Sorteio: Holocaustos coloniais

Novo livro de Mike Davis mostra como tragédias do século XIX e o avanço colonial se relacionam com a ameaça de colapso ambiental. Quem é Outros Quinhentos concorre a 2 exemplares e tem 25% de desconto na Editora Veneta

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Quando se discute a origem das mudanças climáticas de uma perspectiva crítica, é comum ouvir que os países ricos são os principais responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa na atmosfera. A exploração secular da natureza com o objetivo de enriquecer mais e mais os grandes capitalistas nos trouxe para perto do “ponto de não retorno”, conceito criado por ambientalistas para indicar o momento em que o meio ambiente já não conseguirá mais se recuperar do desmatamento e da poluição causados pela incessante predação humana. 

Esse debate é importante, mas não é o suficiente para entendermos como chegamos até aqui. É isso que Mike Davis explora em Holocaustos Coloniais, livro recentemente lançado pela editora Veneta. Professor da University of California e autor de Prisoners of the American Dream (1986) e Cidade de Quartzo (1990), Davis expõe em sua obra a responsabilidade do colonialismo e da expansão do capitalismo nos “desastres climáticos” relacionados ao fenômeno do El Niño, que atingiram diversas partes do mundo no fim do século XIX, como a China, a Índia e mesmo o Nordeste do Brasil. 

Segundo o prêmio Nobel de Economia Amartya Sen, o livro de Davis “vai muito além de seu foco imediato (…). As tragédias do final do período vitoriano exemplificam um problema mais amplo de insegurança e vulnerabilidade humana que, em última análise, está relacionada à desigualdade econômica e desempoderamento político”. As secas, fome e mortes em massa que castigaram à época – e ainda castigam – os povos das nações pobres ganham razão de existir no momento em que atendem aos interesses dos ricos dos países centrais.

Aproximando a vertente da história ambiental dos métodos da história social, Holocaustos Coloniais mostra como o período em questão definiu muito do que foi o século XX – e ditou os problemas dos países no Sul Global. O Terceiro Mundo passa a ser entendido como não só um conjunto de países politicamente subalternizados e economicamente explorados, mas também ambientalmente devastados pelo imperialismo. A revolução sertaneja em  Canudos e os distúrbios anti-coloniais na Índia são inseparáveis do esgotamento dos solos do Nordeste brasileiro e das planícies do Gujarat indiano pelo cultivo de algodão para exportação.

Junto de nossos parceiros da Veneta, sortearemos dois exemplares de Holocaustos Coloniais para os leitores que apoiam nosso jornalismo. O formulário de inscrição do sorteio, que será enviado por e-mail, ficará aberto até a próxima segunda-feira (04/07), às 15h. Se você deseja contribuir com o projeto de jornalismo de profundidade e pós-capitalismo de Outras Palavras e também concorrer a essa brilhante peça da historiografia contemporânea, clique aqui e conheça os planos da rede Outros Quinhentos!

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