Do circo às telonas, ele foi um artista multimídia, com pés na cultura popular. Produzia e distribuía os próprios filmes. Dialogava com o Brasil urbano e rural. Foi acusado de pastelão e reacionário, mas ajudou a consolidar o cinema nacional
Disponível no streaming, Madalena tateia o terreno movediço do interior ruralista, a partir do assassinato de uma trans. Entre SUVs, sertanejo e lavouras desertas, sugere: é possível um oásis de humanidade frente a barbárie mecanizada
Contundente, Homem onça retrata o desmonte neoliberal na Era FHC – e as tensões dentro de uma estatal. Sem maniqueísmos, humanismo e política se encontram em mundo onde o emprego, assim como onças pintadas, estão em vias de extinção
De forma gratuita, chegam ao streaming sete obras do cineasta, com toda sua genialidade — e até os erros fecundos. Entre eles, Câncer (1968), um experimento radical de “pedagogia da violência”, que antecipa a estética do Cinema Marginal
Bolsonaro ameaça extinguir Agência Nacional do Cinema, caso continue financiando conteúdo que julgue “impróprio” à família brasileira. Produtores expressam indignação: nem na ditadura militar houve tamanha afronta à liberdade
Migração, música e religiosidade: temas sensíveis ao cineasta se condensam no insólito Estrada da vida, de 1980, sobre a dupla Milionário e José Rico. Mesmo mostrando sincero interesse à cultura popular, a obra foi vista com desdém elitista
Filme de Joaquim Pedro de Andrade completa 50 anos. Ao digerir antropofagicamente obra de Mário, dá rosto burlesco a nosso “herói sem caráter” e expõe a eterna luta do povo brasileiro contra Gigantes Comedores de Gente
Para resistir: ficção narra luta de jovem defensora pública contra a expulsão de moradores no Rio, durante as obras para as Olimpíadas de 2016. Para inspirar: documentário revisa cinematografia de Agnés Varda, referência para o cinema moderno