Quando o Estado não age, os povos originários recuperam, eles próprios, seus territórios ancestrais. Como funciona esta estratégia, que sofre ataques pesados de ruralistas e jagunços, no MS e Bahia? Qual o papel das mulheres nas ações no Paraná?
Às véspera da decisão do STF que julgará o futuro da demarcação de suas terras no país, lideranças vão a Brasília e relatam: territórios correm risco, mas também sua cultura, educação e saúde, que podem ser arrasadas pelo Agronegócio
No extremo Sul de São Paulo, conquista da demarcação de território permite que 11 aldeias promovam a agricultura tradicional. Já são 80 roças indígenas. Com troca de conhecimentos em todo país, produzem 190 variedades de alimentos
Liderança da maior população indígena do Brasil narra: abandonada pelo governo e sem renda, etnia teve de criar suas próprias barreiras sanitárias e organizar “vaquinhas”. Agora, “marco temporal” ameaça suas terras
Há meses, comunidade indígena no MS avisa que está sendo atingida por agrotóxicos. Agora a pulverização aconteceu ao lado da escola. Leia também: o novo #MeToo, dessa vez pelo aborto; MEC vai mudar exame para médicos estrangeiros
Ações ilegais. Assassinatos de lideranças. Violência contra os que lutam. No Mato Grosso do Sul, polícia e milícias privadas unem-se para intimidar a luta indígena e dar garantia aos fazendeiros que invadiram terras
Ruralistas contratam jagunços para matar e dissuadir luta dos índios. Eles resistem, em auto-demarcações. Captura de terras vem desde a guerra contra o Paraguai
Por Marcelle Souza, no Calle2
Força Nacional cruza os braços na morte do índio Semião Vilhalva e invasão, por 60 pistoleiros, do território indígena. A omissão criminosa do ministro da Justiça
No site da Comissão pastoral da Terra
Em assembleia com presença de delegação do poder público, disse Otoniel Guarani: “A gente sofre violência; as mulheres, estupro”. Nesse momento, mulheres e homens indígenas se levantaram e encararam o governo
Por Ruy Sposati, no CIMI
Depois de reocuparem suas terras, há um ano, são fustigados por fazendeiros e jagunços. Diante de decisão da Justiça Federal, prometem: “não sairemos deste local com vida, nem mortos; enterrem-nos aqui”
PorEgon Heck, no site do CIMI