A suposta (e suspeita) agressão a Serra

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Imagens do incidente com Serra, no Rio, revelam que candidato não foi agredido. Ao invés de apurar, mídia procura tranformá-lo em vítima

Transformadas pela candidatura de José Serra na disputa de mais baixo nível desde a redemocratização do país (leia post abaixo), as eleições presidenciais trarão novos sustos, nos próximos dias. O mais recente é a exploração do incidente que envolveu, esta tarde, o candidato e um grupo de ex-agentes de Saúde (os “mata-mosquitos”), no bairro de Campo Grande, Rio de Janeiro. Um empurra-empurra, no qual aparentemente os agressores foram seguranças da campanha do PSDB, está sendo manipulado por algumas emissoras de TV e portais de modo a tratar Serra como vítima de uma “agressão praticada por petistas”.

O texto abaixo descreve o incidente, na ótica do bloguista Flávio Loureiro, ligado ao PT. É parte de uma história que precisará ser contada a partir de muitos ângulos. Muito antes de apurar os fatos, porém, parte da mídia tradicional está produzindo uma narrativa imagética que os interpreta de modo tendencioso. O filme acima, produzido pela própria TV Globo, está sendo preterido — tanto nessa emissora quanto em outras — por uma imagem estática, em que José Serra leva as mãos à cabeça.

O filme revela que o candidato não sofreu nada que se possa chamar de agressão. No máximo, segundo alguns relatos, um rolo de fita crepe chocou-se com sua cabeça. Serenamente, ele a alisa. Não revela dor nem preocupação. Entra numa van e acena sorridente.

A foto pode produzir comoção, por mostrar alguém que leva as mãos à cabeça, para se proteger. Não está claro, porém, em que circustâncias ou em que momento foi feita.

A apuração jornalística rigorosa — inclusive sobre as agressões sofridas pelos mata-mosquitos — é necessária e urgente. Trocá-la pela vitimização barata do candidato é antijornalismo da pior espécie.

Abaixo, o relato de Flávio Loureiro:

Prezados (as)

Acabei de conversar com companheiros petistas que se envolveram no incidente e soube o seguinte:

1 – Serra marcou uma caminhada no calçadão de Campo Grande com forte aparato de segurança.

2 – O sindicato dos mata-mosquitos, demitidos na época em que Serra era ministro da Saúde de FHC, se localiza nas imediações.

3 – O processo de demissão dos mata-mosquitos foi traumático, a ponto de trabalhadores perderem tudo, e foi registrado cinco sucídios entre os mata-mosquitos demitidos.

4 – Portanto, a categoria tem ódio mortal de Serra e se organizaram para manifestar contra a presença dele no calçadão de Campo Grande.

5 – Os petistas da região, que organizam panfletagens no calçadão, sabendo do quedro, foram para lá evitar confrontos.

6 – Mas os seguranças de Serra, liderados por Júnior, filho da vereadora e deputada estadual eleita Lucinha (PSDB), rasgaram os cartazes dos mata-mosquitos, aí o tumulto começou. Vale lembrar que a comitiva de Serra estava distante do local do conflito, mas Serra foi visto entrando numa Van sem qualquer ferimento.

7 – O miltante petista, Carlos Calixto, lotado no gabinte da dep. Inês Pandeló, foi agredido teve o supercílio rasgado, e ainda sangrando foi para a Delegacia Policial registrar a ocorrência.

8 – Segundo o militante petista Sebastião Moraes, a confusão só não foi maior, porque a tropa de mata-mosquitos que vinha se incorporar à manifestação, chegou atrasada, mas saiu em perseguição à comitiva de Serra. É bom que eles não tenham alcançado a comitiva, caso isso ocorra novos conflitos a vista, para a exploração política de Serra.

9 – O pessoal mata-mosquitos que estava na manifestação não tem vínculo com o PT. Eles têm dois sentimentos básicos, paixão por Lula que os reincorporou e ódio por Serra/FHC que os demitiu.

Abs,

Flávio Loureiro

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2 comentários para "A suposta (e suspeita) agressão a Serra"

  1. Marcelo Oliveira disse:

    Obrigado por informações que furam o bloqueio da mídia compromissada com a campanha do Serra.

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