Marcha da Maconha 2014: a um passo da legalização?

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Em SP, debates no Grajaú e Casa FdE abrem programação, que tem presença luxuosa de Zé Celso. Caminhadas multipĺicam-se pelo país, em 26/4 

Por Gabriela Leite

Anos antes de as manifestações e atos serem frequentes no cotidiano dos moradores de São Paulo da maneira como acontece desde junho de 2013, a Marcha da Maconha já reunia milhares de pessoas na avenida Paulista. Sua reivindicação vai muito além de simplesmente fazer uso livre de droga popular: diz respeito às políticas públicas proibicionista, violência e liberdades individuais. O grupo que a organiza se formou em 2007, em rede e por todo o Brasil. Em 2014, a moblilização acontece no dia 26 de abril, mas haverá também intensa programação entre os dias 19 e 26, na Semana Pela Legalização da Maconha.

Com os processos de legalização da maconha em curso no Uruguai e nos Estados Unidos, e em discussão em distintas partes do planeta e do Brasil, a Marcha da Maconha sairá às ruas não mais de forma defensiva, como fazia em épocas em que era inclusive proibida de existir, mas em um contexto de iminente fim da guerra, de florescimento de alternativas de políticas públicas mais respeitosas das liberdades individuais e dos direitos humanos.

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O ato tem o apoio de figuras conhecidas e irreverentes do meio artístico brasileiro. Marcelo D2, rapper que já se envolveu em polêmicas por suposta apologia de psicoativos, enquanto cantava com sua antiga banda, Planet Hemp, voltou a apoiar o debate da legalização e convida todos para a marcha. Já Zé Celso, dramaturgo, diretor, ator e criador do Teatro Oficina, uma das pessoas mais importantes para o teatro brasileiro, também convida, em vídeo e cantando, para a “marcha de quem sonha”.

Haverá eventos em locais da periferia, debates sobre mídia, desmilitarização, encarceramento, feminismo, uso medicinal, atividades acadêmicas, shows e até uma visita à cracolândia. Além de divulgar a manifestação do dia 26, a semana também servirá para aprofundar as diferentes matizes da discussão sobre drogas sob um viés antiproibicionista.

140417-fdeUm dos destaques da programação é o Domingo na Casa, edição Canábbica, na Casa Fora do Eixo (FdE). Haverá, no dia 20, rodas de conversa sobre o uso medicinal da maconha, com a participação de diversos convidados que a discutirão sob o ponto de vista da medicina, da legislação e experiências de usuários. Será transmitido pelo site da Pós-TV.

Assim como em 2013, neste ano a organização novamente impulsionará blocos para que a Marcha seja composta por distintas vozes e bandeiras, de forma descentralizada e multicolorida. Entre os blocos confirmados, estão: Bloco Feminista, Bloco do Cultivo, Bloco Medicinal, Bloco da Diversidade Sexual, Bloco da Esquerda Canábica e Bloco da Limpeza.

Veja abaixo a programação:

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Mais informações: [email protected]

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