Com notável arquivo, documentário de Lauro Escorel reflete sobre as aventuras de fotógrafos para registrar país e sua gente. Também aborda os paradigmas da imagem digital. Em Fim de Festa, de Hilton Lacerda, ressaca de Carnaval e assassinato
Em Você não estava aqui, a nova provocação de um cineasta rebelde. De um lado, Rick sonha ser próprio patrão – mas é superexplorado e tem vida familiar estilhaçada. De outro, Abby, sua esposa, mostra que trabalho pode ser digno e enriquecedor
Começa nova edição da mostra, uma “fábrica de independência”. Em 2020, produções da velha e nova geração. Entre elas, Sertânia: lúcido delírio barroco sobre o massacre de Canudos; ou Fakir, que reflete sobre corpo feminino e pulsão de morte
No filme, de Karim Aïnouz, Guida, grávida, é expulsa de casa; Eurídice, apesar de complô masculino, busca a irmã. Um questionamento da honra — valor que, em nome da família, continua anulando mulheres, gays, trans e lésbicas…
Seguro no roteiro, filme inova ao bisbilhotar Vaticano a partir de pontífices reais. Trata de política, dramas pessoais e conflitos do catolicismo. Não se aprofunda em nenhuma destas dimensões. Vale como ótimo entretenimento
No delicado — e assumido — melodrama de Karim Aïnouz sobre duas irmãs apartadas nos anos 50, o machismo que esfacela histórias. Mas, quando se afasta de personificação e retrata cultura opressora, denúncia ganha mais contundência
Há algo comum a filmes como Bacurau, Coringa e Parasita. O que seus autores já sabem e o resto das populações ainda não? A vida-mercadoria, cada vez mais insuportável, estará conjurando um movimento mundial de resistência?
É raro encontrar em cartaz filmes de muitas línguas diferentes. Concorrendo ao Oscar de produção estrangeiro, os latinos A odisseia dos tontos e Retablo; e o africano Papicha permitem que nos enxerguemos em outros tempos e lugares
Mostra de São Paulo trouxe densas comédias e dramas humanos de todos os continentes. Entre elas, O paraíso deve ser aqui, de Elia Suleiman: um palestino, em meio às paranoias de segurança, escancara — em silêncio — o absurdo que o cerca