De que metrô o Rio precisa?
Publicado 26/09/2011 às 22:10
Movimento defende expansão da rede, mas quer traçado que sirva à cidade de modo permanente — não apenas durante Jogos Olímpicos.
A população das metrópoles brasileiras — a quem o transporte coletivo de massas em teoria se destina — tem ou não o direito de opinar sobre os projetos executados pelo poder público? No Rio de Janeiro, algumas dezenas de associações de bairro e outras organizações da sociedade civil começaram a lutar para que a resposta seja sim.
Diante de planos apresentados pelo governo do Estado para redefinir o traçado de uma nova linha de metrô — em condições muito menos favoráveis que as originalmente propostas –, elas foram além da crítica. Articularam o movimento Metrô que o Rio precisa. Num site sempre atualizado, defendem os planos originais. Argumentam, com riqueza de dados, que eles permitem atender melhor a uma população muito mais vasta. Frisam que a mudança deve-se ao projeto dos Jogos Olímpicos 2012. Nẫo condenam este evento — ao contrário, reconhecem que ele pode mobilizar recursos para obras importantes. Mas perguntam: a cidade precisa de metrô para 20 dias (ou período das Olimpíadas) ou para 20 anos”?
A polêmica concentra-se na extensão do metrô até a Barra da Tijuca, o bairro de elite na Zona Oeste que receberá a maior parte dos jogos, em 2012. Para chegar até lá, previa-se a construção da linha 4. Ela não serviria apenas a Barra (veja, no mapa, em azul). Partindo do centro, atenderia bairros como Botafogo, Humaitá e Laranjeiras. Na extremidade Oeste, chegaria ao Terminal Alvorada, de onde poderia ser acessada, por ônibus, pela população de Jacarepaguá e outros bairros — na mesma região, porém bem mais carentes de transportes e equipamentos públicos.
Há alguns meses, o projeto foi inteiramente modificado. Nenhum estudo sobre deslocamentos na cidade justificou a alteração, frisa o site “Metrô que o Rio precisa”. Ao invés de construir a linha 4, o governo estadual pretende prolongar a já congestionada linha 1 até a Barra. Diversos bairros próximos ao centro deixariam de contar com os benefícios do metrô. Na região Oeste, ao invés de se estender ao Alvorada, o percurso seria interrompido no Jardim Oceânico. Os seis quilômetros a menos teriam de ser percorridos por ônibus. Em suma, a linha quatro ficaria limitada a seis estações, ligando Ipanema ao centro da Barra da Tijuca — sempre servindo, portanto, à população de mais alta renda do Rio.
O site afirma claramente: o movimento “reconhece os benefícios esperados como resultado dos Jogos Olímpicos”. Mas não aceita que uma obra de enorme relevância e alto custo, como o metrô, seja desfigurada apenas para atender aos megaeventos.
Em diversas cidades, as promessas suscitadas pela Copa e Olimpíadas (embora a sede principal seja o Rio, haverá eventos em várias capitais) parecem frustrar-se. O novo movimento carioca parece ir além da queixa. Ele percebeu que é preciso formular e exigir as alternativas.
Diego. Creio que grande parte do problema da Zona Norte poderia ser sanado fundindo a operação da SuperVia com metrô, e obviamente melhorando o serviço da primeira. Se você sobrepor os Ramais da SuperVia ao mapa vai ver que há uma extensa rede. O que falta ;e usar de maneira correta e criar algumas liga<ões Transversais.
Transcarioca-T5- dado a sua importância e implicações na vida de milhares de moradores da região, até agora continua uma incógnita..
Dúvida: como atravessar de um lado para o outro para tomar ônibus em sentido contrário.Em direção à Madureira? ou em direção ao Centro?Até agora não existe nada onde indique onde serão as estações,passarelas, pontos de ônibus.
a Prefeitura deveria fazer uma maquete com tais indicações.fica a sugestão de expor tal maquete no Carioca shopping.
Jorge C.Moreira
Transcarioca-T5:
Entenda as principais intervenções da Transcarioca nos bairros do Rio
http://www.youtube.com/watch?v=HQXQUZU49IQ&feature=related
A partir dos bairros de Vicente de Carvalho,Vila Kosmos,Vila da Penha e Penha,
pela falta de maiores informações sobre a Transcarioca nestes bairros,parece que virarão BAIRROS PARTIDOS pela linha T5.
Hoje se transita de um lado para o outro de forma tranquila, com a tranquilidade que o suburbio sempre teve,mas do que se diz do T5,criará obstaculos com as
vias preferenciais e as passarelas serão muito esparçadas.
O ideal seria que o T5 fosse aéreo ou subterrâneo nesta região.
A preocupação não esta sendo com a população local destes bairros, mas sim o fluxo da Barra para o Galeão e vice-versa.
Se tal projeto fosse na ZS,os custos adicionais seriam absorvidos tranquilamente.
Já basta a burrada que a engenharia do Metrô fez qdo construiu a Est. de Vic. de Carvalho- que deveria ser aérea para não dividir o bairro.
Entenda as principais intervenções da Transcarioca nos bairros do Rio
http://www.youtube.com
http://www.cidadeolimpica.com/ Corredor expresso que vai ligar a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Galeão, já modifica paisagem da cida…
Entenda as principais intervenções da Transcarioca nos bairros do Rio
http://www.youtube.com
http://www.cidadeolimpica.com/ Corredor expresso que vai ligar a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Galeão, já modifica paisagem da cida…
Eu até compreendo o nonsense que é construir uma extensão da linha 1 em substituição ao projeto original de linha 4, mas se formos falar de projeto realmente voltado a uma demandar popular teríamos que pensar em uma nova linha que atenda à Zona Norte do Rio e à Baixada Fluminense. A linha 2 está saturada e não alcança uma boa parte dos bairros dessas regiões, bairros cujas populações somadas certamente ultrapassam o 1,5 milhão de pessoas atendidas pela linha 4. Devemos também considerar outro aspecto da demanda pela construção da linha do metrô: as populações da Zona Norte e da Baixada, além de possuírem uma rede precarizada de transporte público, dependem dele, totalmente ou em boa medida, para locomoção pela cidade. Em oposição, as populações da Zona Sul e da Barra, no geral, possuem e utilizam automóveis em maior medida. Em fim, independente do projeto que seja efetivamente construído, devemos refletir melhor sobre os interesses em jogo no gasto do precioso dinheirinho público.