Agência da ONU já admite: ao cortarem estímulos à economia, governos mergulharão no inferno das falências e desemprego em massa. Mas é preciso ir além da resposta keynesiana — e questionar o sistema que coloca o lucro acima de tudo

Milhares de pequenas e médias empresas faliram. As grandes, preparam “planos de reestruturação”. Centrais sindicais propõem aumentar em mais duas parcelas o benefício, mitigando o desespero de mais de seis milhões de famílias

Extrema pobreza avança em todo o mundo. 821 milhões passam fome. Mas, mesmo em pandemia, super-ricos lucraram bilhões a mais e ações de megacorporações sobem. As fraturas do capitalismo nunca estiveram tão escancaradas

Dowbor: Os cinco fatores de nossa miséria. Dos pilares do capitalismo, sobrou apenas a Moral. Como o Brasil recusa-se a debater alternativas à crise. Luta de classes na era dos bicos. Leia todos os textos publicados hoje em Outras Palavras

As expectativas se foram: melhora de vida, tecnologia transformadora e estabilidade democrática. Mas persiste ideia de que é preciso ter um trabalho (de merda) e pagar as dívidas. Nada disso faz sentido — mas mantém as engrenagens

O país retrocedeu e está prostrado, mas a crença na “mercantilização eficiente” o inebria e impede de enxergar a si mesmo. Que fatos estão ocultos por esta operação ideológica? Que interesses poderosos permitem que ela esconda o Real?

Nas memórias de um revolucionário brasileiro, a caçada aos “subversivos”, refugiados numa favela. Em meio às noites insones, a coragem de papeleiro, devoto de Cristo e Marx, que oferece abrigo e a sopa que alimentaria numerosa família

Avança, na ONU, construção de saídas que superem “austeridade”. Em pandemia, fala-se em suspender as dívidas e emitir dinheiro para o Comum. Até o FMI vai, agora, além da ortodoxia. Diplomacia brasileira omite-se. Mídia acoberta-o

Na Netflix, estreia O diabo de cada dia, de Antonio Campos. Por trás de pastores e patriotas, um inventário de crimes e taras — e um retrato abrangente da insanidade norte-americana e do avanço do fundamentalismo

Na maior cidade brasileira, eleições municipais podem testar resistência popular ao conservadorismo. Embora forte, direita está rachada, entre o bolsonarismo e os ultraliberais. Guilherme Boulos tem potencial para virar o jogo