Wendy Brown, filósofa feminista, provoca: fracassa, em meio à pandemia, ideia de organizar a sociedade a partir do indivídualismo e mercados. Está evidente a necessidade do Comum. Mas contra a direita, é preciso ressignificar a liberdade
Chantal Mouffe sustenta: velhos partidos tornaram-se incapazes de enfrentar a direita por insistirem no bom-mocismo e na volta ao “velho normal”. É hora do choque Multidão X Oligarquia; e de recolocar os afetos no centro da política
Balanço do combate à pandemia é desastroso. Estados agiram sós, apelaram ao interesse egoístico (e não à solidariedade) e sofreram com desmonte dos sistemas públicos. Agora, é preciso construir a lógica oposta, e instituições que a realizem
Na crise, surgem saídas menos ortodoxas: aumento do gasto social, geração de ocupações e proteção à economia nacional. Governo aposta em radicalizar ultraliberalismo: ameaça privatizar estatais e insiste numa austeridade cega e burra…
Um filósofo francês aposta que sim. Mas crê num “indivíduo aberto”, rompido com o egoísmo e próximo da simpatia: a capacidade que temos de enxergar a presença do outro em nós, e de nele nos projetar
O pós-coronavírus será como sair de uma guerra: tudo estará em escombros. Ao propagar o medo do outro, o individualismo radical, a insolidariedade social, o “salve-se quem puder”, sistema nos tornou frágeis. Agora é buscar a volta por cima
São 0,1%. Alguns mostram-se gentis, ternos. Mas, em conjunto, são predadores. Têm ideologia — mas não ideias, nem imaginação. Nós, os 99,9%, somos mais criativos e melhor formados. Mas eles estão coesos e organizados. Nós, nunca?
Quatro meses depois dos protestos que abalaram projeto neoliberal, direita tenta contraofensiva: leis severas, prisões em massa, soda cáustica sobre manifestantes. Mas maioria, que já perdeu o medo, aposta na Constituinte — e segue nas ruas
Por trás da brutal repressão no Equador e no Chile, o desespero: crise de 2008 escancarou modelo insustentável, calcado nas desigualdades. Agonizante, busca sobrevida no autoritarismo. América Latina será o início da insurgência?