O céu é cinza sobre Varsóvia

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Nova conferência sobre clima aproxima-se do fim. Países seguem divididos em três blocos, nenhum dos quais disposto a repensar a sério padrões de produção e consumo

Por Umberto Pessot, da Agência Jovem de Notícias*

Terceiro dia de conferência da ONU sobre mudanças climáticas em Varsóvia (13 de novembro). Há uma grande agitação dentro do estádio nacional, onde acontecem os trabalhos da COP19. A única coisa que se nota claramente é que estamos longe, muito longe de um acordo. Os lados se definiram de forma clara já nas primeiras duas reuniões plenárias, com a participação de todas as delegações. De um lado, a China lidera um grupo de 77 países em desenvolvimento e subdesenvolvidos; de outra, o assim chamado “Umbrella group”, que reúne Austrália, USA, Canadá, Nova Zelândia e Noruega. No centro, parece estar somente a União Europeia, ainda muito fraca para criar um deslocamento de poderes que traga uma reviravolta às negociações.

O problema, em qualquer caso, não é tanto a distância entre pontos de vista, mas sim a inflexibilidade por meio da qual os diversos blocos defendem suas posições. Os tons usados nas discussões têm sido muito duros. Hoje, a Austrália chegou a dizer que não financiará de forma alguma o desenvolvimento sustentável dos países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, porque considera esta ação “socialismo internacional mascarado de causa ambiental”. Seja em situações oficiais ou não, com delegados, jornalistas ou ONGs, a impressão é a mesma: chegar a um acordo vinculante que evite o aumento da temperatura terrestre em 1,5 ou 2 graus centígrados torna-se cada vez mais utópico.

Outras notícias de corredor, por enquanto não confirmadas, vêm da delegação japonesa. O novo governo, de viés conservador, impôs um novo curso à política ambiental do país. Até esse momento, o Japão tinha uma meta de redução das emissões de 20% em relação às de 1990. Com mudança de diretriz do país, o objetivo foi reduzido a 3%.

As expectativas não são boas, mas, como se sabe, a esperança é a última que morre.

*A Delegacão Jovem do Brasil na COP19 é composta pelas organizações: Viração Educomunicação, Engajamundo, Aliança Mundial das ACMs e Federação Luterana Mundial

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