As novas vítimas do tsunami financeiro global

Enquanto a Argentina busca proteger-se da crise cambial, Sri Lanka mergulha em caos. Dominó global de moratórias pode estar por um sopro

Argentina vai conseguir desarmar o ataque financista? 

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O governo argentino antecipou-se enfim aos riscos de crise cambial e anunciou ontem as primeiras medidas de restrições à compra do dólar. Elas afetarão em especial a importação de produtos de luxo e aquisição da moeda norte-americana por grandes empresas. A medida veio uma semana depois de a vice-presidente Cristina Kirchner apontar um movimento especulativo de importações, por parte de grandes grupos econômicos. Mas estes reagiram ampliando a aposta. O dólar subiu no mercado paralelo, onde a cotação já é superior em 82% à oficial.

Megabanco prevê moratórias em série em 2022

Os riscos de crises cambiais em sequência estão se tornando cada vez maiores, devido à inflação global de combustíveis e alimentos e à inação dos governos. Também ontem, o Sri Lanka anunciou a moratória de todos os pagamentos externos, ao se ver completamente sem divisas. Há desabastecimento geral de combustíveis e protestos nas ruas, reprimidos com violência. Ministros foram enviados à Rússia e ao Catar, para tentar negociar remessas de emergência de petróleo, pelas quais o país não pode no momento pagar. Ao mesmo tempo, um comunicado lançado pelo banco norte-americano Goldman Sachs previu default em série dos países mais endividados do Sul do planeta, este ano – em função da alta dos preços das commodities e também dos juros internacionais.

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