Receba o Especial 2025 por email
Você receberá os textos de nossa retrospectiva especial em seu email.
Um 2023 de alegria e reconstrução!
Agonia (e contra-ataque) do mundo eurocêntrico e do colonialismo
Em meio à inação de governos e corporações, continuam a aflorar alternativas
Após décadas de estudos, que remontam a milhões de anos, ciência compreendeu como a ação humana altera ciclos da Terra que duram cem milênios. Duas instituições conservadoras temem as consequências políticas desta descoberta
Há vida além da precarização?
Campanha contra jornada 6×1 reintroduz no Brasil, enfim, a luta pelo tempo livre de trabalho. Como Marx e Adorno apontaram, pauta expõe voracidade do capital, politiza relação vista como inalterável e abre caminho para enfrentar a alienação
Enfrentar o patriarcado, e libertar mulheres e homens
Pensadora feminista mergulha nas subculturas como incel e redpill. Como extrema direita politiza frustrações pessoais. Os impactos no mundo offline e a monetização do antifeminismo. E os caminhos para repensar modelos de masculinidade
Há cem anos, a lâmina tornou-se símbolo de pureza e elegância. Barba foi apontada como sinal de incivilização. Forjou-se o ideal erótico de corpo feminino sem pelos. Hoje, capitaliza-se a diversidade. Um exemplo sutil de como a lógica da mercadoria “cria” identidades…
Despontam grupos antifeministas escondidos sob a fachada do vitimismo. A estratégia: usar dados reais sobre o sofrimento masculino para manipular discursos. Um possível antídoto: criar espaços de diálogo para além de polarizações forjadas
Sobrevivem, e causam enorme sofrimento, duas relações obsoletas: a família como espaço de exclusividade afetiva e a responsabilização das mulheres pelo bem-estar amoroso. Um conceito pode ajudar a superá-las: o de reprodução emocional
Em fábula sobre o “empoderamento” nos limites do capitalismo, a princesa desperta e aprende que deixou de ser submissa. Agora, é livre, deseja e age, porque é “excepcional”. Então, uma proposta da Disney faz-lhe pensar na luta de classes
Para ir muito além do tecno-otimismo e do fatalismo
De todos os países dos Brics, somente a China alcançou autonomia tecnológica em relação aos EUA. Ainda assim, estudo quantificou alto viés ideológico pró-Ocidente em suas ferramentas. Que desafios se impõem para superar a dependência e articular alternativas? Eis um diagnóstico
O futuro pode não ser dos fatalistas
Em novo livro, Jonathan Crary explora o nexo entre capitalismo tardio, redes e dissolução dos laços sociais. O sistema, diz, quer apatia narcisista e desperdício da vida. Mas a emancipação pode surgir da revolta contra a existência apequenada
Seria a alegria alienante, face ao sofrimento coletivo? Em meio à visita a um museu, um crítico do capitalismo conclui que não. A luta não necessita da culpa. E nos momentos raros de plenitude estão sinais de que as misérias de hoje passarão
Novo livro provoca: esquerda precisa superar o realismo doméstico que a impede de imaginar alternativas à família atomizada e consumista. Chave pode estar no conceito de “luxo público” e em infraestruturas coletivas voltadas ao Cuidado
O poder global, em crise, apelam à brutalidade. Há resistência
Há dois meses, nem um saco de farinha entra no enclave. Milhares de pessoas morrem por falta de medicamentos básicos. Israel tenta forçar rendição dos palestinos e já prepara nova invasão por terra, marcada para coincidir com chegada de Trump à região
O peso da herança colonial e de quatro décadas de neoliberalismo
Persiste a ameaça. Elementos para desmontá-la
Crítico cultural italiano adverte: de pouco valem analogias com Hitler ou Mussolini. Ultradireita bebe nos métodos da dominação colonial e racista, ressurge sempre que a ordem do capital está em xeque e é convocada pelas democracias liberais…
Livro desnuda programa extremista que tem enorme influência no governo Trump, mas é anterior e mais vasto que ele. Suas diretrizes: liberdade total para corporações, sabotagem contra a China, educação cristã, ataque ao trabalho. Ele já inspira ultraconservadores de outros países…
As lutas em defesa de um SUS fortalecido, desprivatizado e ainda mais democrático
Jairnilson Paim, pensador e ativista histórico pela Reforma Sanitária, sustenta: medidas para melhorar serviços são relevantes mas não bastam, pois o capital avança sobre a saúde. É urgente uma política econômica condizente com a sustentação digna do SUS – e uma Reforma Tributária que de fato combata desigualdades
Frente pela Vida analisa a economia da saúde e os entraves em ano eleitoral. Governo Lula garantiu recomposição do orçamento, mas Arcabouço Fiscal ainda é grande ameaça. Ademais, política de juros do Banco Central bloqueia a garantia de saúde para todos
Pensamento contra-hegemônico nasceu nas universidades latino-americanas, sempre ligado às lutas políticas e sociais da região. Hoje, encara enormes desafios, mas sua marca de solidariedade e seu repertório de 40 anos permitem enfrentá-los. Fala um de seus fundadores
Pesquisador elenca as formas de infiltração do setor privado no sistema público, tendência crescente que fragmenta o atendimento à população. Ele debate: é urgente começar a reverter esses processos, caminho único para garantir que a Saúde seja de fato universal
Novo remédio tem eficácia de 100% na prevenção de HIV entre mulheres – mas tudo indica que a dona da patente manterá seu preço nas alturas. Caso escancara: contra desmandos da Big Pharma, impulsionar farmacêuticas públicas é urgente
Médico, gestor, um dos responsáveis pelo desenho e criação do SUS. Mais que isso: David Capistrano Filho, falecido há 25 anos, era um homem comprometido com a transformação estrutural do Brasil. Conheça sua trajetória pelas palavras do organizador de reedição de sua obra
Há três décadas, Brasil curvava-se ao TRIPS, acordo da OMC que regulamentou propriedade intelectual para garantir fartos lucros à Big Pharma. É hora de enfrentar seus efeitos, se quisermos reverter devastação na indústria nacional e garantir mais remédios à população
Com aval do governo, a Conep, órgão de regulação de estudos clínicos sofisticado e regido pela participação popular, foi trocado por sistema que abre espaço à indústria farmacêutica. Mudança se dá após forte lobby no Congresso e no Executivo. SBB judicializa a questão
Chaves para compreender e combater a rapinagem
Após quatro décadas de retrocessos, 117 Titãs globais e seus fundos opacos manejam mais dinheiro que qualquer governo no Ocidente. E impõem lógicas que vão reduzir o planeta a um inferno social e ambiental – até que sejam detidos
Pressões sociais desafiam um grande tabu do neoliberalismo. Os impostos sobre a riqueza voltam a ser considerados, depois de demonizados por décadas. Em Paris, uma escola até há pouco ignorada assumiu a liderança acadêmica desta combate
Avanços, impasses e esperanças na busca de uma nova ordem internacional
Nobel da Economia explica: sistema brasileiro é rápido, seguro e gratuito – por isso, tornou-se popular. Seus “problemas”: ele quebra o mito do Estado “ineficiente”, ameaça lucros financeiros parasitários e pode tornar obsoletos os bancos privados
Pequim criou moeda do nada. O Ocidente o fez também, após a crise de 2008. Com uma diferença essencial: na China, recursos serviram a transformação radical da indústria, serviços públicos e infraestrutura. Ninguém alimentou os rentistas…
Avanços, impasses e esperanças na busca de uma nova ordem internacional
Governo insiste em entorpecer a si próprio com os “números da economia”. Não enxerga a regressão do país e o ressentimento que ela produz. Por isso, isola-se das maiorias. Um recomeço, mesmo modesto, é possível. Mas exige novas políticas – e outro tipo de diálogo com as maiorias
A indispensável dimensão simbólica da luta pós-capitalista
Conceber cenários aterrorizantes, como faz a literatura distópica, tem uma função imaginativa peculiar. Leva-nos a refletir: há alternativas à lógica do capital, que arrastar o mundo ao desastre? E, assim, aguçar subjetividades para enfrentar o que o sistema julga inescapável
Poesia das cidades está, há séculos, no encontro entre os diferentes, suas chispas, seus estímulos. Seriam as redes, num mundo de tempo escasso, a armadilha que estimula o convívio sem atrito entre os iguais? Um gueto digital que amplia muros?
Poeta que fundou a Cooperifa aborda o impacto da literatura periférica hoje – nas escolas, quebradas, presídios e até na “lista dos mais vendidos”. Como ela pode instigar outras visões da juventude sobre o futuro e seu lugar no mundo? “Distraídos, venceremos”, cita ele
Um conto sobre dois brasis na História. Quem teria assaltado as irmãs beatas em Campinas? Por que tirar delas o que usavam para fazer os melhores quitutes da cidade? A resposta surge dias depois, junto ao mar, após viagem que transpôs o planalto e a serra
Cada vez mais brasileiros têm nas telas o suporte principal para leitura. Fenômeno acentua-se entre jovens e periferias. Políticas para difusão literária não podem desprezar, por elitismo, este público – já oprimido social e economicamente
Outras Palavras é feito por muitas mãos. Se você valoriza nossa produção, seja nosso apoiador e fortaleça o jornalismo crítico: apoia.se/outraspalavras