Zé Celso, em vídeo: o Oficina re-existirá!
Como o Condephaat foi manipulado para favorecer Grupo SS; por que o Oficina precisa de seu entorno; qual a importância de defendê-lo, na luta contra retrocessos e censura
Publicado 27/10/2017 às 17:24 - Atualizado 13/12/2018 às 15:04
Apaixonado e didático, diretor explica: como o Condephaat foi manipulado por Alckmin para emparedar teatro e favorecer Grupo SS; por que o Oficina precisa de seu entorno; qual a importância de defendê-lo, na luta contra retrocessos e censura
Por Mauro Lopes
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O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) voltou atrás em decisão de setembro de 2016 e, na última segunda-feira (23) liberou a construção de um enorme complexo imobiliário residencial e comercial do grupo de Silvio Santos no entorno do Teatro Oficina e de outros prédios históricos tombados na região do Bixiga.
“Depois do golpe aquilo [o Condephaat] tá virando o Conselho do Patrimônio da Especulação Financeira”, disse José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, um dos maiores nomes da história do teatro brasileiro e o grande líder do Teat(r)o Oficina desde sua fundação, em 1958, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP).
A vitória de Silvio Santos só foi possível porque o governo Geraldo Alckmin mudou a composição do Condephaat, o que permitiu a votação de 15 votos a 7, na segunda –“tivemos até mais votos que esperávamos”, Zé Celso. São 37 anos de luta, desde que, em 1990, Silvio Santos anunciou a intenção de construir um grande empreendimento imobiliário em terrenos de sua propriedade na região.
O projeto insere-se num contexto, Zé Celso, de um verdadeiro “genocídio da população do Bixiga, a expulsão dos moradores pobres, os da rua, os que eles chamam de favelados”. Assista o vídeo-reportagem do Oficina com a entrevista de Zé Celso e imagens históricas da luta pelo patrimônio e a cultura na cidade e no país.