Uruguai inicia plantação e venda controlada de canábis
Publicado 28/06/2012 às 19:56
No Esquerda.net
O governo do Uruguai anunciou a intenção de legalizar a canábis, tornando-se no primeiro país a pretender controlar a produção e distribuição desta substância. O Governo de José Mujica, um antigo guerrilheiro tupamaro que resistiu contra a ditadura militar que governou o país de 1973 a 1985, pretende começar a plantação de canábis já em setembro.
A plantação de canábis será integralmente assegurada pelo Estado, que garantirá o monopólio da sua produção, mas ainda não existem planos sobre como e aonde será vendida. A comercialização deverá ser restrita aos cidadãos uruguaios, “de modo a não alimentar o turismo da droga”, anunciou o secretário-geral do Conselho Nacional de Drogas do Uruguai.
Os consumidores registados não serão autorizados a adquirir mais do que 30 gramas por mês. Calcula-se que seja necessário produzir qualquer coisa como 75 toneladas por ano, apenas para o consumo recreativo, mas José Mujica garante que também está interessado na plantação para a produção de medicamentos para doenças oncológicas.
O consumo de canábis já está descriminalizado no Uruguai, um dos países com menores índices de criminalidade, mas socialmente mais conservadores, da América Latina.
A iniciativa legislativa, que terá agora que ser aprovada por um Congresso aonde a Frente Ampla de José Mujica tem uma larguíssima maioria, deverá entrar em vigor em Setembro. A proposta de lei foi apresentada no âmbito de um plano de combate ao crime e pretende, de acordo com o executivo, deter o aumento da criminalidade. “Achamos que a proibição de certas drogas está criando mais problemas para a sociedade do que as próprias drogas”, considerou o ministro da Defesa, Eleuterio Fernández Huidobro.
A legalização da canábis irá prejudicar um negócio que, de acordo com o Governo do Uruguai, rende mais de 75 milhões de dólares todos os anos. A lei agora anunciada pretende afastar os consumidores de canábis dos circuitos ilegais que vendem o “paco”, um subproduto da cocaína altamente generalizado no Uruguai.
O tráfico de droga representa, em alguns países da América Latina, uma verdadeira guerra. Desde 2006, mais de 50 000 pessoas perderam no México em resultado da luta contra a droga ou das lutas entre cartéis rivais pelo controlo de um mercado que vale milhares de milhões de euros. O fluxo de drogas, em direção aos EUA e Canadá, tem-se mantido constante.
Qualquer que seja o ângulo de abordagem, a ‘guerra contra as drogas’ está perdida. É preciso buscar novas formas de enfrentar o problema numa sociedade que cria ‘usuários’ em escala industrial e alimenta uma economia paralela (corrupção e armas p. ex.) que mata e destrói.
O presidente Mujica nao enfrentou a ditadura. Quando esta começou ele já estava preso.
Nao sei de onde sai esse dado de começo de plantaçao em setembro. A regulamentaçao nem saiu ainda, é apenas um projeto.
A manchete da materia é sensacionalista e digna de um jornal de direita por mentirosa. Seriedade companheiro!