A bolinha de jornal e a barbárie

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Enquanto alardeia “agressão” a Serra, mídia omite o assassinato político no Acre

Por Ana Helena Tavares

Para o bem ou para o mal, o episódio da suposta “agressão” a José Serra foi amplamente noticiado. Enquanto isso, cinco dias antes (em 15/10) o jornal O Estado do Acre, terra de Chico Mendes, dava um grito sem eco, ao denunciar sozinho que um militante petista foi morto por um opositor por motivo absolutamente torpe. O petista teve a infelicidade de fazer uma brincadeirinha, colando nas costas do outro um adesivo pró-Dilma. Foi o suficiente pro sujeito ir até sua casa, pegar uma espingarda, voltar ao bar onde estavam e assassinar friamente o petista, com uma única bala disparada à queima-roupa. Selvageria pura.

O assassino está até hoje foragido. Imaginem se fosse o contrário e ele fosse do PT? Mereceria de certo um plantão da Rede Globo, com um indignado casal de apresentadores, e uma capa especial da Veja, sob o título: “Chico Mendes chora.”

Este arbítrio máfio-midiático, a que o brasileiro que não tem internet está submetido, é o que emperra a democracia. É verdadeiramente o que se pode chamar de barbárie. O resto é bolinha de jornal.

P.S. Depois de fechado este artigo, a Globo “produziu” um vídeo tentando provar que  o tal objeto era mesmo pesado, algo como um rolo de fita crepe. O tal vídeo foi desmascarado por um professor de jornalismo gráfico, que teve seu site censurado. Confiram esta história, em Outras Palavras.

Ana Helena Tavares é jornalista por paixão, escritora e poeta eternamente aprendiz. Editora-chefe do blog “Quem tem medo do Lula?”.

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2 comentários para "A bolinha de jornal e a barbárie"

  1. El contenido de este sitio es muy interesante, continúa haciéndolo así 🙂

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