Singularidades e distorções sociais marcam a experiência de ser mãe ou pai. Mas quando a tarefa de cuidado é assumida, a vida razoável se distancia. Uma castração inevitável, não necessariamente ruim, mas que exige novas (e, às vezes, incompreendidas) relações
“É preciso se amar primeiro para depois amar alguém”. Mas o amor seria um reservatório transbordante? A incompletude não o constitui? Não estaria aí o medo de perder-se, o querer ser amado e encarar ausências com certa indiferença?
Relatar traumas vividos tem efeito psíquico, pois ajuda a restaurar subjetividades; e político, ao expor feridas abertas da sociedade. Mas aí vem o escárnio, como no caso Gabriela Prioli: sintoma de que ouvir é difícil quando o dito nos implica
Assim como laços familiares, a polarização colocou amizades em xeque — assim como as relações opressivas. Mas também reduziu afetos a alianças políticas. Como construir laços que, mais que nos espelhar, sejam experiências transformadoras?