobre o tema atacavam direitos reprodutivos. Mas ideias retrógradas vão além do Congresso e de Damares: Ministério da Saúde distorceu dados sobre letalidade de mulheres que interrompem gravidez
Neoliberalismo favoreceu algumas mulheres no mercado. Mas ilusão de representatividade excluiu a maior parte e produziu crise dos cuidados, jornadas insanas e violência. Reação requer ir muito além do feminismo corporativo
Como monumentos contra o horror de guerras e genocídios são erguidos, Brasil precisará recordar para reparar o luto coletivo de mais de 520 mil mortes – enquanto, no presente, tombamos a estátua (ainda) viva da destruição nacional
Frente a crise, que pesa mais sobre os ombros femininos, grupos como o Tecelãs apostam em ações solidárias contra a fome e a violência doméstica. Também semeiam o autocuidado entre ativistas, para enfrentar o medo e as desesperanças
De laboratório neoliberal à insurgência (popular e feminista) das ruas: além de cadeiras aos indigenas, Constituinte também assegurou a paridade de gênero – e pode ser o primeiro país do mundo a superar a desigualdade histórica de representação