Egito: a revolução dos "ultras"

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Em algumas circunstâncias, futebol e torcidas organizadas podem ter muito a ver com transformação social…

Sobre o mesmo tema: em nosso blog, A semana em que a revolução egípcia renasceu (novembro de 2011)

No Al Ahran, do Cairo | Tradução: Vila Vudu

Em várias ocasiões, desde março de 2011, os membros da torcida organizada, de torcedores de futebol, no Cairo, conhecida como “os Ultras” – que muito sofreram nas mãos da Polícia nos confrontos na Praça Tahrir – têm sido dos mais autênticos portadores da revolução egípcia.

Defenderam empenhadamente os direitos dos mártires da Praça Tahrir, passaram a grupos de jovens inexperientes de confrontos públicos muitos de seus saberes de como enfrentar a polícia em confrontos de rua e organizaram e mantiveram manifestações de protesto contra a ditadura de Mubarak, quando outros grupos, principalmente os partidos políticos, afastavam-se das ruas e praças, atentos às regras postas para as eleições e com vistas a chegar aos postos de poder.

Os Ultras – que nunca antes das lutas da Praça Tahrir e do 25 de Janeiro haviam participado de lutas políticas – incorporaram grupos de RAP e fizeram da música mais um instrumento para lutar contra o Conselho Supremo das Forças Armadas no Egito. Na foto acima, um grupo deles descansa junto a uma parede grafitada, durante a manifestação que iniciaram e que continua, desde o domingo, 25 de março, em frente ao prédio do Parlamento, para protestar não só contra a resposta violenta da maioria islamista à própria manifestação, mas também contra as tentativas dos islamistas de monopolizar o trabalho de redigir a nova Constituição

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