Recentes privatizações – da Sabesp e da empresa metropolitana de águas – levarão ao desinvestimento em infraestrutura e a contas mais caras. Isso enquanto 60% das cidades do estado enfrentam seca extrema. Caso de Cochabamba é exemplo de tragédia e resistência
Seca volta a colocar SP sob o risco de desabastecimento. Mas, agora voltada para o lucro, empresa despreza até o sucesso que alcançou há dez anos, ao premiar quem fazia o uso racional da água. Governo estadual insiste em paliativos. Sabesp lava as mãos
Governador distrai os paulistanos com promessa de redução das tarifas por curto prazo, enquanto situação se agrava. Com projeto de lei, agora tenta abrir terreno para aparelhar agências reguladoras, indicando aliados da Faria Lima aos conselhos diretores
Para adocicar a venda da companhia, governador de SP anuncia redução na conta de água. Mas esconde que ela ficou mais cara neste ano, com reajuste acima da inflação. Fizemos as contas: “benevolência” sequer dá para comprar um cafezinho na padaria
Grupo foi o único a apresentar proposta – abaixo do valor de mercado – e se tornou acionista referência da empresa paulista de saneamento. Novata no ramo, impôs a maior tarifa do país ao Pará e coleciona denúncias de má gestão de serviços e abusos trabalhistas
Estado que foi a “locomotiva do país” lidera a marcha à ré. Sabesp é emblema: empresa-símbolo da engenharia brasileira está à beira de privatização predatória e ilegal, que afetará serviços e tarifas — para deleite de um punhado de rentistas
Sob controle estatal, a empresa levou São Paulo à liderança nacional na cobertura e qualidade do saneamento. Vendê-la quando privatizações fracassam mundo afora e o cenário climático requer mais gestão pública é tomar a contramão da história
Entrega das águas de SP exige adesão da capital. Mas eleições levam a Câmara a adiar decisão e prefeito Ricardo Nunes, às voltas com apagões de energia, mantém-se calado. Vazio abre brecha para ação dos movimentos sociais
Mais uma vez, os pró-privatização desfilam fantasias para esconder a truculência. Modernização. Agilidade. Transparência. Entenda, ponto por ponto, por que essas alegações não têm base real – e por que o resultado é aumento de tarifa