Pensadora potiguara aponta: o futuro ancestral passa necessariamente pela defesa da terra e pelas escolas. Garantia do direito começa pela proteção contra etnocídio, diz. E propõe ações mais robusta do Estado para proteger as crianças e fomentar o ensino
Pensador quilombola, que morreu neste domingo, denunciou a cosmofobia do povo branco e as esquerdas “decadentes de poesia”. Para ele, o viver bem de partilha e respeito à Natureza é a luta pelo futuro. E os povos originários estão na dianteira do debate
Como monumentos contra o horror de guerras e genocídios são erguidos, Brasil precisará recordar para reparar o luto coletivo de mais de 520 mil mortes – enquanto, no presente, tombamos a estátua (ainda) viva da destruição nacional
Números da doença entre os povos originários desconsideram aqueles que vivem em cidades, em áreas ainda não demarcadas e/ou autodeclaradas – ou seja, 36% do total. Como essa subnotificação reflete o racismo e ecocídio praticados pelo Estado
Damares está escancarando aldeias indígenas aos religiosos fundamentalistas, conta pesquisador. Missões têm orçamento maior que o da Funai, associam-se com e garimpeiros e querem erradicar a espiritualidade dos povos originários
Historiador que participa da resistência Tupinambá no sul da Bahia relata: não foram só os assassinatos que aumentaram, mas a fome também. Imobiliárias e mineradoras, sem controle, “engolem” terras ancestrais. Como frear massacre?
“A luta indígena é também a luta por uma nova sociedade que já carregamos naturalmente em nossos corpos, anga (alma) […]
Tinha o corpo vermelho de urucum. Ereto, as mãos abraçando o arco e as flechas. O que um velho Araweté pensa dos brancos enquanto seu mundo é destruído?
Por Eliane Brum, no El País